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Venda de imóveis será incentivada por juros baixos, diz setor imobiliário

Atualmente, as taxas do financiamento imobiliários variam de 6,5% ao ano até 8% ao ano nos grandes bancos

Imóveis: especialistas afirmam que as taxas atrativas incentivarão consumidor a comprar pós pandemia (Germano Lüders/Exame)

Imóveis: especialistas afirmam que as taxas atrativas incentivarão consumidor a comprar pós pandemia (Germano Lüders/Exame)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 28 de abril de 2020 às 17h36.

A venda e compra de imóveis em todo o país deve retomar o ritmo de crescimento até o final do ano. Apesar do cenário ser ainda muito incerto em relação ao retorno da atividade econômica, especialistas do setor imobiliário se mostram otimistas e acreditam que a crise não deve penalizar fortemente o setor. 

Basilio Jafet, presidente do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), afirma que não ainda não é possível mensurar o impacto da pandemia de coronavírus (covid-19) no setor.

Mensalmente, o Secovi-SP divulga uma pesquisa sobre as vendas de novas unidades residenciais na capital paulista. Os dados de março ainda não foram apresentados, mas é esperado que o resultado seja bem inferior aos dados de janeiro e fevereiro deste ano. “A compra de um imóvel é uma enorme responsabilidade. As visitas as unidades caíram 70%, o que é super compreensível. Ninguém compra um imóvel sem poder visitar.” 

Se as visitas físicas caíram, a busca online por imóveis registraram um aumento expressivo. No Imovelweb, site de compra e aluguel de imóveis, houve um aumento na busca por imóveis de 68% nesta última semana de abril, frente ao mesmo período de março. 

Para Tiago Galdino, diretor financeiro do Imovelweb, este aumento não significa que negócio será fechado rapidamente, mas é um forte indicador no processo do ciclo da compra de um imóvel.  “Nas primeiras semanas de março, houve uma queda de 33% nas buscas de imóveis no portal porque ninguém saiba o que iria acontecer. Já em abril, nota-se um início de recuperação.” 

Juro e estoque baixos

A possível recuperação do setor imobiliário se deve principalmente pela taxa de juros estar no menor patamar da história. Com a Selic em 3,75% ao ano, as taxas do financiamento imobiliários variam de 6,5% ao ano até 8% ao ano nos grandes bancos, o que é considerado bem atrativo ao consumidor. 

A Caixa também anunciou uma carência de seis meses (180 dias) para o início do pagamento das prestações de financiamento de imóveis novos para todas as linhas de crédito habitacional do banco. “Quem está empregado e já pensava comprar o imóvel, a oportunidade é agora. Se a Selic subir, o juro do financiamento imobiliário sobe também”, acrescenta Galdino.

Somado a isso, atualmente, o mercado imobiliário apresenta um estoque baixo de imóveis. Em São Paulo, por exemplo, em fevereiro, o número de imóveis em estoque (aqueles que não foram vendidos até três anos após o lançamento) era de 30.750. Em dezembro do ano passado, o estoque era de 34.019. 

Com a oferta baixa de imóveis, a expectativa é que não haja queda no preço do metro quadrado, Além disso, Jafet acrescenta que incorporadoras estão capitalizadas e com menos dívidas. “Os lançamentos foram postergados e os custos que envolvem a construção de um imóvel subiram nos últimos dois anos.”

Vem comprar 

Para incentivar a venda no setor, construtoras e incorporadoras iniciaram uma operação nacional de estímulo à compra de imóveis. A campanha “Vem Morar”, articulada pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e pela Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC) tem parceria com a Caixa e inclui tanto imóveis econômicos e unidades do programa Minha Casa Minha Vida quanto empreendimentos de alto padrão com desconto mínimo de 3.000 reais sobre o valor do imóvel.

A iniciativa terá duração inicial de 60 dias e visa não apenas preservar o emprego como, também, gerar novos postos de trabalho na construção civil durante a pandemia pelo novo coronavírus.

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