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Selic fica nos 14,25%; veja quanto R$ 2 mil rendem hoje

Copom mantém taxa Selic nos 14,25%; veja quanto R$ 2 mil rendem na poupança e em outros investimentos de renda fixa no atual patamar da taxa


	Cofrinhos: Selic fica nos 14,25% e poupança continua perdendo de outros investimentos de renda fixa
 (Thinkstock/Argonavt)

Cofrinhos: Selic fica nos 14,25% e poupança continua perdendo de outros investimentos de renda fixa (Thinkstock/Argonavt)

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Da Redação

Publicado em 20 de janeiro de 2016 às 19h30.

São Paulo - Novamente, a taxa básica de juros da economia, Selic, foi mantida aos 14,25%, segundo anunciou o Comitê de Política Monetária (Copom) na noite desta quarta-feira (20). Sem alterações, a poupança continua perdendo de outras aplicações de renda fixa do mercado, que são beneficiadas pelo alto patamar da taxa básica.

Analistas de mercado esperavam que a taxa fosse elevada em 0,5 ponto percentual, no entanto, Alexandre Tombini, presidente do Banco Central, divulgou uma nota na terça-feira (19) dizendo que o anúncio do FMI - que aumentou a projeção de queda da economia brasileira - seria levado em conta na decisão do Copom. Assim, as projeções passaram a ser de aumento de 0,25 ponto percentual ou manutenção da taxa.

Esta é a quarta vez seguida que o Copom anuncia a manutenção dos juros, que subiram pela última vez em julho do ano passado, quando a Selic foi elevada de 13,75% para os atuais 14,25% ao ano.

Entre as aplicações conservadoras que se aproveitam do alto patamar da taxa podem ser citados os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) com taxas pós-fixadas, os fundos DI e o Tesouro Selic (antiga LFT), título público negociado pelo Tesouro Direto. Os três investimentos têm seu rendimento atrelado à taxa Selic ou à taxa DI, que segue comportamento semelhante ao da taxa Selic.

Já o retorno da caderneta só fica em linha com a taxa Selic quando ela é menor ou igual a 8,5% ao ano. Pela regra atual, a caderneta rende 70% da taxa Selic mais a Taxa Referencial (TR) quando a taxa básica é inferior ou igual a 8,5% ao ano e quando a taxa é maior do que 8,5%, o rendimento da poupança é de 0,5% ao mês mais a TR.

Para mostrar como a poupança está desvantajosa em relação a outros investimentos que acompanham a taxa Selic, EXAME.com simulou quanto renderiam 2 mil reais na caderneta e em três investimentos que seguem o comportamento dos juros básicos: os CDBs pós-fixados, os fundos DI e o Tesouro Selic, título público negociado pelo Tesouro Direto, que paga ao investidor a variação da taxa Selic.

Veja na tabela abaixo os resultados:

Período Poupança* CDB 90% do CDI Fundo DI com taxa de 1% a.a. Tesouro Selic
6 meses R$ 2.079,28 R$ 2.095,82 R$ 2.098,99 R$ 2.104,30
12 meses R$ 2.161,70 R$ 2.203,93 R$ 2.211,93 R$ 2.222,58
18 meses R$ 2.247,39 R$ 2.315,44 R$ 2.340,04 R$ 2.356,02
24 meses R$ 2.336,47 R$ 2.447,41 R$ 2.470,44 R$ 2.491,01
30 meses R$ 2.351,66 R$ 2.482,68 R$ 2.508,02 R$ 2.529,96

(*) Para o cálculo da poupança, foi considerada uma Taxa Referencial (TR) de 0,15% ao mês, que foi a TR mensal verificada a partir da TR média dos últimos 12 meses (de 1,85%), de acordo com a Calculadora do Cidado Banco Central.

(**) Rendimentos válidos para investimentos em corretoras que não cobram taxas de administração para aplicações no Tesouro Direto.

Sobre os fundos DI

Os fundos DI eram obrigados a investir 95% da carteira em títulos públicos atrelados à Selic, de acordo com a antiga classificação da Anbima, entidade que regula o mercado de fundos. Com a nova classificação criada pela Anbima em 2015, não existe mais uma classe de fundos DI, ainda que bancos continuem a usar essa nomenclatura.

