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Quer mandar ou receber dinheiro do exterior? Saiba como funciona

A abertura dos caminhos para o trabalho remoto permitiu que mais brasileiros pudessem trabalhar em empresas de outros países (e vice-versa). Além disso, aumentou o número de aplicações em ativos estrangeiros

Operações de câmbio realizadas por pessoa física aumentaram durante a pandemia (Nelson A Ishikawa/Getty Images)

Operações de câmbio realizadas por pessoa física aumentaram durante a pandemia (Nelson A Ishikawa/Getty Images)

BA

Bianca Alvarenga

Publicado em 26 de maio de 2021 às 06h04.

Última atualização em 26 de maio de 2021 às 19h14.

Embora as viagens de brasileiros para o exterior estejam praticamente paradas desde março de 2020, a demanda por outros serviços de câmbio e de transferência de recursos entre os países aumentou.

A abertura dos caminhos para o trabalho remoto permitiu que mais brasileiros pudessem trabalhar em empresas no exterior (e vice-versa). Além disso, aumentou o número de investidores buscando ativos estrangeiros para proteger o próprio patrimônio, ou de brasileiros repatriando recursos para aproveitar o dólar valorizado.

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As operações de remessa e recebimento de dinheiro de outros países são reguladas no Brasil, e devem atender a uma série de normas. Existem custos e taxas diferentes de acordo com o tipo de transação, por isso é importante entender como o serviço funciona.

"Existem prerrogativas impostas pelo Banco Central, por isso é importante escolher uma instituição financeira que preste as informações de forma correta para os órgãos competentes", explica Marco Câmara, head da área de câmbio do banco BTG Pactual (que faz parte do grupo controlador da EXAME).

Pelo aplicativo, internet banking ou assessor

O BTG Pactual lançou recentemente o serviço de envio de recursos para o exterior pelo aplicativo. O cliente que quiser realizar uma operação de remessa para uma conta de mesma titularidade e com valor de até 3.000 dólares ou 2.600 euros pode fazer de forma simples, pelo celular.

Caso a operação seja com outra moeda (o banco opera com 15 divisas diferentes), caso o valor supere o indicado, ou, ainda, caso o objetivo seja o de receber recursos quem entra em cena é a mesa de câmbio do banco.

"Pequenas remessas não demandam tanta complexidade e análise, mas quando o cliente precisa fazer operação de câmbio com objetivo mais complexo é importante que haja uma assessoria para garantir que isso seja feito da forma adequada", explica Câmara.

Ele cita o exemplo de remessa para a compra de um imóvel em outro país. Caso o comprador envie o dinheiro da conta brasileira para a conta de sua titularidade no exterior ele pagará 1,1% de IOF (Imposto sobre Operação Financeira). Mas se ele enviar o dinheiro diretamente para a conta do vendedor do imóvel, a operação terá um custo de 0,38% de IOF -- isso, claro, mediante a apresentação do documento de venda do bem.

De olho nos custos

Além dos diferentes valores de IOF, em algumas situações quem envia ou recebe dinheiro de outro país deve pagar Imposto de Renda. A alíquota de cobrança pode chegar a 27,5%, dependendo do valor e da natureza da operação.

Vale lembrar que essas operações também devem ser devidamente listadas na declaração anual de IR entregue à Receita Federal.

Outros custos para as operações de câmbio são o spread e a tarifa de contrato. Algumas instituições isentam o cliente da tarifa, a depender do valor da operação. Já o spread varia de acordo com o banco ou corretora de câmbio escolhida.

"Esse custo tem caído ao longo do tempo. Os grandes bancos chegam a cobrar um spread de 6%, mas a maioria das outras instituições pratica algo em torno de 2%. Com a modernização do sistema cambial, a tendência é de redução de tarifas e de ampliação de acesso a esse mercado", conta Tulio Portella, diretor comercial da corretora B&T.

Home office internacional

O mercado de câmbio perdeu uma fatia importante dos serviços que antes eram prestados para os pequenos clientes. A troca de papel moeda, por exemplo, diminuiu consideravelmente após a paralisação das viagens, em razão da pandemia.

Por outro lado, a distância abriu as portas para o trabalho remoto, o que aumentou a busca de serviço de câmbio para receber salários recebidos no exterior ou do exterior. Empresas de outros países têm requisitado programadores, engenheiros de dados, designers e até influencers digitais de diversas origens.

Alexandre Liuzzi, co-fundador da Remessa Online, conta que o número de profissionais, principalmente do setor de tecnologia, recorrendo ao serviço de câmbio aumentou.

"A pandemia abriu caminhos, e esses profissionais começaram a perceber que o mercado internacional está pagando em uma proporção de 5 reais para 1 dólar, ou 6 reais para 1 euro. O potencial de ganho aumentou consideravelmente", ressalta ele.

Ainda que as operações para esse tipo de cliente sejam mais esporádicas e de tíquete menor, a ideia das empresas tem sido, cada vez mais, captar o "cardume" -- ou seja, ganhar uma carteira mais volumosa.

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