Ele também pondera que o uso do cartão para compras via e-commerces e marketplaces facilita a atuação de criminosos por não necessitar de senha (Chronis Jons/The Image Bank/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 22 de setembro de 2023 às 09h52.
Mais da metade das tentativas de fraude (51,5%) no mês de julho ocorreu no setor de "Bancos e Cartões" (focado na abertura de contas e solicitação de emissão de cartões de crédito), resultando em uma ocorrência a cada 6,6 segundos. O levantamento foi feito pela Serasa Experian e obtido com exclusividade pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
O segmento de "Bancos e Cartões" é visado pelos fraudadores por possibilitar novos tipos de golpes sem deixar rastros, segundo Caio Rocha, diretor de Produtos de Autenticação e Prevenção à Fraude da Serasa Experian.
Ele também pondera que o uso do cartão para compras via e-commerces e marketplaces facilita a atuação de criminosos por não necessitar de senha.
No total, o Brasil teve 785.289 tentativas de fraude em julho, um crescimento de 3,4% ante junho. Após "Bancos e Cartões", os setores que contabilizaram mais tentativas de fraude foram "Serviços" (27,8%), seguido por "Financeiras" (15,8%), "Varejo" (3,6%) e "Telefonia" (1,4%).
Segundo o diretor de Produtos de Autenticação e Prevenção à Fraude da Serasa Experian, é difícil cravar se esse movimento vai perdurar nos próximos meses, mas o segmento de "Bancos e Cartões" tem sido um dos mais afetados há algum tempo - em todos os meses desde janeiro de 2023 foi o que registrou mais ocorrências de tentativas de golpe - por trazer essa possibilidade de motivar novos golpes, associados a essa primeira abertura de conta ou cartão fraudulento.
Rocha ainda explica que o nicho "Financeiras" está mais relacionado a financiamentos, enquanto "Varejo" diz mais respeito ao braço financeiro, como private label e iniciativas financeiras de empresas de varejo. Já "Serviços" engloba aqueles que não estão dentro dos segmentos anteriores, como seguros.
No recorte por idade, os brasileiros entre 36 e 50 anos foram os alvos mais frequentes, com 35,8% das investidas mal sucedidas. "Normalmente é a faixa etária economicamente mais ativa, então os fraudadores têm mais acesso a dados ou recursos desse nicho para tentar golpes", afirma Rocha.
Apenas o Rio Grande do Sul não registrou crescimento de tentativas de fraude em julho, com o indicador recuando 0,8% ante base mensal. Já o Distrito Federal foi a unidade federativa com maior crescimento (+8%) no mês, que pulou de 18.120 registros para 19.065.
O DF também concentra a maior parte de ocorrências a cada milhão de habitantes, com 6.019 tentativas. Em seguida, aparecem Santa Catarina (5.119) e Mato Grosso (4.931). No Brasil como um todo, foram registradas 3.631 tentativas de fraude a cada um milhão de habitantes.
Rocha pontua que as empresas têm investido bastante em tecnologia de autenticação e prevenção de fraudes, mercado este que movimenta centenas de milhões de reais, segundo estimativas da Serasa.
O diretor de Produtos e Autenticação e Prevenção à Fraude da Serasa menciona ainda que, mais recentemente, as marcas têm investido também na educação do consumidor a respeito da proteção de dados para evitar golpes. "Tem casos de bancos que foram até mesmo tentar uma comunicação direta com o consumidor na televisão", afirma Rocha.
Nesta sexta-feira, o fraudômetro da Serasa Experian estima que 2023 soma mais de 6,9 milhões de tentativas de fraude de identidade.