São Paulo - A taxa básica de juros (Selic) subiu 0,5 ponto porcentual, para 13,25%, segundo anúncio feito nesta quarta-feira (29) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.
A alta da taxa deixa o retorno obtido pelo investidor da poupança ainda menos atrativo em comparação ao registrado em outras aplicações de renda fixa, também consideradas seguras (veja os melhores investimentos para quem não quer correr riscos esse ano).
Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) com taxas pós-fixadas, fundos DI e o Tesouro Selic (antiga LFT), título público negociado pelo Tesouro Direto, acompanham a variação da Selic. À medida que a taxa básica de juros sobe, o rendimento dessas aplicações aumenta.
Já a caderneta deixou de acompanhar os juros quando a Selic ultrapassou o patamar de 8,5% ao ano. Quando a taxa é maior do que 8,5%, o rendimento da poupança é mantido em 0,5% ao mês mais o valor da Taxa Referencial (TR), cujo valor fica próximo a zero.
Quando a Selic é menor ou igual a 8,5%, depósitos que foram feitos na caderneta a partir do dia 4 de maio de 2012 rendem 70% da taxa básica de juros mais o valor da TR. Aplicações anteriores a essa data rendem 0,5% ao mês mais o valor da TR.
A alta de 0,5 ponto porcentual da taxa básica de juros nesta quarta-feira era um consenso desde o início do mês entre instituições financeiras e analistas que participaram da pesquisa Focus, divulgada semanalmente pelo Banco Central.
Veja a seguir o retorno das aplicações de renda fixa que acompanham a taxa básica de juros com a Selic aos 13,25% ao ano:
(*) Foi considerado o valor de 0,06% ao mês para a TR, segundo parâmetros adotados pela Anefac
(**) Rendimentos válidos para investimentos em corretoras que não cobram taxas de administração para aplicações no Tesouro Direto.
Os valores apresentados na tabela já são líquidos de Imposto de Renda (IR), que é cobrado em todas as aplicações, com exceção da poupança, que é isenta do imposto.
A simulação mostra que as rentabilidades de CDBs, fundos DI e Tesouro Selic são maiores do que a registrada na caderneta em qualquer prazo.
Para aplicações de até seis meses é cobrada a alíquota máxima do IR, de 22,5%. Quanto maior o prazo de investimento, menor é a alíquota do IR cobrada, o que torna essas aplicações ainda mais rentáveis do que a caderneta.
De acordo com a tabela regressiva do IR, o valor de aplicações a partir de seis meses e inferiores a 12 meses é tributado em 20%. Se o investimento tiver prazo maior do que 12 meses e menor do que 24 meses, a alíquota cai para 17,5%. Já aplicações acima de 24 meses são tributadas em 15%.
Foram considerados na tabela o mesmo valor para a taxa DI e a Selic, que geralmente têm comportamento semelhante. No entanto, há uma pequena diferença entre as duas taxas que servem como referência para o rendimento das aplicações de renda fixa. Nos últimos 12 meses, por exemplo, enquanto a taxa DI rendeu 11,37%, a Selic registrou 11,45%.
Ou seja, os rendimentos de aplicações em CDBs e fundos DI, que acompanham a taxa DI, podem ser um pouco menores do que os apontados na simulação, que utiliza como parâmetro a taxa Selic. A diferença pode ser maior no caso de investimentos realizados em prazos maiores.
Já a rentabilidade do Tesouro Selic, negociadas no Tesouro Direto, é a mesma apontada na tabela, pois sua remuneração varia exatamente conforme a Selic.
Quando os rendimentos das aplicações são maiores do que o da caderneta
Para ser mais rentável do que a poupança, independentemente do prazo de investimento, os CDBs oferecidos pelos bancos devem pagar, ao menos, 70% da taxa DI. Caso a instituição financeira ofereça uma remuneração menor ao investidor, pode valer mais a pena deixar o dinheiro aplicado na poupança (calcule o rendimento da caderneta).
Fundos DI que tenham rendimento de 100% do CDI são mais vantajosos do que a poupança se as taxas de administração cobradas pela instituição financeira não passarem de 3,7% ao ano.
Já o Tesouro Selic é mais rentável do que a poupança se o valor da taxa de administração cobrada for de até 3,4% ao ano. O porcentual máximo que pode ser cobrado por corretoras na compra de títulos públicos pelo Tesouro Direto é de 2%.
Atualmente, a maioria das instituições financeiras cobra até 0,5% pelo investimento. Algumas até isentam investidores da taxa (veja o ranking das taxas cobradas para a compra e venda de títulos).
Além da taxa de administração, que varia conforme a corretora escolhida, o investidor paga uma taxa fixa de 0,3% ao ano para custódia dos títulos na Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC).
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1. Leitura obrigatória
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1/10 (Stock.xchng / nkzs)
São Paulo – Existem diversas opções de investimentos para fazer o dinheiro trabalhar a seu favor. Mas, para conseguir tirar o melhor proveito do que o mercado oferece e dos recursos que você possui, é preciso investir com sabedoria. M
ais do que isso, entender qual é a real complexidade das aplicações financeiras é essencial para evitar prejuízos que podem ser irremediáveis. Se mesmo para quem trabalha com investimentos o mercado financeiro se mostra bastante complexo, é certo que quem investe sem noção alguma do que está fazendo tem pouquíssimas chances de se sair bem. A pedido de EXAME.com, Paulo Bittencourt, diretor técnico da Apogeo Investimentos, e leitor
assíduo de livros de economia e finanças selecionou 10 livros que são pontos de partida cruciais para quem quer começar a investir e deseja entender mais profundamente o universo das finanças. Veja a seleção e deixe seu comentário caso você tenha outras indicações.
