Minhas Finanças

Vivo muda regra da meia-entrada no cinema e clientes reclamam

Consumidores dizem que não foram avisados sobre as mudanças no programa Vivo Valoriza. Confira seus direitos e o que diz a empresa

Cinema: Meia-entrada no Vivo Valoriza passou a valer só para quem gasta a partir de 150 reais por mês (Wavebreakmedia Ltd/Thinkstock)

Cinema: Meia-entrada no Vivo Valoriza passou a valer só para quem gasta a partir de 150 reais por mês (Wavebreakmedia Ltd/Thinkstock)

Júlia Lewgoy

Júlia Lewgoy

Publicado em 17 de outubro de 2017 às 15h00.

Última atualização em 17 de outubro de 2017 às 15h54.

São Paulo - Uma ida ao cinema tem se tornado motivo de decepção para clientes da Vivo. Consumidores que tinham 50% de desconto nos ingressos do Cinemark reclamam que a empresa mudou as regras da meia-entrada do programa Vivo Valoriza e não avisou.

Até julho, todos os clientes que gastavam a partir de 70 reais por mês nas linhas de celular pós-paga e controle da Vivo tinham direito à meia-entrada nos ingressos do Cinemark. Com a nova política, o desconto passou a valer somente para clientes que gastam a partir de 150 reais por mês, em planos pós pago e controle de celular, telefone fixo, internet e TV.

“Após dez anos como cliente fiel da empresa, descobri no cinema que não tinha mais direito à meia-entrada. Um verdadeiro desrespeito. Em nenhum momento a Vivo me avisou sobre a mudança por mensagem ou ligação”, conta o comerciante de Manaus Amir Zahi.

Consumidores de todo o Brasil se queixam que não foram avisados sobre a mudança no site Reclame Aqui. Há cerca de 1.000 reclamações sobre o Vivo Valoriza não respondidas na plataforma.

O que fazer

O regulamento oficial da utilização do benefício do Cinemark no programa Vivo Valoriza não especifica como os clientes são categorizados de acordo com o seu gasto médio mensal, o que abre brechas jurídicas para questionar a operadora, segundo o advogado do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) Rafael Zanatta.

“Não há um documento jurídico claro que explique as mudanças nas condições de acesso ao programa”, diz.

Além disso, segundo uma norma da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a empresa precisa avisar seus clientes com 30 dias de antecedência sobre qualquer mudança em suas promoções, por mensagem de texto.

Por isso, segundo o Idec, os consumidores que não foram avisados pela empresa sobre as mudanças na regra do programa podem registrar uma reclamação no Procon da sua cidade, que pode multar a operadora. Os clientes também podem denunciar o caso na Anatel, que pode pedir que a empresa faça uma revisão do seu regulamento.

“É importante levantar a bandeira em órgãos oficiais para mostrar o crescimento do problema e evitar que isso aconteça de novo”, diz Zanatta.

A advogada da Proteste Livia Coelho ressalta que os consumidores precisam ser claramente informados sobre as mudanças e que o aviso não pode ser unilateral. “A empresa precisa dar a oportunidade para o consumidor analisar se tem ou não intenção de continuar naquele contrato”, explica.

O que diz a Vivo

A Vivo informou, em nota, que comunicou as mudanças a todos os clientes cadastrados no Vivo Valoriza 30 dias antes do início da vigência das alterações, por meio de e-mail marketing e SMS. A Vivo diz que também criou um site para comunicar as novas regras e comunicou as mudanças via banner no site do Vivo Valoriza.

Segundo a empresa, a última alteração realizada no Vivo Valoriza ocorreu a partir da segunda quinzena de julho, “com o objetivo de gerar uma experiência ainda mais completa para os clientes”.

A operadora justificou que “as regras do programa foram simplificadas e passaram a valer para todos os clientes que possuem serviços e produtos contratados com a Vivo (TV, internet, linha fixa, Vivo Pós-pago, e Vivo Controle)”, e não somente para planos de telefonia móvel.

Por isso, segundo a operadora, “as categorias do programa (Silver, Gold, Platinum e V) foram adequadas, considerando a soma total do gasto do cliente com a empresa”.

A Vivo acrescentou que “os produtos fixos passaram a valer pontos, aumentando o potencial de acúmulo do cliente”. Assim, “os pontos podem ser trocados por serviços e descontos na operadora, que podem gerar até 600 reais de economia no ano”.

Os pontos também podem ser “transferidos para a Multiplus para resgate de passagem aérea ou resgatados em diversas experiências, como acesso a pré-estreias de cinema, peças de teatro, shows, eventos esportivos e restaurantes”.

Acompanhe tudo sobre:AnatelCinemadireito-do-consumidorIdecProconPromoçõesReclame AquiVivo

Mais de Minhas Finanças

Mega-Sena sorteia prêmio de R$ 3,5 milhões nesta quarta-feira

Fila do INSS sobe e chega a quase 1,8 milhão; aumento em três meses é de 33%

Mega da Virada 2024 inicia apostas com prêmio recorde de R$ 600 milhões

Influenciadoras de Wall Street: como elas estão democratizando as finanças pessoais