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Quem ganha no Tesouro Direto com o corte de juros

Papéis indexados à inflação ou prefixados já vinham em um bom momento e dispararam após o Copom anunciar a redução dos juros em 0,75 ponto percentual

Tesouro Direto: títulos prefixados e indexados à inflação dispararam (Reprodução)

Tesouro Direto: títulos prefixados e indexados à inflação dispararam (Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 16 de março de 2012 às 18h55.

São Paulo – Quedas de juros nunca são a melhor notícia para quem investe em renda fixa, mas, pelo menos para alguns aplicadores, os últimos dias não foram nada tristes. Os títulos públicos indexados à inflação ou prefixados já vinham em uma bela toada e dispararam nos últimos dias com a decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) de acelerar os cortes de juros.

A redução de 10,5% para 9,75% foi acompanhada de um comunicado lacônico que não deu pistas sobre os próximos passos do Copom. O mercado, entretanto, entendeu a ação dos diretores do BC como um sinal de que a queda dos juros será maior que a esperada neste ano. A curva de juros, que mostra as taxas que estão sendo cobradas pelos investidores para investir em títulos públicos, já mostra que a Selic pode cair para 8,5% ao ano nos próximos meses.

Essa notícia é péssima para quem investe em LFT (título que segue a Selic) ou em fundos DI (que pagam o juro médio do mercado interbancário). Já para quem havia comprado há algumas semanas ou meses títulos prefixados (LTN ou NTN-F) ou atrelados à inflação (NTN-B), sobram motivos para a alegria.

Os juros pagos por esses papéis despencaram recentemente. Ontem, as NTN-B com vencimento em 2013 pagavam IPCA mais juros inferiores a 3% ao ano. No começo do ano, era possível comprar esses papéis com uma remuneração equivalente a IPCA mais 4,5%.

No mercado de renda fixa, sempre que os juros de um papel caem, seu valor de face sobe. Compreender o impacto da redução dos juros sobre o valor de mercado dos títulos fica mais fácil quando se olha a rentabilidade recente dos títulos públicos.

As NTN-B Principal com vencimento em 2035, por exemplo, garantiram ao investidor um retorno de 6,09% em 2012 e de 20,16% nos últimos 12 meses. Já o mesmo papel com vencimento em 2015 registra ganho de 5,86% neste ano e de 22,01% em 12 meses.

Quem comprou LTN também se deu bem. Esses papéis prefixados chegaram a pagar juros de quase 13% ao ano no início de 2011, quando o país ainda vivia a ameaça de disparada da inflação. Agora os juros despencaram para entre 9% e 11% - dependendo do prazo da LTN.

A queda dos juros garantiu uma forte valorização para quem já estava comprado desde a época de juros altos. A LTN com vencimento em 2014 registra alta de 3,90% neste ano e 19,54% em 12 meses. Já o mesmo papel para 2015 garantiu um retorno de 4,06% em 2012 e 21,08% nos últimos 12 meses. 

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