Adesão à tarifa branca pode significar economia de 15,31%, mas se consumo não for bem gerenciado pode aumentar até 86% (Divulgação/Divulgação)
Marília Almeida
Publicado em 10 de novembro de 2021 às 13h17.
Última atualização em 11 de novembro de 2021 às 11h30.
A conta de luz está cara demais e vem desequilibrando o seu orçamento? Muita gente ainda desconhece, mas desde o início do ano passado a maioria dos domicílios brasileiros com energia elétrica no país pode aderir à tarifa branca, um regime de preços que pode deixar a conta de luz mais barata, dependendo do tipo de consumo de energia.
A medida, criada pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) oferece luz mais barata àqueles que a consumirem fora do horário de pico, período do dia quando o uso é mais intenso.
O regime tarifário, na verdade, está em vigor no Brasil desde o início de 2018, mas era válido apenas para quem tinha um alto nível de consumo mensal.
A opção é vantajosa para quem tem baixo uso de energia elétrica nos horários de ponta e intermediário. Caso o consumidor adote a tarifa e a conta de energia fique mais cara, pode pedir para retornar para a tarifa convencional.
A tarifa é opcional e cabe ao consumidor escolher se adere à mudança, explica o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).
Confira abaixo os detalhes sobre a tarifa e se ela vale a pena, de acordo com o Idec:
Até 2017, não fazia diferença na conta de luz se você usasse mais energia na parte da manhã ou da noite, na segunda ou no sábado. O preço era sempre o mesmo. Contudo, com a tarifa branca, o valor pode variar dependendo do horário e dia da semana.
Nos dias úteis, há três faixas de consumo, que mudam de acordo com a região: horário de pico, intermediário e fora do pico. Em São Paulo, por exemplo, o pico é das 17h30 às 20h30, o intermediário das 16h30 às 17h30 e das 20h30 às 21h30, e os demais horários são considerados fora do pico. Aos finais de semana e feriados nacionais, vale o valor do horário fora de pico.
Cada concessionária deve informar aos consumidores quais são as suas faixas de consumo.
A tarifa vinha sendo disponibilizada de forma gradual. Em 2018, a alternativa estava disponível para quem consumia 500 kwh por mês ou mais, considerando a média dos últimos 12 meses - geralmente, pequenos comércios, indústrias e casas grandes, que consomem mais energia - e domicílios novos, que não tem ligações elétricas.
Em 2019, o sistema passou a valer para quem consome de 250 a 500 kWh por mês, considerando a média dos últimos 12 meses. Esse grupo é representado por comércios e indústrias menores do que os estabelecimentos incluídos anteriormente.
Já em 2020, a modalidade passou a ficar disponível para a maioria dos brasileiros. Os dados sobre consumo podem ser verificados na conta de luz do consumidor.
A tarifa não é válida para a população que paga tarifa social - pessoas de baixa renda que já pagam uma tarifa menor e não economizariam com o sistema - e indústrias de grande porte.
A resposta vai depender dos hábitos de consumo de cada consumidor. Se uma família utiliza mais energia no período da manhã e da tarde, por exemplo, a tarifa branca pode ser uma boa alternativa, pois não coincide com o horário de pico da região.
Algumas concessionárias disponibilizam em seus sites simuladores para que os consumidores confiram se a tarifa é benéfica. Além disso, os usuários podem fazer testes para verificar se o sistema vale a pena.
Confira se a tarifa branca compensa para você com a calculadora desenvolvida pelo Idec
A conta pode subir bastante se o consumo não for gerenciado. Segundo cálculos do Idec, considerando as tarifas da Enel SP, no limite, a economia com a adesão à tarifa branca pode ser de 15,31%, mas se não for bem gerenciado pode aumentar até 86%.
Caso desejem retornar ao sistema convencional, a concessionária deverá reestabelecê-lo em até 30 dias.
O consumidor que queira optar pela tarifa branca deve procurar a concessionária de energia de sua região por telefone ou em um posto de atendimento.
A empresa tem 30 dias para instalar, gratuitamente, o aparelho que mede o consumo nas diferentes faixas de horário.
Caso o usuário já tenha aderido ao sistema, desistiu, e pretende retornar, o prazo será de 180 dias.