Investir em dólar permite uma maior diversificação dos investimentos. (Nestea06/Envato/Divulgação)
EXAME Solutions
Publicado em 30 de outubro de 2024 às 12h27.
Última atualização em 30 de outubro de 2024 às 12h28.
Guardar dinheiro é uma das práticas mais essenciais para garantir segurança financeira e alcançar objetivos de longo prazo. Seja para formar uma reserva de emergência, realizar um grande sonho ou investir em oportunidades futuras, poupar é o primeiro passo rumo à liberdade financeira.
Em tempos de incerteza econômica e inflação elevada, a disciplina de economizar se torna ainda mais relevante, pois é a base para construir um patrimônio sólido.
Guardar dinheiro é fundamental, mas mantê-lo parado na conta corrente ou na poupança pode não ser a melhor estratégia a longo prazo. Isso porque a inflação corrói o poder de compra, e o rendimento da poupança raramente supera essa perda.
Portanto, buscar rendimentos mais atrativos e investir parte do dinheiro guardado é crucial para manter o valor do seu patrimônio.
Investir permite que seu dinheiro trabalhe para você, gerando mais recursos ao longo do tempo. Além disso, diversificar os investimentos em diferentes classes de ativos ajuda a mitigar riscos e potencializar ganhos.
Independentemente do seu estilo de vida, uma parte dos seus gastos será impactada pelas variações cambiais. Paula Zogbi, da fintech Nomad, explica: "Isso vale para quem viaja e para quem compra equipamentos importados, mas também é uma verdade para qualquer pessoa que faz supermercado, por exemplo, já que os insumos para a produção de muitos alimentos e o combustível usado para transportá-los são denominados em dólares."
Em outras palavras, a inflação no Brasil é altamente sensível à variação cambial.
Desde a criação do real, há 30 anos, a tendência de longo prazo para a nossa moeda foi de desvalorização em relação ao dólar.
"A parcela dolarizada do seu patrimônio não é apenas uma busca por melhores retornos e mercados diferentes, mas também uma proteção contra a perda do poder de compra no longo prazo", destaca Zogbi.
Isso vale tanto para investidores de alta renda quanto para o varejo tradicional, especialmente com o surgimento de plataformas como a Nomad, que democratizam o acesso a esses produtos.
Investir em dólar permite uma maior diversificação dos investimentos, com exposição a mercados desenvolvidos, mais líquidos e menos sujeitos aos riscos da economia doméstica. É uma forma de proteger e ampliar seu patrimônio em um cenário globalizado.
A decisão de quanto investir em dólar depende do perfil de cada investidor e dos objetivos financeiros. "Para a parcela do seu patrimônio mais arrojada e focada no longo prazo, fizemos um estudo que mostrou uma queda significativa de volatilidade da carteira ao investir cerca de 40% em ativos dolarizados", aponta Paula Zogbi. Isso significa que, se a parte arrojada do seu patrimônio representa 20% do total investido, faz sentido alocar 8% de todos os seus investimentos em ativos dolarizados.
Essa diversificação reduz o risco global da carteira e aumenta o potencial de retorno a longo prazo, tornando-se uma estratégia interessante para aqueles que desejam proteger seus ativos da volatilidade do mercado local.
Investir em dólar exige atenção e estratégia. "Investir em dólar é diferente de comprar dólar", alerta Paula Zogbi. Ao adquirir ativos na economia americana, você se expõe tanto ao risco cambial quanto ao risco do próprio ativo. Por isso, é fundamental conhecer seu perfil de investidor e acompanhar as recomendações de especialistas, além de observar a situação de cada mercado e o cenário macroeconômico.
Caso o investidor não tenha tempo ou conhecimento para escolher empresas específicas, uma alternativa é buscar ETFs (Exchange Traded Funds) que se alinhem ao seu perfil de risco. Esses fundos oferecem uma diversificação automática e podem ser uma boa porta de entrada para quem quer começar a investir no exterior.