Minhas Finanças

3 tipos de intercâmbio possíveis com pouco dinheiro

Au pair, work experience e estágios no exterior são opções baratas para quem quer fugir da rotina, melhorar o segundo idioma e ganhar experiência


	O sonho de fazer um intercâmbio pode estar a menos dólares de distância do que se pensa
 (Thinkstock/Peshkova)

O sonho de fazer um intercâmbio pode estar a menos dólares de distância do que se pensa (Thinkstock/Peshkova)

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Da Redação

Publicado em 27 de julho de 2015 às 06h00.

São Paulo - Com a economia em crise, é cada vez mais difícil juntar dinheiro para o sonho de estudar e morar no exterior por um tempo. No entanto, engana-se quem pensa que para fazer um intercâmbio é preciso ter uma grande poupança.

EXAME.com listou algumas opções de intercâmbio e experiências internacionais que exigem baixo investimento para quem sonha em cruzar as fronteiras, mas tem um orçamento que não permite ir muito longe. 

Programas de au pair, work experience e mesmo opções de estágios no exterior podem ser boas saídas para quem não guardou recursos suficientes para passar uma temporada estudando em outro país, mas não quer dispensar a oportunidade de praticar o segundo idioma.

Au pair

Ser uma espécie de babá das crianças da casa, levá-las e trazê-las da escola, além de brincar com elas nas horas vagas. Esse é o trabalho de au pair em uma família americana.

Na agência CI Intercâmbio e Viagem, com um investimento de apenas 250 dólares (que inclui o valor da passagem aérea), é possível passar um ano letivo nos Estados Unidos, recebendo uma ajuda de custo de 195 dólares por semana, e ainda fazer um curso pago pela família contratante.

Os cursos pagos pelas famílias costumam ser focados em temas simples, como artesanato por exemplo, mas segundo a diretora educacional da CI, Teresa Fulfaro, são uma excelente oportunidade para aprender mais sobre a cultura do país e praticar o idioma.

Para aderir a esse tipo de intercâmbio, o candidato deve ter entre 18 e 26 anos de idade, ensino médio completo, possuir carteira de motorista, ter ao menos 300 horas de experiência com crianças, além de ser do sexo feminino -- raramente, homens são selecionados pelas famílias.

Caso a intercambista tenha experiência como professora no Brasil, também existem opções de programas especiais. É o caso do “au pair extraordinária”, da agência Experimento. Nesse caso, é cobrada uma taxa de inscrição de 795 reais, que pode ser parcelada em até dez vezes, mais 860 dólares que cobrem a passagem, documentos e treinamento de dois dias em Nova York.

Nesse programa, a au pair recebe cerca 250 dólares por semana, além de ganhar uma bolsa de estudos para um curso de sua escolha, no valor de 1.000 dólares. O prazo também é maior: em vez de passar apenas o ano letivo (que dura 9 meses), a intercambista fica um ano inteiro nos Estados Unidos.

Work Experience

Para quem não atende às exigências de um programa de au pair, ou simplesmente deseja uma experiência diferente no exterior, existe a opção de passar alguns meses de férias, trabalhando em lanchonetes, estações de sky, parques aquáticos e hotéis.

A temporada dura de três a quatro meses e o salário pode ajudar a compensar os gastos com as passagens -- ou, ao menos, parte deles. Com taxas que partem de 4.670 reais, mais a passagem aérea, estudantes universitários podem sair do país com contratos de trabalho já fechados, nos quais receberão entre 8 e 12 dólares por hora, o que soma de 900 a 1.500 dólares por mês.

Caso o estudante mostre confiança para se comunicar bem com clientes em inglês, é possível alcançar as vagas como as de garçom ou de recepcionista de hotel, nas quais o participante ainda pode contar com a generosidade das gorjetas americanas.

Cerca de 30% do salário recebido acabam sendo gastos com estadia, segundo o gerente de produtos da CI, Eduardo Frigo. Mas ele garante que, se o estudante for focado em seus objetivos econômicos, ele pode até conseguir fazer uma pequena poupança em dólares.

