Vista da Torre Eiffel, em Paris: Viagem ficou mais acessível após desvalorização da moeda ante o real (Mike Hewitt/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 27 de janeiro de 2015 às 14h44.
São Paulo - A desvalorização do euro ante o real pode ser uma oportunidade de compra da moeda para quem planeja viajar para a Europa neste ano.
Desde o dia 16 de dezembro do ano passado, quando o euro atingiu sua maior cotação dos últimos seis meses (3,43 reais), a moeda oficial dos países da União Européia passou a registrar queda até atingir o valor de 2,92 reais nesta segunda-feira (26).
Ou seja, o euro ficou 14,73% mais barato para os brasileiros no período, de acordo com a cotação média divulgada diariamente pelo Banco Central
A cotação do BC serve como referência para analisar as oscilações da moeda, mas é diferente da cotação praticada por corretoras de câmbio e bancos na venda de euros para pessoas físicas.
Nesta terça-feira (27), o preço do euro variava entre 3,03 reais e 3,10 reais em sites de corretoras.
A queda da moeda européia já vinha sendo causada pelo aumento da desconfiança de investidores sobre a recuperação da economia dos países do bloco, mas se intensificou a partir da semana passada com o anúncio do pacote de estímulos do Banco Central Europeu (BCE) para a região.
Tempo até a viagem define a compra
Caso o passeio para a Europa esteja marcado para os próximos três meses, Ricardo Pereira, consultor financeiro do Programa Consumidor Consciente da Mastercard recomenda comprar a moeda agora.
Mas se faltarem mais de três meses, ele acredita que o melhor a fazer é adiar a compra. "É preferível deixar o dinheiro aplicado no banco", diz Pereira.
Ele afirma que o euro pode se desvalorizar mais até o final do ano conforme surtirem os efeitos do pacote econômico anunciado pelo BCE.
Além disso, com a tendência de alta da taxa Selic, os investimentos de renda fixa que acompanham os juros estão gerando ótimos retornos. Portanto, mesmo que a cotação do euro volte a subir, o ganho obtido na renda fixa compensaria essa eventual alta.
Assim, é preferível investir os recursos para a viagem e surfar na onda dos juros altos, a comprar os euros e correr o risco de ter prejuízos com a oscilação da moeda.
Sidnei Nehme, economista da corretora NGO, diz que ainda é cedo para estimar qual será a intensidade da desvalorização do euro. “É melhor esperar mais um pouco para decidir sobre a compra da moeda caso falte mais tempo para a viagem”.
Precaução
No caso de viajantes que ainda não têm em mãos o dinheiro necessário para as despesas da viagem, especialistas indicam comprar a moeda aos poucos para não ficar refém de eventuais flutuações de preços.
Dessa forma, o viajante pode aproveitar tanto uma eventual desvalorização da moeda como pode evitar prejuízos caso a compra seja deixada para a última hora e o preço do euro suba mais do que o esperado.
A compra pode ser dividida em duas, três ou quatro parcelas, mas é aconselhável verificar os custos envolvidos nas conversões, uma vez que as instituições financeiras podem cobrar taxas administrativas proporcionais ao valor da transação.
A comparação das taxas pode ser feita no site do Banco Central, que divulga o Valor Efetivo Total (VET - taxa que inclui todos os custos da operação) cobrado por cada instituição.