(Germano Lüders/Site Exame)
Júlia Lewgoy
Publicado em 20 de fevereiro de 2019 às 12h00.
São Paulo - Na semana passada, as corretoras XP Investimentos e Rico, do Grupo XP — o maior grupo de investimentos do país — aumentaram seus investimentos mínimos, a contragosto de muitos investidores. O valor mínimo inicial para investir em títulos de bancos, como CDBs, LCAs e LCIs, saltou de R$ 3 mil para R$ 30 mil, na XP, e de R$ 1 mil para R$ 20 mil, na Rico.
Porém, desde terça-feira (19), o Grupo XP voltou atrás, após a reação de investidores. A aplicação mínima em títulos de bancos na XP e na Rico passou a ser de R$ 10 mil.
O valor mínimo inicial também tinha subido e foi reduzido novamente para outros produtos de renda fixa. Agora, na XP e na Rico, o investimento mínimo em títulos de crédito privado, como CRAs e CRIs, é de R$ 10 mil. Em COEs, a aplicação mínima é R$ 5 mil.
Os valores mínimos seguem os mesmos para fundos de investimento, Tesouro Direto, previdência privada, ações e futuros.
O aumento dos investimentos mínimos na semana passada foi um teste de receptividade e, por isso, não foi comunicado a clientes e a agentes autônomos de investimento, segundo o Grupo XP. A empresa diz que a alta é uma proteção para investidores.
Clientes pequenos costumam concentrar seu patrimônio em um único ativo, em vez de diversificar, como analistas recomendam. Assim, investem em títulos que não têm liquidez diária e não conseguem resgatar seu dinheiro a qualquer momento.
Subir a aplicação mínima é uma tentativa de impedir que os clientes menores comprem um único ativo sem liquidez diária. Ao investir em títulos públicos e fundos de investimento, por exemplo, o cliente pode resgatar seu dinheiro quando quiser.
"Na semana passada, subimos as aplicações mínimas por uma questão de diversificação. A alta continua, só fizemos alguns ajustes depois de entender o comportamento de um grupo de clientes para entender como reagiriam. Agora, chegamos ao patamar ideal", diz Gabriel Leal, sócio e head comercial e de relacionamento com o cliente da XP.
A XP foi uma das pioneiras ao criar um “shopping de investimentos online”, onde investidores poderiam encontrar diversos investimentos emitidos por diferentes instituições do mercado. Depois dela, diversas plataformas surgiram, com o objetivo de reduzir as aplicações mínimas iniciais e democratizar o acesso a investimentos. Em 2017, 49% da corretora foi comprada pelo banco Itaú, uma sinalização para o mercado de que a corretora tinha muito valor.
Comprada pela XP em 2016, a Rico cresceu baseada em uma proposta de simplificar investimentos de renda fixa por meio da internet. A corretora também foi uma das primeiras a oferecer taxa zero para Tesouro Direto e renda fixa no Brasil. No início do mês, a Rico criou um segmento especializado para atender investidores de alta renda.