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2. "Salve-se quem puder"
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2/10 (Divulgação Companhia das Letras)
Autor: Edward Chancellor “Uma sugestão para quem quer conhecer as principais crises econômicas, desde a Mania das Tulipas, de 1637. O livro é muito divertido e de narrativa agradável. Revela como podemos ser influenciados por bolhas e como somos manipulados facilmente. Foi publicado no final da década de 1990, mas ainda assim é bem atual. Como os capítulos são independentes, o leitor pode pular algum trecho sem comprometer o entendimento de outro” - comentário de Paulo Bittencourt
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3. "O Investidor Inteligente"
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3/10 (Reprodução)
Autor: Benjamin Graham “É um livro direcionado a investidores que desejam conhecer os pensamentos de Benjamim Graham - considerado o criador da profissão de analista de investimentos e guru de Warren Buffett, um dos mais bem-sucedidos investidores de toda a história -, sem entrar muito no mérito da sua paixão por análise técnica e modelos quantitativos. É uma obra básica para os investidores fundamentalistas, que desejam ganhar prêmios com análises profundas de empresas e setores. Não traz uma fórmula mágica de modelo para investir, mas revela como procurar investimentos com valor no tempo” - comentário de Paulo Bittencourt
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4. "Manias, Pânico e Crashes"
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4/10 (Reprodução)
Autor: Charles P. Kindleberger "O livro apresenta um quadro histórico das crises e bolhas financeiras muito interessante. O leitor vai perceber que a frequência e dimensão dessas crises vai aumentando à medida que o sistema econômico baseado no Capital vai se ampliando pelo mundo. Não foi por coincidência que umas das primeiras crises descritas é a que ocorreu Holanda no início do Século XVII, onde havia um sofisticado mercado financeiro e mercantil. O autor demonstra como podem haver aspectos em comum em eventos tão distintos, mas com fundamentos muito semelhantes entre si" - comentário de Paulo Bittencourt
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5. "O Mercado das Crenças"
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5/10 (Raul Junior/EXAME)
Autor: Eduardo Giannetti “‘O Mercado das Crenças’ é indicado para aqueles que desejam conhecer os desafios das estimativas econômicas e seu impacto nos investimentos. Faz uma crítica a certos aspectos das análises a que somos submetidos no dia a dia. Sob certo aspecto, faz uma avaliação fria sobre o mercado e sobre a eterna tentativa de se prever as tendências” - comentário de Paulo Bittencourt
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6. "Os Exuberantes Anos 90"
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6/10 (Germano Luders / EXAME)
Autor: Joseph Stiglitz “O livro escrito por Joseph Stiglitz pode ser indicado aos investidores que desejam saber como a crise atual foi construída a partir da desregulamentação do mercado americano e como a bolha imobiliária já vinha se formando há tempos. É voltado a um investidor com certo conhecimento do mercado e dos fatos que ocorreram nestas duas últimas décadas” - comentário de Paulo Bittencourt
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7. "O Valor do Amanhã"
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7/10 (Divulgação/Divulgação)
Autor: Eduardo Giannetti “Em ‘O Valor do Amanhã’ é feita uma análise muito profunda sobre a percepção das pessoas com relação às taxas de juros. É quase uma análise filosófica do tema. O livro mostra como a influência dos juros não se resume apenas ao mundo das finanças, mas, nas palavras de Gianetti, é presente ‘[...] nas mais diversas e surpreendentes esferas da vida prática, social e espiritual, a começar pelo processo de envelhecimento a que nossos corpos estão inescapavelmente sujeitos'. Segundo ele, a noção de juros "está inscrita no metabolismo dos seres vivos e permeia boa parte do seu repertório comportamental". O que o leva a refletir sobre as preocupações do cidadão brasileiro e o imediatismo presente em nossas relações, invocando questões como: ‘gastar dinheiro agora e pagar depois ou pagar agora e gastar depois?'” - comentário de Paulo Bittencourt
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8. "Iludido pelo Acaso"
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8/10 (Wikimedia Commons / YechezkelZilber)
Autor: Nassim Nicholas Taleb "Neste livro, anterior ao já bem conhecido “Cisne Negro”, Nassim Taleb faz uma longa análise do mercado de ações e da fixação que os investidores possuem em encontrar padrões de comportamento que permitam 'prever' o preço futuro. O livro é repleto de bons exemplos de como facilmente nos convencemos de que certos fatos vão se repetir da maneira que desejamos" - comentário de Paulo Bittencourt
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9. "Finanças Comportamentais"
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9/10 (Divulgação)
Autor: Aquiles Mosca "As nossas decisões de investimento nem sempre seguem critérios técnicos e lógicos. Pelo contrário, muitas vezes seguimos modelos mentais que se baseiam em premissas com viés pessoal e carregados de conceitos pré-formados. Aquiles Mosca procura desmitificar muitas dessas 'manias' dos investidores revelando como a intuição e as decisões de investimento com base em padrões passados podem levar ao fracasso dos nossos investimentos" - comentário de Paulo Bittencourt
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10. Agora veja os livros lançados em 2012
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10/10 (Dreamstime)