Minhas Finanças

Selic sobe para 9,00%; veja como ficam poupança e renda fixa

Para taxas de juros superiores a 8,50% ao ano, rendimento da poupança volta ao fixo de 0,5% ao ano mais TR


	Moedas: poupança volta a ter remuneração fixa de 0,5% ao mês, mais TR
 (Andrew Harrer/Bloomberg)

Moedas: poupança volta a ter remuneração fixa de 0,5% ao mês, mais TR (Andrew Harrer/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de agosto de 2013 às 20h12.

São Paulo – O Banco Central elevou, nesta quarta, a taxa básica de juros (Selic) de 8,50% para 9,00% ao ano, ativando o gatilho que provoca a mudança na remuneração da caderneta de poupança, e elevando o rendimento das demais aplicações de renda fixa atreladas aos juros, como os CDBs pós-fixados, fundos DI e Letras Financeiras do Tesouro, vendidas via Tesouro Direto.

O aumento de 0,50 ponto percentual foi dentro do esperado pelo mercado, e o suficiente para fazer a poupança voltar a remunerar segundo a antiga regra. Em vez de pagar 70% da Selic mais Taxa Referencial (TR), a caderneta torna a pagar a remuneração fixa de 0,50% ao mês mais TR. Essa será a rentabilidade da poupança para qualquer cenário de juro acima de 8,50% ao ano.

Veja como fica a rentabilidade das aplicações de renda fixa a partir de agora:

  Velha Poupança* Nova Poupança* CDB 90% do CDI Fundo DI com taxa de 1,0% a.a. Tesouro Direto
6 meses 3,04% 3,04% 3,07% 3,02% 3,29%
12 meses 6,17% 6,17% 6,45% 6,40% 6,94%
18 meses 9,39% 9,39% 10,18% 10,14% 10,97%
24 meses 12,72% 12,72% 13,85% 13,85% 14,94%
25 meses 13,28% 13,28% 14,91% 14,93% 16,09%

(*) A TR foi considerada zero, pois varia de acordo com a data de aniversário da aplicação e, atualmente, a taxa média mensal tem se aproximado de zero.

(**) Foi considerado o investimento por meio de corretoras que não cobram taxa de administração para aplicações no Tesouro Direto

As rentabilidades da tabela estão líquidas de Imposto de Renda, cobrado a todas as aplicações de renda fixa, com exceção da poupança. A caderneta não tem custos nem sofre incidência de IR. Foi considerada uma taxa CDI equivalente à taxa Selic, uma vez que as duas taxas costumam ficar próximas.

Repare que, mesmo em um prazo de até seis meses, quando a alíquota de IR é a mais alta (22,5%), as demais aplicações de renda fixa pós-fixadas ganham ou praticamente se igualam à poupança. Quanto mais o juro subir, mais crescerá essa distância, e menos atrativa será a caderneta de poupança em qualquer prazo.

Claro que com o juro mais alto a TR não será igual a zero. Nos últimos dias, a taxa de correção já não tem ficado zerada. Mesmo assim, enquanto a Selic estiver com um dígito, a TR ainda deve ser modesta, uma vez que sua forma de cálculo a puxa para baixo

No momento, CDBs que paguem a partir de 90% do CDI já são mais rentáveis que a poupança em qualquer prazo. Abaixo desse percentual, o produto não apresenta vantagem nos prazos mais curtos, por causa do IR. Já os fundos DI precisam cobrar no máximo 0,9% ao ano de taxa de administração para serem mais vantajosos que a poupança em qualquer prazo. Isso considerando um fundo que renda 100% do CDI.


Pelo mesmo raciocínio, para que as Letras Financeiras do Tesouro (LFTs) sejam mais vantajosas que a poupança em qualquer prazo, é preciso que a corretora não cobre mais que 0,6% ao ano de taxa de administração. Algumas chegam a “cobrar” taxa zero.

Mas para quem está disposto a deixar o dinheiro aplicado por mais de um ano, a corretora pode cobrar uma taxa de até 1,1% ao ano que o Tesouro Direto mantém sua vantagem sobre a poupança. Isso porque o Tesouro Direto já tem um custo fixo, a taxa de custódia de 0,3% ao ano, cobrada pela Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC).

Outros títulos do Tesouro Direto podem continuar apanhando

A perspectiva de alta de juros vem prejudicando a rentabilidade dos títulos do Tesouro Direto que se beneficiam da expectativa de queda na Selic. O aumento da pressão inflacionária, incrementada com a recente alta do dólar, se tornou uma ameaça para o ciclo de cortes nos juros iniciado em meados de 2011, e há quatro reuniões o Copom eleva a taxa Selic.

Como são esperadas novas altas para a taxa de juros, é possível que esses títulos apanhem ainda mais. Os analistas ouvidos pelo último Boletim Focus, do Banco Central, projetam uma Selic de 9,50% para o fim de 2013.

A maior parte dos títulos prefixados (LTNs e NTN-Fs) e dos títulos que tem parte da remuneração prefixada e a outra parte atrelada à inflação (NTN-Bs) acumulam quedas no ano. A NTN-B Principal com vencimento em 2035, por exemplo, teve queda de 21,66% em 2013. Já a NTN-F com vencimento em 2023 acumula uma queda de 7,73%. No ano passado, quando os juros ainda estavam em queda, a NTN-B com vencimento em 2050 chegou a valorizar 50%.

Isso não significa necessariamente que quem comprou esses títulos pelo Tesouro Direto vai perder dinheiro. A perda só ocorre se o investidor vender o título antes do vencimento em um momento de baixa. Caso carregue o título até o vencimento, o investidor vai receber exatamente a rentabilidade acordada no momento da compra.

Acompanhe tudo sobre:aplicacoes-financeirasCDBEstatísticasFundos de investimentoFundos DIIndicadores econômicosPoupançaSelicTesouro Direto

Mais de Minhas Finanças

Resultado da Mega-Sena concurso 2.817; prêmio é de R$ 3,4 milhões

Nova portaria do INSS suspende por seis meses bloqueio de benefícios por falta de prova de vida

Governo anuncia cancelamento do Bolsa Família para 1.199 candidatos eleitos em 2024

Nota Fiscal Paulista libera R$ 39 milhões em crédito; veja como transferir o dinheiro