FGTS: ao todo, 1,211 milhão de paulistas retiraram o dinheiro, o que indica média de R$ 2.077,95 para cada trabalhador (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 5 de abril de 2017 às 13h44.
Brasília - Trabalhadores paulistas lideraram com folga o movimento de saques das contas inativas na primeira fase do programa que beneficia nascidos em janeiro e fevereiro.
Dados atualizados até 3 de abril mostram que foram sacados R$ 2,516 bilhões no Estado de São Paulo ou 42,4% de todo o volume retirado.
Ao todo, 1,211 milhão de paulistas retiraram o dinheiro, o que indica média de R$ 2.077,95 para cada trabalhador.
O Rio de Janeiro é o segundo Estado com maior volume de saques: R$ 671,421 milhões foram retirados por 347,8 mil fluminenses.
Ou seja, com média de R$ 1.934,93 por habitante. Em seguida, apareceram Minas Gerais (saque total de R$ 466,924 milhões por 400,6 mil mineiros) e Paraná (R$ 451,3 milhões retirados por 306,8 mil paranaenses).
Entre os Estados com o menor volume de saques, estão o Acre (R$ 5,187 milhões para 5,3 mil pessoas), Amapá (R$ 5,002 milhões para 4,7 mil trabalhadores) e Roraima (R$ 4,897 milhões para 4,8 mil pessoas).
O presidente da Caixa, Gilberto Occhi, anunciou nesta quarta-feira que 24 mil clientes do banco nascidos entre janeiro e fevereiro sacaram os recursos de conta inativa do FGTS para quitar operações de crédito que estavam inadimplentes e somavam débito de R$ 368 milhões.
O número foi comemorado pelo executivo, que lembrou que não é possível dizer quantos clientes sacaram o dinheiro e usaram os recursos para quitar contas atrasadas em outras instituições financeiras e no varejo.
"Isso reduz o nosso índice de inadimplência, mas o impacto é pequeno diante do tamanho da nossa carteira", disse.
A nova operação de crédito consignado com garantia do FGTS poderá ter juros inferiores a 3% ao ano. A informação foi dada pelo presidente da Caixa.
O banco ainda estrutura a nova operação anunciada na terça pelo governo e deve divulgar os detalhes da operação nos próximos dias.
"Atualmente, nós já operamos com taxas inferiores a do mercado. A tendência é ficar abaixo de 3%", disse Occhi, ao comentar que o teto de juro para o empréstimo é de 3,5%.
O presidente lembrou, porém, que o juro final praticado pelo banco depende do perfil do cliente. "Vamos trabalhar para reduzir o juro, mas sempre depende do rating do cliente."
Nessa nova operação com o FGTS, o trabalhador poderá dar como garantia até 10% do saldo do Fundo ou 100% da multa paga pelo empregador em caso de demissão sem justa causa - que é de 40%.
A novidade é destinada aos trabalhadores da iniciativa privada - já que servidores públicos não recebem FGTS.