Para esse tipo de intercâmbio, é preciso estar matriculado no Ensino Superior há pelo menos um semestre e ter inglês intermediário. O ideal, de acordo com o diretor da IE Intercâmbio, Marcelo Albuquerque, é que o estudante procure as agências no período de novembro a março, pois há mais chances de conseguir vagas de trabalho.

Estágios no Exterior

Para quem está mais focado na carreira e quer aproveitar a viagem para ampliar sua experiência profissional, existem programas de estágio que exigem investimento baixo perto do retorno que oferecem.

A Abipe (Associação Brasileira de Intercâmbio Profissional e Estudantil) gerencia no Brasil o programa de estágios da IAESTE (International Association for the Exchange of Students for Technical Experience), que envia estudantes brasileiros para o exterior e recebe estrangeiros aqui.

Para participar deste programa, é necessário estar matriculado no ensino superior e pagar a taxa de 120 reais para se inscrever na IAESTE. Uma vez selecionado, o estudante deve quitar taxa de aquisição de vaga, que custa cerca de 1.990 reais, que é sempre a mesma, independentemente do período em que o participante ficará no exterior.

Os estagiários costumam receber até 700 euros por mês e se alojam em repúblicas, apartamentos e casas de famílias indicadas pela própria IAESTE com custos mais acessíveis. Apesar do idioma exigido na maioria das vagas ser o inglês, o programa alcança mais de 80 países, sendo que, em alguns casos da América Latina, é necessário falar espanhol.

O único curso universitário para o qual esse programa não oferece vagas é o de Medicina. Mas a maioria das oportunidades aparece para cursos de tecnologia e engenharia. Dentre os destinos possíveis, estão Alemanha, Espanha, Portugal e países do leste europeu.

Nem tudo é de graça

Apesar de ser possível ter experiênciass internacionais gastando pouco, o planejamento é o principal aliado dos viajantes.

"Nós, brasileiros, somos um povo que historicamente viaja e gasta muito. Chega a ser ingênuo achar que não vai haver gastos extras", diz o consultor financeiro André Massaro. Ele ressalta que fazer um orçamento da viagem é essencial para controlar os gastos.

No orçamento, é indicado colocar na ponta do lápis, além dos custos de moradia, alimentação e transporte, gastos como “lugares para conhecer” e atividades extra-curriculares, justamente para saber qual o nível de flexibilidade financeira possível durante a temporada no exterior.

Como guardar dinheiro

No entanto, se nenhuma das opções ecônomicas para viajar se encaixam no bolso do viajante, o jeito é se programar com mais antecedência e guardar dinheiro. André Massaro indica que o futuro intercambista invista em fundos cambiais, que são ativos financeiros em dólar, euro ou qualquer outra moeda.

Outro conselho é não tentar especular o câmbio. Esperar a moeda desejada subir ou cair é arriscado e dificilmente dá certo. Ao comprar as moedas aos poucos, o viajante consegue formar uma cotação média da moeda e não corre o risco de ter de fazer a conversão em um momento de baixa do real.

O ideal é começar a adquirir a tal moeda desde o momento em que se decide viajar.

Como levar o dinheiro

Pagamentos internacionais, com cartão de crédito ou débito, e saques em moeda estrangeira têm o IOF de 6,38%, um valor mais alto do que a compra da moeda do Brasil, cuja alíquota do imposto é de 0,38%. 

O consultor André Massaro diz que, a partir de dois ou três meses de viagem, já é mais vantajoso abrir uma conta no país de destino e enviar o dinheiro por transferência bancária. Isso porque, ao andar com altas quantidades de dinheiro em papel, corre-se o risco de assaltos e perdas, além de outros imprevistos que podem estragar o intercâmbio.

Na hora de abrir a conta no exterior, porém, um caminho seguro é procurar um banco brasileiro com subsidiárias no exterior. Assim é possível ter mais confiança nas transações bancárias.

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