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Clube recebe Luiz Aranha, da Moat: 'há um setor esquecido na bolsa'

Sócio e gestor da Moat Capital diz no podcast da EXAME Invest que há empresas com capacidade de repasse da inflação e pagadoras de dividendos que estão muito baratas na bolsa

Luiz Paulo Aranha, sócio e gestor da Moat Capital, em episódio do Clube, o podcast da EXAME Invest | Foto: EXAME Invest/YouTube/Reprodução (EXAME Invest/YouTube/Reprodução)

Luiz Paulo Aranha, sócio e gestor da Moat Capital, em episódio do Clube, o podcast da EXAME Invest | Foto: EXAME Invest/YouTube/Reprodução (EXAME Invest/YouTube/Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 2 de fevereiro de 2022 às 06h45.

Última atualização em 2 de fevereiro de 2022 às 07h19.

Há um setor à margem do hype dos investidores, tido como defensivo, mas que tem uma característica valiosa nos tempos atuais que parece ter sido esquecida por boa parte dos investidores: a capacidade de repassar a inflação para os preços.

É o setor de utilities, termo em inglês para empresas que prestam serviços públicos, como as de energia elétrica e as de saneamento. O alerta para o setor visto como uma oportunidade no atual momento foi dado por Luiz Paulo Aranha, sócio e gestor da Moat Capital, no novo episódio do Clube, o podcast semanal da EXAME Invest.

"A inflação correu solta e os papéis caíram. Mas são empresas com taxas de retorno muito altas, dividendos 'gordos' e que estão muito baratas", disse Aranha. A Moat é uma gestora que tem 5,2 bilhões de reais sob gestão em três fundos de ações, com um modelo de investimento de pulverização do portfólio na casa de centena de ativos.

Aranha foi recebido por Daniel Cunha, da área de Sales do BTG Pactual (BPAC11) e Bruno Lima, head de Equity Research do BTG Pactual digital.

"É um negócio pouco sexy e que está meio esquecido, mas, à medida que o tempo passa, vai ficando cada vez mais barato", afirmou o gestor.

"Gostamos muito de Neoenergia (NEOE3), de Sabesp (SBSP3) e de Alupar (ALUP11)", contou Aranha, que ainda citou outras companhias que considera atrativas.

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Na sua avaliação, mesmo o risco de uma eventual nova intervenção do próximo governo na formação de preços do setor elétrico, por exemplo, não chega a assustar, dado que isso já está em boa medida precificado nos papéis.

Aranha comentou ainda sobre o recente bom momento da bolsa brasileira em geral, que teve o Ibovespa subindo 7% em janeiro. Trata-se de um movimento que, segundo ele, pode persistir por mais tempo.

"Nós achamos que entramos em um ciclo em que emergentes ganham relevância em relação aos mercados desenvolvidos na tese do value vs. growth, em que o juro mais alto não necessariamente vai fazer com que o dólar se valorize", disse Aranha.

Ele avaliou que o Federal Reserve, o banco central americano, está em uma "sinuca de bico". "A alta de juros que o Fed consegue colocar no mercado talvez não seja suficiente para aplacar a inflação de 7%. O juro real ainda é muito negativo. Mas, se o Fed sobe muito o juro, joga o país em uma recessão", avaliou o gestor.

Um efeito dessa dinâmica se verifica na taxa de câmbio, em que o dólar se desvalorizou 30 centavos em questão de um mês -- encerrou na terça-feira, dia 1º, negociado a 5,27 reais, versus 5,57 reais no fechamento de 2021.

O sócio da Moat capital ponderou que "existe uma chance muito grande de uma desaceleração econômica no mundo", além do que está sendo colocado nos preços dos ativos, mas que esse eventual enfraquecimento da atividade impactaria menos os preços do petróleo do que de commodities como minério de ferro e celulose, por exemplo.

Isso acontece, destacou Aranha, porque que há um problema estrutural do lado da oferta de petróleo no mundo. "O investimento para manutenção da produção caiu muito nos últimos anos", apontou.

Saiba mais sobre a tese da Moat para os preços do petróleo e as suas ações preferidas do setor. Assista à integra do programa com Luiz Paulo Aranha, sócio e gestor da Moat Capital:

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