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Selic sobe para 11%; veja como ficam poupança e renda fixa

Alta da taxa básica de juros aumenta ainda mais a vantagem das aplicações de renda fixa frente à poupança


	Cofre de porquinho: aplicações de renda fixa ampliam vantagem sobre poupança
 (Divulgação/Imovelweb)

Cofre de porquinho: aplicações de renda fixa ampliam vantagem sobre poupança (Divulgação/Imovelweb)

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Da Redação

Publicado em 2 de abril de 2014 às 20h13.

São Paulo – A rentabilidade das aplicações de renda fixa mais seguras vai aumentar a partir desta quarta-feira e ganhar ainda mais vantagem em relação ao rendimento da caderneta de poupança. É o caso dos CDBs pós-fixados, dos fundos DI e das Letras Financeiras do Tesouro (LFT), títulos públicos negociados via Tesouro Direto.

O motivo é o fato de o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) ter elevado a taxa básica de juros, a Selic, de 10,75% para 11,00% ao ano. CDBs, fundos DI e LFTs têm sua remuneração ligada a esta taxa, e pagam mais conforme a Selic sobe.

O rendimento da poupança, por sua vez, continua inalterado, já que quando a Selic é maior ou igual a 8,50% ao ano, a nova poupança paga sempre 0,50% ao mês mais Taxa Referencial (TR), a mesma remuneração atribuída aos depósitos feitos até 4 de maio de 2012, que seguem a regra antiga (saiba calcular a rentabilidade da poupança).

A alta de 0,25 ponto percentual da taxa Selic ficou dentro das expectativas dos analistas consultados pela pesquisa Focus do Banco Central.

Veja as rentabilidades das aplicações de renda fixa pós-fixadas (atreladas à Selic) com a Selic em 11,00%:

Período Velha Poupança* Nova Poupança* CDB 90% do CDI Fundo DI com taxa de 1,0% a.a. Tesouro Direto
6 meses 3,35% 3,35% 3,73% 3,76% 4,03%
12 meses 6,80% 6,80% 7,88% 8,00% 8,54%
18 meses 10,38% 10,38% 12,49% 12,73% 13,55%
24 meses 14,07% 14,07% 17,06% 17,48% 18,55%
25 meses 14,70% 14,70% 18,38% 18,85% 19,99%

(*) Foi considerada uma TR de 0,05% ao mês, que é a TR acumulada nos últimos 30 dias, segundo cálculo feito na ferramenta Calculadora do Cidadão do Banco Central. Mesmo assim, como a TR varia diariamente, ela pode ser diferente para cada poupador, pois vale a TR da data de aniversário da poupança.

(**) Foi considerado o investimento por meio de corretoras que não cobram taxa de administração para aplicações no Tesouro Direto.

As rentabilidades estão líquidas de Imposto de Renda (IR), que é cobrado em todas as aplicações de renda fixa mostradas na tabela, à exceção da poupança. Foi considerada uma taxa de CDI equivalente à taxa Selic, uma vez que as duas taxas costumam ficar próximas.

As simulações mostram que, mesmo em um prazo de até seis meses, quando a alíquota de IR é a mais alta (22,50%), todas as aplicações relacionadas na tabela têm rendimento superior ao da poupança.

Isso ocorre porque, enquanto o rendimento da poupança não muda depois que a Selic atinge os 8,50% ao ano, as outras aplicações acompanham as variações da Selic em qualquer patamar que ela estiver.

No entanto, vale frisar que o CDI costuma ficar um pouco abaixo da Selic. Por exemplo, nos últimos 12 meses, o CDI acumulado foi de 8,61%, enquanto que a Selic acumulada do mesmo período foi de 8,76%.

Isso significa que CDBs e fundos DI que acompanham de perto o CDI possivelmente terão uma rentabilidade um pouco menor do que aquela mostrada na tabela. O parâmetro para as LFTs, no entanto, é a Selic mesmo.


Condições para a rentabilidade bater a da poupança

Para serem mais rentáveis que a poupança em qualquer prazo, os CDBs devem pagar pelo menos 82% do CDI. Se os bancos oferecerem remunerações menores do que essa, já compensa mais investir na caderneta.

Já os fundos DI só deixam de ser mais vantajosos do que a poupança se tiverem taxa de administração superior a 2,00% ao ano. Isso considerando um fundo que renda 100% do CDI.

E para que as LFTs sejam mais vantajosas do que a poupança em qualquer prazo, a taxa de administração não pode ser maior que 1,60% ao ano. Algumas corretoras, inclusive, chegam a isentar o investidor dessa taxa (veja o ranking das taxas cobradas por cada corretora). 

Já se o investimento for feito em um período maior do que um ano, quando o IR vai para 17,50%, mesmo com uma taxa de até 2,00% ao ano - taxa máxima cobrada pelas corretoras para negociação via Tesouro Direto - a LFT vai superar a poupança.

Vale lembrar que o Tesouro Direto já tem um custo fixo, a taxa de custódia de 0,30% ao ano, que é cobrada pela Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC). Atualmente, nenhuma corretora cobra mais que 2,00% ao ano de taxa de administração pelo Tesouro Direto.

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