Seguro de carro: pesquisa mostra que homens pagam mais do que mulheres pelo serviço (LEVI BIANCO - BRAZIL PHOTO PRESS/Getty Images)
Repórter de finanças
Publicado em 16 de dezembro de 2023 às 08h00.
Última atualização em 18 de dezembro de 2023 às 11h19.
Para quem quer adquirir um seguro de carro, entender quais são as características que influenciam no valor do serviço é essencial. Gênero, estado civil, faixa etária, idade do veículo, preço do automóvel e tipo de combustão são alguns dos fatores que intereferem no valor do seguro. Visando descobrir quem está pagando mais barato, a TEx, insurtech especializada em soluções online para o mercado segurador, publica mensalmente um estudo comparando os indicadores.
No levantamento de dezembro, um dos principais destaques é que carros mais baratos pagaram mais no preço da franquia e do próprio seguro em novembro. De acordo com o estudo, observa-se que carros de R$ 30 a R$ 50 mil tiveram em média uma franquia 30,6% maior que os carros acima de R$ 150 mil.
Já na ótica do valor da tabela Fipe, todas as faixas de preço dos veículos apresentaram redução no último mês, com exceção da faixa mais barata (entre R$ 10 e R$ 30 mil), que aumentou 3,3% em novembro no Índice de Preços do Seguro de Automóvel (IPSA) - indicador que mede o preço do serviço naquele período.
O momomento pode vir a ser propício para quem deseja adquirir o serviço, visto que os preços de seguros de carros no Brasil não encareceram, nem baratearam em novembro em comparação a outubro. Após recuar durante seis meses consecutivos, o IPSA em novembro de 2023 ficou em 5,5%, mesmo número do mês anterior ao de referência.
O mês de novembro quebrou uma sequência de variações relativas (qual o peso dos pontos percentuais) negativas que ocorre desde maio de 2023. Neste mês, ela ficou zerada, enquanto em outubro de 2023, a variação relativa foi de -5,2% e em setembro foi de -1,7%. Comparado ao mesmo período do ano anterior, o índice recuou 0,8 pontos percentuais, o que significa uma variação relativa de -12,7% no último ano.
“Já era esperado um cenário de estabilidade dos preços, tendo em vista que, após períodos de maiores ajustes, as seguradoras tendem a convergir nas decisões de precificação”, aponta a pesquisa. Com a estabilidade, os preços dos seguros de carros seguem abaixo do valor de novembro de 2022, quando o índice ficou em 6,3%, e mais próximo dos preços praticados em novembro de 2021, quando ficou em 5,1%.
Um levantamento feito pela Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg) mostra que o mercado automotivo enfrentou uma falta de peças de reposição, o que ocasiona um atraso dos consertos e, consequentemente, um aumento do uso do carro reserva, alugado pelas seguradoras. O fato por ter sido um dos motivos que explica a estabilização dos preços.
“Além disso, dados do Índice Neurotech de Demanda por Seguros (INDS) apontam crescimento na demanda por seguros nos últimos meses, o que indica um aquecimento no mercado, que deve refletir no aumento dos preços dos seguros em breve”, destaca o relatório.
O levantamento analisou a diferença do preço pago entre homens e mulheres em seguros de carro durante novembro. Como resultado, ambos os sexos apresentaram queda, com destaque para o feminino que reduziu 2% no último mês. No entanto, a diferença entre homens e mulheres aumentou e os homens pagaram quase 12% a mais que as mulheres.
Ao olhar gênero e estado civil, homens solteiros pagaram quase 46% a mais que mulheres casadas. O mesmo movimento também é observado na situação inversa, mas menor: homens casados pagaram 12,9% a menos que mulheres solteiras.
O preço do seguro varia conforme a região, já que as seguradoras consideram na precificação as taxas de roubo e furto de determinado local. De acordo com o estudo, a região metropolitana do Rio de Janeiro, novamente, pagou 6,4% do valor do carro em seguro em novembro.
O número é aproximadamente 88% a mais comparado com a região metropolitana de Belém, que pagou 3,4% - o índice mais baixo das regiões comparadas. No entanto, houve uma pequena queda de 0,1 ponto percentual no preço pago por moradores do Rio, em comparação a outubro. Na sequência, está a região metropolitana de São Paulo, onde os moradores pagaram 6,2% no preço do seguro em novembro de 2022.
Quando observa-se as zonas (norte, sul, leste, oeste e centro), no Rio de Janeiro, a distância entre os extremos se destaca: a zona norte, região de maior índice, pagou quase
103% a mais que a zona sul, região de menor índice (com o adendo que no RJ não existe zona leste). Em São Paulo, foi a zona leste que obteve o índice mais caro, 7,7% - sendo 45,3% mais caro que a Zona Sul, região com a qual faz fronteira.
O levantamento também traz quais carros as pessoas estão mais pesquisando para adquirir o seguro. O ranking, que elenca os 10 mais buscados, é em parceria com o Teleport, ferramenta utilizada pelas corretoras de seguros do país. No primeiro lugar, novamente, aparece o Chevrolet Onix, que se manteve na liderança com 5,5% do volume total de cotações, seguido pelo Hyundai HB20 com 4,6% e pelo Jeep Renegade com 3%.
Além da região, da idade, do gênero, do estado civil e da marca, o estudo também buscou entender o preço do seguro por tipo de combustível. Em novembro de 2023, veículos de propulsões alternativas tiveram participação somada de 3,4% no mercado geral. O volume dos híbridos, por sua vez, registrou 2,7% do preço de seguro, quase três vezes maior que o de elétricos, que representou com 0,7% do total.