Gabriel Braga, cofundador do QuintoAndar: objetivo é ser muito relevante nas maiores capitais brasileiras (Germano Lüders/Exame)
Bianca Alvarenga
Publicado em 17 de março de 2021 às 06h24.
Última atualização em 17 de março de 2021 às 10h46.
O QuintoAndar nasceu com a promessa de simplificar o processo de aluguel de imóveis. Com pouco mais de sete anos de existência, a startup chegou a cidades de 12 regiões metropolitanas e assumiu o posto de maior plataforma de locação do país, com mais de 50 bilhões de reais em ativos sob gestão.
Mas o plano de crescimento da empresa não se limita somente aos alugueis. Nesta terça-feira, dia 16, o QuintoAndar anunciou um negócio que o coloca também na posição de líder no segmento de venda de imóveis usados. A startup adquiriu a imobiliária Casa Mineira, de Belo Horizonte, por um valor não anunciado.
Com a compra, o braço de vendas de imóveis do QuintoAndar chega, agora, às capitais São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Lançado no ano passado, o serviço de intermediação de vendas tornou-se uma das grandes apostas da startup de imóveis.
"Nosso objetivo é ser muito relevante nas maiores capitais. Não adianta ter uma operação pequena em muitas cidades", disse Gabriel Braga, cofundador e CEO do QuintoAndar, à EXAME Invest. Ele diz que a compra da Casa Mineira ampliará o portfólio de imóveis da empresa e dará mais liquidez para a sua estrutura.
A novidade do acordo é que o QuintoAndar passará a ter, ainda que de forma secundária, uma operação física. A Casa Mineira, imobiliária com 38 anos de história, possui uma estrutura de atendimento presencial aos clientes e uma equipe de 450 corretores, algo que é novo para o QuintoAndar.
A ideia é trazer às operações da startup a experiência de décadas da imobiliária mineira e, principalmente, escalar o modelo de atendimento personalizado.
"A aquisição da casa própria é um momento muito importante, por isso oferecemos ao cliente nosso conhecimento e nosso profundo respeito ao dinheiro dele. Nosso papel é, também, tirar as pedras do caminho, tornando a compra menos burocrática", diz Ivan Silva, cofundador da Casa Mineira.
Em um primeiro momento, as duas marcas continuarão a existir. O marketplace Portal Casa Mineira, que tem parceria com outras imobiliárias do país, continuará a funcionar de forma independente. Mas a ideia é que, aos poucos, o portfólio das duas marcas se transforme em um só.
Braga, do QuintoAndar, diz que os imóveis de Belo Horizonte devem aparecer no aplicativo e site da empresa já nas próximas semanas.
Com a expectativa de aumento progressivo da taxa Selic ao longo de 2021, os juros dos financiamentos imobiliários também devem ficar mais altos. Para Braga, no entanto, esse não deve ser um grande obstáculo para os planos de expansão do braço de venda de imóveis do QuintoAndar.
"Claro que se os juros ficassem baixos, como estão, seria ótimo, mas não é só isso que move o mercado. Percebemos uma mudança no comportamento dos clientes, que tendem a mudar mais de casa ao longo da vida", diz o CEO da startup.
Ele lembra que o brasileiro ainda tem uma visão bastante conservadora sobre a compra ou aluguel de imóveis, mas que isso deve ser diferente no futuro. Em outros países, o lugar de moradia é algo mais flexível, que pode mudar de acordo com as mudanças familiares, o local de trabalho e até o momento de vida.
"Ao tornarmos mais acessível e seguro o processo de compra ou aluguel de um imóvel as pessoas tenderão a tomar essa decisão mais vezes", explica o cofundador do QuintoAndar.