Minhas Finanças

Vale e Itaú são as ações mais sugeridas para março

Dentre as 22 carteiras de ações recebidas por EXAME.com, Vale e Itaú, seguidos por Ambev, BB Seguridade, BRF e Pão de Açúcar foram os ativos mais recomendados


	Minério de ferro da Vale: Corretoras acreditam que o real depreciado e os projetos de redução de custo devem gerar bons retornos para as ações da Vale
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Minério de ferro da Vale: Corretoras acreditam que o real depreciado e os projetos de redução de custo devem gerar bons retornos para as ações da Vale (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 7 de março de 2014 às 08h46.

São Paulo - A Vale (VALE5) foi a ação mais sugerida pelas corretoras para o mês de março. Dentre as 22 carteiras recomendadas de ações recebidas por EXAME.com, a mineradora foi sugerida em 13. 

O Itaú Unibanco (ITUB4) foi a segunda ação mais indicada para o mês, presente em 12 portfólios. E em terceiro lugar, com nove recomendações, aparecem empatados: Ambev (ABEV3), BB Seguridade (BBSE3), BRF (BRFS3e Pão de Açúcar (PCAR4). 

Entre os motivos citados para a recomendação da Vale, os mais recorrentes foram o fato de a empresa se beneficiar do câmbio desvalorizado, já que boa parte de sua receita é proveniente de exportações e também as perspectivas de bons retornos resultantes das diversas iniciativas da direção atual para redução dos custos estruturais da companhia. 

Apesar do risco que a desaceleração da economia chinesa representa para a empresa, analistas afirmaram que a China deve manter a expansão do PIB superior a 7% sustentando a demanda pelo minério de ferro. Além disso, a gradual recuperação das economias europeia e americana também pode aumentar o potencial de exportação da mineradora.

Novamente aparecendo como o banco mais recomendado, o Itaú é sugerido, segundo as corretoras, por se destacar entre seus concorrentes. Conforme ressaltado no relatório da Guide (ex-Indusval): "No setor dos grandes bancos o Itaú apresenta o maior Retorno sobre o Patrimônio (ROE) e, como outros do setor, continua a apresentar uma melhora significativa na qualidade da carteira de crédito nos últimos trimestres". 

O banco apresentou bons resultados no seu balanço do quarto trimestre, com destaque para o ROE de 23,7%. As corretoras também ressaltam que, com as recentes elevações na taxa básica de juros, os níveis de spread - diferença entre o custo que os bancos têm para captar dinheiro e o custo repassado a quem toma dinheiro emprestado - estão se recuperando. 

A Ambev foi fortemente sugerida por ser uma ação com perfil defensivo. Líder de mercado no setor de bebidas, a empresa não sofre tanto como outras empresas os reflexos do ambiente macroeconômico, mantendo forte geração de caixa e distribuindo altos dividendos mesmo em cenários mais pessimistas. 

Analistas de mercado também estão otimistas com as perspectivas de aumento do consumo de bebidas com a demanda extra da Copa do Mundo e com o clima atipicamente quente desse início de ano.

O BB Seguridade também aparece como uma das ações preferidas para março. Por atuar no setor de seguros, que ainda tem baixa penetração na população, analistas acreditam que a empresa tem forte potencial de crescimento. A ação também se destaca pela alta capilaridade, já que seus produtos são vendidos nas agências do Banco do Brasil. 

Também indicada por nove corretoras a BRF é sugerida pela sua forte posicão no setor de alimentos e pelas expectativas de bons retornos para este ano diante da implementação de um projeto de reestruturação da empresa. 

Conforme ressaltou Abilio Diniz, presidente do conselho da companhia, 2013 foi o "ano de arrumar a casa" para que os resultados possam surpreender o mercado em 2014


O Pão de Açúcar, por sua vez, é visto com bons olhos por ser a maior rede varejista do país, com atuação no setor de alimentos, bens duráveis, e-commerce e mercado imobiliário.

Conforme ressalta o relatório da Bradesco Corretora, a atuação em diversas frentes e com ativos de qualidade permite ao grupo entregar bons resultados, mesmo em meio a um cenário complexo.

Segundo a corretora, a companhia está bem posicionada para continuar a entregar um crescimento acima da média do mercado no setor de alimentos; no setor de bens duráveis é de longe o participante com maior escala com a ViaVarejo; no segmento de e-commerce a Nova Pontocom tem boas vantagens competitivas, já que pode aproveitar a força da ViaVarejo; e no setor imobiliário, a GPA Malls & Properties, que administra os ativos imobiliários da rede, favorece a operação do grupo e ajuda a alavancar a rentabilidade da empresa.

Cenário

O Ibovespa fechou o mês de fevereiro em queda pelo quarto mês consecutivo, registrando desvalorização de 1,14%. Mesmo fechando o mês em baixa, o resultado foi melhor do que no mês de janeiro, quando a bolsa recuou 7,51%. 

Entre os destaques negativos de fevereiro podem ser citados: a visão negativa do banco central norte-americano, o Fed, que afirmou que o Brasil é um dos mais vulneráveis a choques externos; os dados que indicam o enfraquecimento da economia chinesa; e o risco de racionamento de energia no Brasil.

Apesar dos fatores negativos, as corretoras começam o mês de março mais otimistas em função de fatores como: a definição da meta de superávit primário de 2014, que mostra um maior empenho do governo em recuperar sua credibilidade; a estabilização do ciclo de altas da taxa Selic; a mensagem do Banco Central de que as reservas internacionais do país poderão ser usadas para conter a depreciação do Câmbio; e o crescimento do PIB do quarto trimestre acima das expectativas.

Ainda que as perspectivas estejam mais animadores do que no mês de feveriro, as corretoras continuam cautelosas, por isso seguem sugerindo ações mais defensivas, de empresas líderes de mercado e de companhias pouco afetadas pelo ambiente macroeconômico, como as empresas de setores com demanda inelástica.

Em março, os analistas afirmam que serão monitorados os dados da China, a próxima reunião do FED e a visita de um representante da agência de rating Standard & Poor's, que talvez resulte em uma revisão da nota soberana do Brasil.  

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