Investimento no exterior: entenda as diferenças entre tesouros americanos e bonds corporativos. (fotog/Getty Images)
EXAME Solutions
Publicado em 14 de novembro de 2024 às 14h00.
Investir no exterior pode abrir um mundo de oportunidades para brasileiros que buscam diversificar seu portfólio. Entre as alternativas possíveis estão os treasuries e os bonds corporativos, opções com características distintas que se adequam a diferentes perfis de investidor.
Paula Zogbi, da fintech Nomad, que oferece serviços financeiros globais para brasileiros, explica as principais diferenças e os critérios a serem considerados ao escolher entre essas duas modalidades.
A diferença central entre treasuries e bonds corporativos está no emissor. Os treasuries, ou títulos do tesouro americano, são emitidos pelo governo dos Estados Unidos, enquanto os bonds corporativos são emitidos por empresas. Essa distinção faz com que o risco de crédito varie significativamente entre as duas opções.
“O tesouro americano é considerado o emissor de dívida com menor risco de inadimplência do mundo, devido à sua capacidade de imprimir dólares, que é a moeda forte de referência global”, explica Paula. “O mercado e as agências de classificação atribuem um risco praticamente nulo de não receber o valor prometido quando se compra uma dívida do tesouro americano.”
Em contrapartida, bonds corporativos estão sujeitos ao risco financeiro da empresa emissora: quanto mais sólida a saúde financeira da companhia, menor o risco de calote. Empresas com um histórico sólido e baixa taxa de dívida tendem a oferecer bonds de menor risco. Porém, “companhias com maior risco de crédito precisam remunerar seus credores com taxas mais elevadas em comparação com os treasuries”, complementa a especialista.
A escolha entre investir em treasuries ou bonds corporativos envolve alguns aspectos. Paula Zogbi indica alguns dos principais critérios que podem influenciar essa decisão:
Para escolher a melhor opção, é essencial conhecer o seu próprio perfil de investidor. Aqueles que priorizam segurança e liquidez imediata podem ver nos treasuries uma alternativa mais estável, especialmente em tempos de incerteza econômica. Por outro lado, investidores dispostos a correr um pouco mais de risco e focados em rentabilidade podem preferir bonds corporativos que oferecem uma remuneração maior como recompensa pelo risco.
Investir em ativos globais exige, antes de tudo, uma compreensão das diferenças entre as opções e dos impactos do risco, prazo e liquidez no retorno final. Avaliar esses critérios, como explica Paula Zogbi, é o primeiro passo para fazer uma escolha alinhada aos objetivos pessoais e ao perfil de risco de cada investidor.