Novo Uno: Modelo da Fiat tem a menor perda de valor após um ano de uso (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 20 de novembro de 2014 às 15h11.
São Paulo - O Fiat Uno é o carro que menos perdeu valor após um ano de uso, entre dezembro de 2012 e dezembro de 2013, segundo o último ranking de depreciação da Agência AutoInforme/Molicar. As versões Way 1.4 e Attractive 1.4 se desvalorizaram apenas 8,7% no período.
Na outra ponta, o Citroën C4 Pallas (versão Exclusive 2.0) tem a maior desvalorização, perdendo 24% do seu valor no mesmo período.
A lista da Agência AutoInforme/Molicar engloba 495 versões de carros do mercado nacional. Para chegar aos resultados, a AutoInforme compara os preços pelos quais os modelos eram vendidos em dezembro de 2012, quando eram zero-quilômetro, e os preços pelos quais passaram a ser vendidos em dezembro de 2013, quando já eram seminovos.
Os valores são retirados da Tabela Molicar, uma das principais referências sobre os preços praticados no mercado, tanto de veículos novos, quanto usados.
Segundo o estudo, a depreciação média dos carros entre dezembro de 2012 e dezembro de 2013 foi de 14,2%.
A Fiat é a montadora que tem mais modelos entre os 10 carros que perdem menos valor. Além de três versões do Fiat Uno, também aparecem três versões do Fiat Grand Siena entre as dez menores taxas de depreciação da lista.
Também se destacam pela baixa perda de valor o Chevrolet Celta, que é o terceiro modelo menos depreciado - com desvalorização de 9,1% nas versões LS e LT -, o Fiat Punto (-9,7%) e o Volkswagen Gol (-9,8%).
A Citroën é a marca que mais aparece entre os 10 carros que perdem mais valor, com quatro versões do C4 Pallas e uma do C4 Grand Picasso.
Modelos como Kia Carnival, Fiat Linea Turbo e Chevrolet Malibu também estão entre os dez modelos com maior depreciação.
Veja a seguir a tabela de depreciação referente ao período de dezembro de 2012 a dezembro de 2013, segundo o levantamento da AutoInforme:
Tabela de depreciação Agência AutoInforme 2013.doc by EXAME.com
Populares perdem menos
A depreciação de um carro, assim como de outros bens de consumo, é relacionada à lei de demanda e oferta. Quanto maior a demanda, menor será a diferença entre o preço do carro zero-quilômetro e o do seminovo e quanto menor a procura, maior a diferença de preço entre as versões novas e usadas.
É por isso que os carros populares costumam perder menos valor. "Os carros mais vendidos têm grande volume de procura no mercado de usados. O Gol, por exemplo, é muito procurado por diversos motivos. E as pessoas que querem comprar esse carro, mas não têm 30 mil reais, buscam no mercado usado", explica Joel Leite diretor da Agência AutoInforme.
Já os carros de maior valor, depreciam mais por ter menor procura. Mas exceções podem existir. Conforme explica Joel Leite, alguns modelos podem ser disponibilizados para venda em pequenas quantidades. Com a oferta reduzida, a demanda é pressionada e o preço sobe.
"O Honda CR-V e o Mitsubishi ASX, por exemplo, tiveram poquíssima oferta no mercado, então eles acabaram sendo vendidos quase pelo preço do zero-quilômetro. Mas, obviamente isso não se perpetua. A montadora sabendo da demanda aumenta a oferta", comenta Joel.
Ele acrescenta que a demora na pronta-entrega também influencia diretamente na procura do carro no mercado de seminovos. "Olhando hoje, o Chevrolet Tracker e o Volkswagen Golf estão passando por isso. O Golf demora demais para ser entregue, por isso o usado é vendido por um preço alto", diz.
A importância do valor de revenda
Joel Leite ressalta que, para o comprador brasileiro, o valor de revenda tem um peso especialmente importante por causa do menor poder aquisitivo.
"Para a maioria dos compradores, que buscam o carro popular, de 30 mil reais, a compra é quase um investimento. O carro é quase uma garantia de patrimônio: 'na hora do desespero, eu vendo meu carro', por isso é muito importante comprar um carro que tenha liquidez", diz Leite.
A mesma preocupação já deixa de existir entre os compradores de veículos de segmentos superiores, segundo o diretor da Agência AutoInforme. "Quem compra uma Mercedes sabe que depois de três anos perde metade do carro. A pessoa acha ruim, um absurdo, mas continua comprando", comenta.