Commodities: flutuações nos preços podem ser influenciadas por diversos fatores globais. (chartchaik1/envato)
EXAME Solutions
Publicado em 25 de setembro de 2024 às 15h00.
Commodities são matérias-primas primárias e fundamentais para a economia global, como petróleo, ouro, soja, milho e gás natural, entre outros.
Investir em commodities é uma estratégia que pode oferecer diversificação aos investidores, mas é bom saber que se trata de uma opção com alta volatilidade. Por isso, esses ativos demandam um entendimento específico sobre seu funcionamento e os fatores que influenciam seu valor.
O investimento em commodities pode ser feito de duas formas principais: comprando o ativo físico (como barras de ouro) ou negociando contratos futuros.
No caso dos contratos futuros, o investidor adquire o direito de comprar ou vender uma determinada quantidade de uma commodity em uma data futura por um preço pré-estabelecido, apostando na valorização ou desvalorização dessa commodity ao longo do tempo.
Esses contratos abrangem uma variedade de segmentos, como energia (petróleo, gás, carvão), agricultura (milho, soja, boi) e metais (ouro, prata, bronze). Paula Zogbi, da fintech Nomad, que oferece serviços financeiros globais para brasileiros, explica que a precificação de cada commodity é determinada, principalmente, pela relação entre oferta e demanda, que pode ser afetada por fatores como sazonalidade, clima, mudanças políticas e eventos econômicos globais.
Para quem deseja investir em commodities no mercado internacional, existem algumas formas de acesso. A primeira é diretamente por meio de contratos futuros, o que exige uma conta em uma corretora que ofereça essa opção e a manutenção de uma margem financeira para cobrir eventuais oscilações no mercado.
Outra opção, mais acessível, é investir em ETFs (Exchange Traded Funds) focados em commodities.
Os ETFs oferecem uma maneira simplificada de investir em commodities, sendo negociados nas bolsas de valores como ações. No entanto, é fundamental entender as características de cada ETF: se ele investe diretamente na commodity ou em empresas ligadas a esse setor, se utiliza alavancagem (multiplicando os ganhos ou perdas) e quais são as taxas envolvidas.
Paula Zogbi recomenda que o investidor analise cuidadosamente essas particularidades antes de escolher um ETF de commodities.
Diferentemente de empresas, commodities normalmente não embutem uma geração de lucro futuro, então a escolha não depende da análise de fluxo de caixa, e sim da projeção do quanto aquele item deverá valer nos próximos meses.
“O determinante para investir em uma commodity é entender se a demanda irá aumentar ou a oferta irá diminuir, dois movimentos que tendem a valorizar o seu preço em uma data futura”, explica Zogbi.
“Por exemplo: em períodos de forte crescimento econômico, a tendência é que tanto o deslocamento da população quanto o transporte de produtos aumentem a demanda por commodities ligadas ao transporte, como o petróleo.
Por outro lado, a transição energética pode gerar uma diminuição nessa demanda no longo prazo. De maneira geral, então, a análise para investir em commodities está intimamente ligada ao estudo do cenário macroeconômico.”
Investir em commodities pode ser lucrativo, mas também envolve riscos. Esses ativos são conhecidos por sua volatilidade, pois são diretamente afetados por fatores globais como eventos políticos, desastres naturais e mudanças na política de exportação. Por isso, alerta Zogbi, é crucial que o investidor avalie seu perfil de risco e considere uma estratégia de diversificação.
Algumas commodities, como o ouro, são vistas como refúgios seguros em momentos de crise, enquanto outras, como petróleo e gás, tendem a oscilar junto com o mercado de ações, o que aumenta o risco. Assim, garantir que o portfólio esteja balanceado e diversificado é essencial para mitigar possíveis perdas.