Minério de ferro da Vale extraído da Serra Nacional dos Carajás: Corretoras esperam que a Vale divulgue resultados positivos no próximo dia 6 (Marcos Issa/Bloomberg News)
Da Redação
Publicado em 30 de dezembro de 2013 às 09h12.
São Paulo - A ação mais sugerida nas 20 carteiras recomendadas recebidas por EXAME.com foi a Vale, indicada por 13 corretoras. A Petrobras foi o segundo papel mais sugerido, presente em 11 portfólios, seguida pelo Itaú, que figurou em nove carteiras.
No mês de outubro, o Ibovespa, principal índice de referência da Bolsa, teve valorização de 3,66%, acumulando queda de 10,99% no ano. Poucas carteiras registraram performance negativa no último mês, mas quase metade das corretoras teve um desempenho abaixo do índice.
Entre os fatores que levaram à alta da Bolsa no mês, analistas destacaram: o otimismo com a mudança na metodologia de preços dos combustíveis da Petrobras; a expectativa de mais ganhos com a saída da OGX do Ibovespa, já que as quedas da empresa e o seu forte peso na composição vinham puxando o índice para baixo; e o anúncio do banco central americano (FED) de que os estímulos econômicos não serão retirados tão cedo, o que acalmou os mercados internacionais, que temem uma fuga dos investidores para os Estados Unidos com a menor liquidez da moeda americana a nível mundial.
Em novembro, as corretoras destacam que as atenções devem se voltar para a continuação das divulgações de balanços corporativos nacionais, que trarão setores importantes como construção civil e empresas relevantes, como Vale, CSN e Banco do Brasil. Também estarão no foco dos mercados os dados de inflação domésticos e a divulgação de indicadores econômicos nos Estados Unidos, que podem incorporar impactos da paralisação do governo e das disputas políticas.
Ações mais recomendadas
Assim como em outubro, a ação mais recomendada para novembro foi a Vale, presente em 13 das 20 carteiras. Entre as justificativas para a recomendação, os analistas citam a divulgação dos resultados do terceiro trimestre de 2013, que acontece no dia 6 deste mês. Eles esperam que os números apresentados sejam positivos como consequência de três fatores: o corte de custos da empresa, a melhora do volume de minério exportado; e a apreciação do dólar frente ao real.
Também pesou na sugestão das corretoras a formação sólida da companhia, que é a segunda maior mineradora do mundo e a maior produtora mundial de minério de ferro.
A Petrobras foi a segunda ação mais sugerida para novembro, figurando em 11 das 20 carteiras. A Concórdia resume bem o quadro da empresa: “A Petrobras surpreendeu positivamente o mercado, não com o pífio lucro líquido registrado, mas com a notícia de que uma nova fórmula de reajuste dos combustíveis pode estar vindo por aí. Se de fato ocorrerá, descobriremos no próximo capítulo, mas o ponto é que, se confirmado, tirará um peso relevante dos ativos, além de trazer melhor equilíbrio ao Caixa”, afirmaram os analistas no relatório mensal.
A mudança na metodologia de reajuste dos preços, que será definida até o próximo dia 22, foi usada como justificativa para a recomendação da ação por todas as corretoras que sugeriram os papéis da petrolífera.
Recomendado em nove carteiras, o Itaú Unibanco é o banco queridinho das corretoras. O fato de ser o maior banco privado brasileiro em volume de ativos e não carregar o risco de intervenção do governo, como o Banco do Brasil, coloca sua ação em posição de destaque, segundo os analistas. A tendência de alta da taxa Selic, que permite a prática de maiores juros, e o menor nível de inadimplência em relação a seus pares também são questões que pesam para a indicação dos papéis, segundo os relatórios.
Ação mais retirada
A BRF (Brasil Foods), que foi a terceira ação mais recomendada do mês passado (figurando em 12 das 25 carteiras), neste mês foi retirada de cinco dos 20 portfólios e aparece apenas em três carteiras recomendadas para novembro. A retirada do ativo ocorreu sobretudo pela divulgação de resultados aquém das expectativas em outubro.
Ainda assim, algumas corretoras acreditam que o mercado teve uma reação excedida, conforme expõe a Omar Camargo no relatório mensal: “Aumentamos o peso de Klabin [...] e BRF (reação exagerada do mercado pós-resultado do 3T13 [terceiro trimestre de 2013], que fui ruim, mas já mostrou avanços na geração de caixa).”
No mês passado, as corretoras citavam que a empresa pode obter importantes ganhos com a inauguração do centro de inovação em Jundiaí (SP), que deve otimizar sua distribuição, e também com o novo plano de reestruturação, que deve agregar até 1,6 bilhão de reais por ano aos seus resultados a partir de 2016. A empresa também é vista como uma posição defensiva, já que ela possui uma elevada participação de mercado.
Veja no vídeo a seguir para quais objetivos é indicado o investimento em ações:
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