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Fundos imobiliários: como a crise acelerou a flexibilização dos escritórios

Tiago Alves, CEO da Regus & Spaces Brasil, participou do programa FIIs em EXAME e falou sobre a nova realidade do setor imobiliário

Faria Lima, centro financeiro de São Paulo (Germano Lüders/Exame)

Faria Lima, centro financeiro de São Paulo (Germano Lüders/Exame)

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Beatriz Quesada

Publicado em 14 de março de 2021 às 06h30.

Última atualização em 14 de março de 2021 às 11h52.

A vacância em imóveis comerciais foi um dos grandes problemas enfrentados pelos fundos imobiliários (FIIs) ao longo de 2020. No fechamento do ano, 38% desses imóveis estavam vazios, segundo dados da Aabic (Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios) divulgados pela Folha de S.Paulo.

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“Houve uma devolução em massa de imóveis, principalmente no terceiro e quarto trimestres. Estima-se que um quinto dos imóveis comerciais de São Paulo passaram por algum tipo de devolução ou redução de espaço”, afirma Tiago Alves, CEO da Regus & Spaces Brasil, marcas que fazem parte do grupo global IWG, especializado em coworkings.

A crise, porém, não foi tão dura para o negócio de espaços compartilhados. Segundo Alves, houve um aumento de 25% na demanda pelos serviços da Regus no mesmo período em que a vacância se acentuou no país. 

“A busca por flexibilidade é o grande ensinamento da crise. Isso porque as pessoas não querem mais alugar a longo prazo diante das incertezas da pandemia. Quem investiu dessa forma no ano passado já está sofrendo com o novo lockdown”, diz.

Alves argumenta que a recuperação mais acelerada do setor também é benéfica para o setor de FIIs – afinal, 50% do portfólio da Regus é de propriedade de fundos imobiliários. O CEO participou nesta sexta-feira, 12, do programa FIIs em EXAME ao lado do professor Arthur Vieira de Moraes, da EXAME Academy.

Hoje os espaços compartilhados representam apenas 4% do mercado imobiliário. Alves acredita, no entanto, que a pandemia deve acelerar a tendência, fazendo com que o modelo seja cada vez mais visto como um player relevante desse mercado.

“Nossa recuperação foi muito rápida porque as grandes empresas começaram a repensar o seu portfólio de escritórios como um todo. Considerando o novo cenário, a estimativa é que cerca de 30% dos imóveis comerciais sejam flexíveis até 2025”, afirma. 

Para Alves, a crise não deve prejudicar de forma permanente o mercado imobiliário corporativo – mesmo com o “home” cada vez mais sobreposto ao “office”. 

Para se adaptar ao novo normal, a estratégia da Regus é investir em espaços fora dos grandes centros, apostando em bairros residenciais e cidades satélites. O objetivo é aproximar os escritórios compartilhados das casas dos funcionários, mantendo parte da facilidade de acesso conquistada no home office.

Outra oportunidade de negócio é modificar os escritórios para entregar versões mais segmentadas. “A tendência do momento é o ‘squad office’, o escritório separado em times. O open office – onde todos os funcionários trabalhavam juntos – ainda deve demorar a retornar porque favorece a contaminação”, explica.

Ao longo do programa, Alves também comentou como foram as negociações da Regus com os FIIs no último ano por causa da crise e apresentou uma nova modalidade de escritórios: os digitais. Assista ao conteúdo completo aqui:

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