Mulher caminha após receber vacina da gripe em Brasília, em meio a surto da doença do coronavírus (Covid-19) 23/03/2020 REUTERS/Ueslei Marcelino (Ueslei Marcelino/Reuters)
Marília Almeida
Publicado em 26 de janeiro de 2021 às 06h00.
Última atualização em 26 de janeiro de 2021 às 16h44.
Em plena pandemia, uma proteção chamou mais atenção dos brasileiros: o seguro de vida. As razões são óbvias: muita gente passou a pensar o quanto a sua própria morte ou uma doença grave, como a própria covid-19, impactaria no seu orçamento e no de sua família.
É o que aconteceu na BB Seguros. De janeiro a novembro de 2020, a seguradora teve aumento de 5,22% na contratação de seguros de vida e também redução nos cancelamentos. Também auxiliou para o resultado o anúncio, já em março, início da pandemia no país, o compromisso de pagar indenizações em caso de morte decorrente da covid-19, conforme os valores previstos nas apólices, em caráter excepcional. A ação também foi adotada por quase a totalidade das concorrentes.
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E engana-se quem pensa que o seguro de vida só será usado pela família, após a morte do beneficiário: além de receber indenizações no diagnóstico de doenças graves, que pode servir até para realizar um sonho, entre os benefícios de apoio que podem ser utilizados em vida estão nutricionista, psicólogo e até veterinário e auxílio funeral para pets.
Além de cada vez mais ampliar a cobertura de doenças graves, uma maior concorrência no segmento vem democratizando o preço da proteção e ampliando canais de distribuição: o Nubank já oferece a proteção, em parceria com a seguradora Chubb por a partir de R$ 9 ao mês. A proteção cobre morte qualquer causa com capital segurado de cerca de R$ 100 mil e inclui auxílio funeral. Para um seguro de vida mais completo, é possível pagar a partir de R$ 20 por mês.
A Brasilseg, empresa da BB Seguros, tem três planos que garantem cobertura para morte natural ou acidental, invalidez permanente total ou parcial por acidente e auxílio funeral. O Vida Plena também cobre acessibilidade física em caso de invalidez por acidente e diárias de internação hospitalar decorrente de acidente. Já o Vida Total garante todas essas coberturas e indenização em caso de doenças graves, que inclui transplante de órgãos vitais.
Além das coberturas, a seguradora oferece benefícios como segunda opinião médica, locação de aparelhos ortopédicos, orientação nutricional, psicológica e fitness. Em alguns planos o cliente também tem suporte para animais de estimação, com consulta veterinária, atendimento hospitalar, transporte emergencial, hospedagem e funeral pet.
A Prudential também oferece diversos tipos de proteções no segmento. Em 2019 a seguradora ampliou a sua cobertura de doenças graves para 25 doenças e procedimentos. Há 10 anos, eram 10. Durante a pandemia a cobertura de renda hospitalar foi a mais acionada: representou 94% dos sinistros pagos em 2020. "As pessoas precisam ter consciência de que o seguro de vida não é um seguro de morte. Pode ser um auxílio em um momento difícil, como acidente ou doença grave. Quanto mais cedo se contrata, mais barato", diz Carlos Cortez, diretor de marketing da Prudential.
Mas o carro chefe da seguradora é o seguro de Vida Inteira, que representa 90% da base de clientes. A atratividade do plano está nas formas flexíveis de pagamento da proteção, que vale para toda a vida. É possível escolher entre quitar parcelas em um período pré-definido, até determinada idade ou em parcela única. Jovens, por exemplo, podem optar por pagar os valores pagos à seguradora para manutenção da apólice ao longo de 30 anos, iniciando o pagamento com valores menores e aumentando as contribuições ao longo dos anos.
Há também seguradoras que buscam criar nichos na proteção. É o caso da MAG Seguros, que recentemente lançou um produto que cobre apenas doenças graves para idosos com mais de 65 anos, que podem permanecer no plano até os 90 anos. As apólices custam a partir de R$ 50 por mês, e quem contrata o plano tem 60 dias de carência. Para um beneficiário de 70 anos que queira contratar um capital de R$ 50 mil, por exemplo, o custo do seguro é de R$ 200 por mês. A cada ano, o reajuste por idade fica em torno de 5%.
O seguro de vida pode ser um complemento ao plano de saúde e também atender quem não tem plano de saúde, já que pode cobrir renda em caso de internações, terapias decorrentes de acidentes, sobre as quais planos costumam ter limites, e também pode oferecer um pacote de serviços de saúde, como descontos em medicamentos e consultas e exames.
É possível, no caso de doenças graves, resgatar valores do capital segurado já no diagnóstico. "No diagnóstico de câncer leve, é possível obter indenização de 30% do total contratado. Se a doença evoluir, o beneficiário pode ter toda a indenização prevista no plano. O dinheiro é recebido imediatamente no diagnóstico, sem prazo de carência", explica Leonardo Lourenzo, diretor de marketing da MAG Seguros. Marcos Kobayashi, presidente do Clube Vida em Grupo (CVG), associação sem fins lucrativos que te como objetivo divulgar o seguro de vida, aponta que é necessário verificar, nesses casos, se o valor é retirado do capital para morte, de forma a se planejar financeiramente.
Veja abaixo os tipos de coberturas mais comuns no mercado:
Doenças graves
Garante ao segurado o pagamento de uma indenização, em vida, no caso de diagnóstico de uma doença grave ou a realização de um procedimento médico. Entre as coberturas, está câncer, infarto agudo do miocárdio, insuficiência renal, entre outros. O valor da indenização pode ser usado da forma que o segurado desejar: para pagar tratamentos experimentais, quitar um imóvel e até realizar uma viagem, no caso de pacientes terminais.
Renda hospitalar
Tem como objetivo suprir a renda dos dias não trabalhados por conta de internações hospitalares, garantindo o pagamento de um valor predefinido para cada dia de internação por acidente ou doença. É um produto voltado para trabalhadores autônomos.
Vida inteira
Apólice mais completa do mercado, oferece proteção por toda a vida do segurado. Em caso de morte do segurado, o objetivo é indenizar à família imediatamente como forma de manutenção do padrão de vida, inclusive arcar com custos do funeral e inventário.
Com formação de reserva
Conhecidos como seguros resgatáveis, os segurados possuem a possibilidade de resgatar parte do valor pago pelas apólices ao longo dos anos. Contudo, isso pode implicar na redução ou cancelamento das coberturas contratadas.
Sucessão empresarial
Quando um dos sócios de uma empresa morre pode ser necessária a aquisição da participação acionária desse executivo pelos sócios remanescentes para evitar a entrada de outros sócios. O seguro, nesse caso, é utilizado como uma medida para evitar a descapitalização da empresa.
Quem pode ser indicado como beneficiário do seguro?
Quando alguém contrata o seguro deve escolher o beneficiário, que receberá o valor da apólice em caso de morte do segurado. Geralmente são indicados dependentes financeiros e é dada a possibilidade de alterar o beneficiário a qualquer momento durante a vigência da apólice.
A indenização só é paga em caso de morte?
Não. Os seguros também preveem pagamento de indenização no caso de invalidez e doenças graves do segurado.
Se deixar de pagar, o que acontece?
Quem paga um plano durante 10 anos e decide cancelá-lo, não irá reaver nada que pagou caso isso não esteja previsto no produto.