Caixa oferece tanto a menor taxa de juros quanto o menor CET na simulação feita pelo MelhorTaxa (Witthaya Prasongsin/Getty Images)
Marília Almeida
Publicado em 29 de agosto de 2020 às 07h00.
Última atualização em 31 de agosto de 2020 às 17h10.
A taxa Selic na mínima histórica, o valor de 2% ao ano, vem diminuindo os juros do crédito imobiliário. Como consequência, atualmente a Caixa e seus concorrentes, os grandes bancos privados, cobram taxas similares em linhas que utilizam recursos da poupança. Segundo levantamento do comparador de crédito imobiliário MelhorTaxa para a EXAME, os juros nos bancos variam atualmente de 6,75% a 8,10% ao ano.
Mas a taxa de juros é só um primeiro indicador que o consumidor deve olhar ao buscar financiar um imóvel. O mais importante é comparar o Custo Efetivo Total (CET) do financiamento entre os bancos. Isso porque pode ser que o banco ofereça uma taxa de juros menor, mas no final das contas, considerando o preço do seguro e outras despesas do financiamento, o crédito pode ficar mais caro.
Veja abaixo os bancos que oferecem o financiamento mais barato no caso de um mutuário de 30 anos que resolva financiar um imóvel de R$ 500 mil, dê R$ 100 mil de entrada e parcele o restante por 360 meses:
Bancos | Juros Efetivo Ano | CET(Custo Efetivo Total Ano) | Primeira Parcela | Última Parcela | Soma das Parcelas | Renda Necessária |
Caixa | 6.75% | 7.41% | R$ 3,406.76 | R$ 1,182.91 | R$ 834,386.56 | R$ 11,355.88 |
Santander | 6.99% | 7.55% | R$ 3,487.45 | R$ 1,167.38 | R$ 837,869.79 | R$ 11,624.82 |
Itaú | 7.00% | 7.60% | R$ 3,466.49 | R$ 1,171.90 | R$ 854,273.73 | R$ 11,554.96 |
Bradesco | 6.95% | 7.74% | R$ 3,497.90 | R$ 1,189.05 | R$ 837,787.12 | R$ 11,659.67 |
BB | 8.10% | 8.75% | R$ 3,830.94 | R$ 1,185.25 | R$ 841,193.89 | R$ 12,769.79 |
A Caixa cobra tanto a menor taxa de juros quanto oferece o menor CET nos financiamentos. O banco é seguido pelo Santander, que anunciou redução de juros do crédito imobiliário para 6,99% em plena pandemia. Depois, vêm, em ordem, Itaú, Bradesco e BB.
A diferença, ao final do financiamento, é relevante, considerando que o mutuário, naturalmente, não amortize as parcelas antes do tempo. Enquanto na Caixa o mutuário terá de pagar R$ 834,3 mil, no BB o valor sobe para R$ 841,1 mil. Ou seja, cerca de R$ 6,8 mil a mais.
A renda necessária para ambos os financiamentos também muda, já que quanto mais caro o financiamento mais as parcelas pesam no orçamento. Na Caixa, é necessário ter renda familiar de R$ 11,3 mil, enquanto no BB ela sobe para R$ 12,7 mil. Enquanto o valor da primeira parcela na Caixa será de R$ 3,4 mil, subirá para R$ 3,8 mil no BB.
Marcelo Prata, diretor da Resale, alerta que nem sempre o banco onde o mutuário tem conta oferece a melhor condição. "Por isso, vale sempre pesquisar. Os bancos estão com apetite para oferecer crédito e a competição está mais acirrada agora".
Outras condições oferecidas pelos bancos, como prazo máximo de financiamento e valor máximo financiado, também podem ser importantes para quem está com o orçamento apertado, já que podem exigir um valor menor de entrada e diluir mais as parcelas ao longo do tempo.
Ao optar por financiamentos com prazos maiores, contudo, o mutuário tem de ter consciência que o benefício tem um custo: terá de pagar juros por mais tempo.
Desde o ano passado a Caixa passou a oferecer duas novas modalidades de financiamento: indexada ao IPCA e prefixado. Enquanto no financiamento com juros fixos o cliente tem a segurança de que a parcela não vai oscilar pelos próximos 30 anos, o financiamento pelo IPCA tem juros menores. Contudo, o mutuário topa o risco de oscilação da inflação.
Rafael Sasso, cofundador da MelhorTaxa, também alerta para a venda casada no financiamento, que pode gerar custos adicionais para o mutuário. "O banco pode oferecer um CET mais baixo, mas condicionar o financiamento a um pacote de serviços anual caro. É necessário fazer a conta para verificar se vale a pena".