Segundo a Anbima, com as mudanças nas classes os fundos DI se desmembraram em duas categorias principalmente: os fundos de renda fixa duração média soberano e os fundos de renda fixa duração baixa grau de investimento. 

De todo modo, como os fundos que acompanham os juros continuam a ser chamados de fundos DI no mercado, o levantamento também manteve a nomenclatura, mas com as novas classificações da Anbima, é importante que o investidor consulte a estratégia do fundo DI para checar se, de fato, trata-se de um fundo que tem o objetivo de acompanhar a flutuação da taxa de juros.

Confira mais detalhes sobre as novas classificações de fundos.

Resultados da comparação

Os valores apresentados na tabela já são líquidos de Imposto de Renda (IR), que é cobrado em todas as aplicações, à exceção da poupança, que é isenta de IR.

Ainda que a poupança seja livre de imposto, a tabela mostra que as rentabilidades dos CDBs, fundos DI e Tesouro Selic são maiores do que a da caderneta, mesmo no prazo de até seis meses, quando esses investimentos sofrem o desconto da alíquota máxima do IR, de 22,5%. 

Ao considerar prazos superiores a seis meses, os retornos dos outros investimentos se distanciam ainda mais do rendimento da poupança, já que as alíquotas do IR vão diminuindo conforme aumenta o prazo do investimento.

De acordo com a tabela regressiva do IR, aplicações feitas em até 180 dias são tributadas à alíquita de 22,5%; de 181 dias a 360 dias o imposto cai para 20%; de 361 a 720 dias vai para 17,5%; e acima de 721 dias é aplicada a menor alíquota, de 15%. 

Para facilitar a simulação, foi considerara uma taxa DI igual à taxa Selic. Ambas são usadas como referência para o rendimento das aplicações de renda fixa e seguem comportamento parecido. Nos últimos 12 meses, por exemplo, a taxa DI acumulada foi de 13,35%, enquanto a Selic acumulada no mesmo período foi de 13,37%.

Por causa dessa leve diferença entre as taxas, os rendimentos de aplicações em CDBs e fundos DI, que acompanham a taxa DI, podem ser um pouco menores do que os apontados na simulação, que utiliza como parâmetro a taxa Selic. A diferença pode ser maior no caso de investimentos realizados em prazos maiores.

Já a rentabilidade do Tesouro Selic, título negociado no Tesouro Direto, é a mesma apontada na tabela, pois sua remuneração varia exatamente conforme a Selic.

As condições para bater a poupança

A simulação considerou taxas de administração e de remuneração normalmente praticadas no mercado, mas vale ressaltar que se as taxas forem superiores às usadas na tabela e as remunerações forem menores, alguns investimentos podem perder da poupança, ainda que com a alta da Selic essa hipótese tenha ficado menos provável.

Para ser mais rentável do que a poupança, independentemente do prazo de investimento, os CDBs devem pagar, ao menos, 76% da taxa DI. Caso a instituição financeira ofereça uma remuneração menor, pode valer mais a pena deixar o dinheiro aplicado na poupança (calcule o rendimento da caderneta).

Fundos DI que tenham rendimento de 100% do CDI são mais vantajosos do que a poupança se as taxas de administração cobradas pela instituição financeira não passarem de 3,2% ao ano. Ainda que essa taxa já seja considerada alta, existem fundos que cobram taxas ainda maiores e conseguem render menos do que a poupança.

Já o Tesouro Selic só perderia da poupança se o valor da taxa de administração cobrada fosse de 2,9% ao ano ou maior. No entanto, o porcentual máximo que pode ser cobrado por corretoras na compra de títulos públicos pelo Tesouro Direto é de 2% ao ano. 

Atualmente, a maioria das instituições financeiras cobra até 0,3% pelo investimento. Algumas até isentam investidores da taxa (veja o ranking das taxas cobradas para a compra e venda de títulos).

Além da taxa de administração, que varia conforme a corretora escolhida, vale lembrar o investidor paga uma taxa fixa de 0,3% ao ano para custódia dos títulos na BM&FBovespa.

Veja, no vídeo a seguir, qual é a relação entre a taxa Selic e os investimentos:

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