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Citi rebaixa Magazine Luiza (MGLU3) para venda e vê excesso de otimismo com papel

Segundo banco americano, a alta de mais de 55% da ação neste ano antecipa um ciclo muito positivo de demanda, que dificilmente vai se concretizar

Magalu: vendas online devem sofrer mais, acredita o Citi (Germano Lüders/Exame)

Magalu: vendas online devem sofrer mais, acredita o Citi (Germano Lüders/Exame)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 8 de abril de 2025 às 09h00.

Uma dose de cautela vai bem, acredita o analista de varejo do Citi, João Soares. Essa foi a razão para o banco americano rebaixar a recomendação das ações do Magazine Luiza (MGLU3) de neutro para venda.

Desde janeiro, as ações do Magalu subiram mais de 55% contra uma alta de apenas 4% do Ibovespa,refletindo uma menor taxa de desconto do papel  e alguma possível inflexão futura do macroeconômico no Brasil.

Mas para o Citi, “antecipar um ciclo positivo de demanda parece excessivamente otimista neste momento”.

O time do banco, escreve o analista, segue cauteloso com o macro brasileiro, prevendo que a demanda deve ser afetada por taxas de juros elevadas — pelo menos até o começo de 2026.

A projeção do Citi até prevê crescimento de vendas em mesmas lojas e ganho de market share por isso, mas acredita que o ambiente digital vai ser mais complexo. As vendas diretas (1P) devem crescer 4% e o 3P, que é o marketplace, apenas de 2,5% a 3%.

“Estamos observando uma concorrência acirrada no segmento de marketplaces, com o Meli crescendo cerca de 30% no Brasil, enquanto plataformas estrangeiras também avançam”, acrescenta o relatório.

Além do cenário mais difícil de crescimento operacional em 2025, a escalada do papel deixou a ação num patamar em que não há mais espaço para crescimento, de acordo com o Citi.

Soares e seu time reanalisaram a dívida líquida da varejista e seu valor de mercado, ajustando as estimativas para incluir os recebíveis descontados do LuizaCard/LuizaCred. “Após atualizar nossos números, vemos uma dívida líquida com recebíveis descontados totalizando 5,2x o EBITDA, ou um valor de mercado (EV) de R$18,7 bilhões (8,0/6,4x EV/EBITDA IAS 17 para 2025/26), o que reforça nossa visão de que a avaliação é exigente e confirma que as despesas financeiras devem ser mais elevadas em 2025 em comparação a 2024, apesar da contínua desalavancagem.”

O Citi também reduziu o preço-alvo de R$ 8 por ação para R$ 7,70, 24% abaixo da cotação de R$ 10,14 do fechamento de ontem.

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