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Vai viajar para o exterior? Veja se é hora de comprar dólar

Diante da disparada da moeda americana, quem tem viagem marcada para fora do país deve se prevenir para evitar prejuízos


	Pessoa conta notas de dólar: diante da disparada da moeda americana, viajantes devem se prevenir para evitar prejuízos
 (Gary Cameron/Reuters)

Pessoa conta notas de dólar: diante da disparada da moeda americana, viajantes devem se prevenir para evitar prejuízos (Gary Cameron/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 24 de julho de 2015 às 18h48.

São Paulo - Quem já tem uma viagem marcada para o exterior nos próximos meses deve se planejar para comprar dólares o quanto antes e diminuir o risco de ter prejuízos com novas altas da moeda norte-americana.

Caso o viajante ainda não tenha a quantia total que será utilizada para pagar as despesas da viagem, deve ao menos começar a comprar a moeda, mesmo que aos poucos e conforme o volume de recursos disponíveis, diz Alexandre Fialho, diretor da corretora Cotação. “Assim, é possível diminuir prejuízos causados por eventuais altas da moeda”.

Apesar de o dólar ter fechado o pregão desta sexta-feira (24) cotado a 3,349 reais, o maior valor em 12 anos, Sidnei Nehme, diretor da corretora NGO e especialista em câmbio, estima que a desvalorização do real em relação ao dólar deve continuar.

Apesar de economistas acreditarem que o dólar encerrará o ano cotado a 3,23 reais, de acordo com o boletim Focus, divulgado pelo Banco Central no início da semana, Nehme estima que a cotação da moeda americana possa chegar a 3,40 reais até o final de 2015.

A alta pode ser ainda maior caso o Brasil perca o grau de investimento, nota atribuída por agências de classificação de risco que indica que o país ainda oferece baixo risco aos investidores. Para chegar a essa nota, as agências analisam uma série de fatores que mostram a capacidade do país de honrar suas dívidas.

Uma eventual perda dessa classificação provoca saída de dinheiro aplicado no país e desvaloriza o real, diz Nehme. "Muitos fundos de investimento estrangeiros não podem aplicar dinheiro em países que não têm grau de investimento e serão obrigados a retirar dinheiro do país”.

Alta expressiva

A cotação da moeda americana começou a subir com maior intensidade na quarta-feira (22), quando o dólar registrou alta de 1,86% e encerrou o pregão cotado a 3,22 reais.

A alta foi um reflexo da redução da meta fiscal, que indica que o governo terá maior dificuldade para fechar o ano no azul e pagar os juros da dívida, aumentando a probabilidade de perda do grau de investimento.

Para Nehme, a classificação de risco do país tem grandes chances de ser alterada. “Apesar de a situação das contas públicas já estar negativa há algum tempo, as agências mantiveram o grau de investimento do país com a expectativa de que a nova equipe econômica colocasse a economia no eixo, mas a situação piorou”,  afirma. 

Dicas ajudam a economizar

Para evitar custos adicionais, ao dividir a compra de dólares é importante buscar bancos e corretoras de câmbio que não cobram taxas administrativas, ou que, ao menos, cobram tarifas mais baixas.

Uma maneira de pesquisar é  qual instituição financeira oferece as condições mais vantajosas é pesquisar o Valor Efetivo Total (VET) da operação, que inclui todos os custos envolvidos na compra. A comparação das taxas pode ser feita no site do Banco Central.

O viajante também deve preferir comprar dinheiro em espécie para pagar uma alíquota menor do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Enquanto em operações de cartões pré-pagos e cartões de crédito a alíquota do tributo é de 6,38%, na compra de moeda em espécie é de 0,38%.

De qualquer forma, é recomendável levar uma parte do dinheiro da viagem no cartão pré-pago, por questões de segurança. 

A vantagem do cartão pré-pago é congelar a cotação da moeda na hora da recarga, diferente do cartão de crédito internacional, que utiliza a cotação do dia de fechamento da fatura e é desaconselhável em um cenário de alta da moeda.

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