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Santander e Bradesco sobem juros do rotativo do cartão de crédito

Movimento se deu no primeiro mês de vigência de nova regra do BC, que buscava equalizar a cobrança de juros no cartão, com diminuição no custo da modalidade

Cartões de crédito: no fim de abril, BC anunciou mudança de regras para deixar a cargo dos bancos definição do pagamento mínimo no cartão (creisinger/Thinkstock)

Cartões de crédito: no fim de abril, BC anunciou mudança de regras para deixar a cargo dos bancos definição do pagamento mínimo no cartão (creisinger/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 27 de julho de 2018 às 15h54.

Última atualização em 27 de julho de 2018 às 15h55.

Brasília - O Santander Brasil e o Bradesco elevaram em junho as taxas de juros para os clientes do cartão de crédito que pagam a fatura mínima, elevando o custo médio da modalidade, num mês em que a inadimplência ficou sob controle, mostraram dados divulgados nesta sexta-feira pelo Banco Central.

O movimento se deu no primeiro mês de vigência de nova regra do BC, que buscava equalizar a cobrança de juros no cartão de crédito, com diminuição no custo da modalidade.

No Santander, a taxa de juros no rotativo regular geral do cartão de crédito, voltado para os consumidores que pagam o mínimo, subiu 30,7 pontos de maio para junho, a 241,91 por cento ao ano. No Bradesco, a alta foi de 4,35 pontos, a 317 por cento ao ano - taxa mais cara dentre as cinco principais instituições do país, que concentram quase 80 por cento do mercado.

No período, essa taxa caiu 13,78 pontos no Banco do Brasil, a 165 por cento ao ano. Na Caixa Econômica Federal, o recuo foi de 3,16 pontos, a 237,52 por cento ao ano. E no Itaú, houve estabilidade a 218,38 por cento ao ano, segundo comparação a partir de dados diários divulgados pelo BC.

Como resultado, os juros médios gerais do rotativo regular do cartão de crédito saltaram 18,1 pontos em junho sobre maio, a 261,1 por cento ao ano, divulgou o BC nesta sexta-feira. Já na modalidade não regular, na qual os consumidores não quitam a fatura mínima, a taxa caiu 32,8 pontos na mesma base de comparação, a 313,3 por cento ao ano.

Isso ocorreu apesar de a inadimplência ter ficado praticamente estável no período. Segundo o BC, a taxa de não pagamento no rotativo do cartão de crédito ficou em 34,6 por cento, ligeiramente abaixo do patamar de 34,7 por cento de maio.

No fim de abril, o BC anunciou uma mudança de regras para deixar a cargo dos bancos a definição do pagamento mínimo no cartão de crédito e para disciplinar a cobrança de encargos, buscando com isso aproximar as taxas do rotativo e um barateamento nos juros médios cobrados na modalidade. A mudança começou a valer em 1º de junho.

A expectativa, com isso, era que a taxa cobrada no rotativo não regular, na qual incidem multa e juros de mora, fosse se aproximar do custo do rotativo regular, para os que pagam a fatura mínima.

Mas em vez da taxa mais cara simplesmente se aproximar da mais barata, alguns bancos vêm aumentando as taxas do cartão de crédito para os bons pagadores ao mesmo tempo em que diminuem os juros cobrados aos que não quitam o valor mínimo.

Segundo o chefe do departamento de estatísticas do BC, Fernando Rocha, isso "é devido às instituições financeiras buscarem uma nova taxa de equilíbrio, uma nova média para essa taxa do regular".

Em coletiva de imprensa, ele pontuou que em junho, especificamente, o BC viu o aumento de taxas do regular por duas instituições, sem citá-las nominalmente.

"Não há ainda elementos suficientes para dizer se esse aumento no mês vai ser uma coisa que vai se generalizar nas demais (instituições financeiras) ou se vai refluir", disse.

Falando à Reuters, o diretor de cartões do Bradesco, Francisco Terra, disse que a maior parte das operações do segmento para correntistas do banco é feita por meio de outro veículo, a Bradesco Cartões, no qual a taxa anualizada entre maio e junho caiu Bradesco de 238,71 para 236,23 ao ano.

"A Bradesco SA origina negócios da parceria com varejistas e teve uma oscilação normal de mercado, não foi uma decisão deliberada de aumentar", disse Terra. "Um maior uso de saques de recursos no cartão no período pode ter causado isso."

O Santander Brasil não respondeu de imediato.

 

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