São Paulo – O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa Selic aos 14,25% ao ano nesta quarta-feira (2). Sem alterações na taxa básica de juros, as aplicações de renda fixa mais seguras continuam apresentando retorno maior do que o registrado pela poupança.
A manutenção da taxa básica de juros ficou dentro das expectativas de economistas e instituições financeiras, que esperam que a taxa fique estável até o final do ano.
Para comparar o rendimento da poupança com o retorno de outros investimentos que acompanham a taxa Selic, EXAME.com simulou quanto renderiam 10 mil reais caso em diferentes opções de investimento.
Foram escolhidos para realizar a comparação os CDBs pós-fixados, os fundos DI e o Tesouro Selic (antiga LFT), título públiconegociado pelo programa Tesouro Direto que paga ao investidor a variação da taxa Selic.
Veja na tabela abaixo os resultados:
(*) Para o cálculo da poupança, foi considerada uma Taxa Referencial (TR) de 0,18% ao mês, que foi a TR verificada no ,mês de agosto, de acordo com dados do Banco Central.
(**) Foi considerado o investimento por meio de corretoras que não cobram taxa de administração para aplicações no Tesouro Direto.
O Imposto de Renda, que é cobrado em todas as aplicações financeiras listadas, exceto na poupança, já está descontado das rentabilidades simuladas na tabela.
Na simulação, foi considerado que a taxa DI seria igual à taxa Selic, já que ambas costumam ter comportamentos semelhantes. Nos últimos 12 meses, por exemplo, a taxa DI acumulada foi de 12,35%, enquanto a Selic acumulada no mesmo período foi de 12,40%.
Isso significa que os CDBs e fundos DI, que acompanham a taxa DI, podem ter uma rentabilidade um pouco diferente da simulada na tabela. Já a rentabilidade do Tesouro Selic é a própria taxa Selic.
Resultados
Conforme mostra a simulação, mesmo em um prazo de até seis meses, quando a alíquota de IR é a mais alta, de 22,5%, todas as aplicações relacionadas na tabela têm rendimento superior ao da poupança.
Esses investimentos ficam mais rentáveis conforme a taxa Selic sobe, pois essas aplicações remuneram os investidores de acordo com a variação da taxa básica de juros.
Já o rendimento da poupança, apesar de ser influenciado pela Selic, parou de acompanhar a alta da taxa quando ela passou dos 8,5% ao ano.
De acordo com a nova regra da caderneta, a poupança rende 70% da taxa Selic mais a Taxa Referencial (TR) quando a Selic é menor ou igual a 8,5% ao ano. Quando a taxa passa de 8,5%, ela paga sempre 0,5% ao mês mais a TR, a mesma remuneração da regra antiga (saiba calcular a rentabilidade da poupança).
O que mantém outros investimentos à frente da poupança
Algumas condições são necessárias para que as aplicações da tabela sejam mais rentáveis do que a poupança.
No caso dos CDBs, para que o rendimento seja superior ao da poupança em qualquer prazo, eles devem pagar pelo menos 80% do CDI. Se a remuneração oferecida pelo banco for menor do que essa, compensa mais investir na caderneta.
Já os fundos DI, caso rendam 100% d a taxa DI, deixam de ser mais vantajosos do que a poupança se tiverem taxa de administração superior a 2,7% ao ano.
Para que o tesouro Selic seja mais vantajoso do que a poupança em qualquer prazo, a taxa de administração cobrada pela corretora ou banco não pode ser maior que 2,4% ao ano.
No entanto, o porcentual máximo que pode ser cobrado pelas instiuições financeiras na compra de títulos públicos pelo Tesouro Direto é de 2% ao ano. Algumas corretoras chegam a isentar o investidor dessa taxa e a maioria cobra uma taxa de até 0,30% (veja o ranking das taxas cobradas por cada corretora).
Além da taxa de administração, que varia conforme a corretora escolhida, vale lembrar que o investidor paga uma taxa fixa de 0,30% ao ano para custódia dos títulos na Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC).
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1. Para inspirar
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1/10 (SXC.hu)
São Paulo - Exemplos para aplicadores em todo o mundo, oito
grandes investidores têm em comum um longo caminho de sucesso em suas aplicações financeiras. Não à toa, alguns aparecem constantemente na lista global dos mais
ricos. Esses nomes lendários não construíram suas fortunas com base na sorte e especulação, e tiveram de lidar com os altos e baixos do
mercado financeiro. A partir de suas trajetórias pessoais, ensinam conceitos importantes que servem como base para qualquer
investimento. Conheça as principais lições:
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2. Tenha um objetivo sustentável
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2/10 (REUTERS/Rick Wilking)
Com foco no longo prazo, o megainvestidor americano
Warren Buffet não costuma investir em aplicações populares. Prefere aplicar sua fortuna em negócios tradicionais ou consolidados em um pequeno mercado e que podem render bons e constantes lucros no futuro. Dessa forma, seu patrimônio não flutua ao sabor da economia. Além disso, quando Buffet acerta o alvo, a margem de ganho é maior, pois a aplicação foi feita antes da expansão ou valorização do investimento.
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3. Use os altos e baixos a seu favor
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3/10 (Simon Dawson/Bloomberg)
Enquanto muitos investidores temem oscilações em suas aplicações financeiras, o empresário e megainvestidor húngaro-americano
George Soros, de perfil agressivo, sempre viu oportunidades na volatilidade dos investimentos. Para isso, acompanha bem de perto a evolução de dados sobre a economia que possam ter impacto futuro nas aplicações e empresas nas quais investe. Dessa forma, consegue migrar recursos de uma aplicação financeira para outra antes de perder dinheiro, ou passar a investir em segmentos que tenham potencial de valorização após mudanças no cenário macroeconômico.
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4. Esteja à frente de recomendações
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4/10 (Divulgação/ Site templeton.org)
O empresário e filantropo John Templeton realizava investimentos na direção contrária da que o mercado apostava. Seu lema era: pense por si mesmo. Para selecionar aplicações financeiras, criou suas próprias ferramentas, e não seguia recomendações e tendências. Enquanto os olhos da maioria dos investidores estavam geralmente voltados para determinada empresa ou aplicação financeira, ele garimpava investimentos não convencionais, com maior oportunidade de ganhos.
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5. Saiba administrar os riscos
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5/10 (Divulgação/Columbia Archives)
O investidor americano Benjamin Graham foi professor de
Warren Buffet e um exemplo para o megainvestidor. Pai do conceito de investimento em valor, um dos ensinamentos de Graham é de que o investidor não dever temer o risco, mas, sim, administrá-lo. Como não é possível fugir totalmente das perdas ao investir, Graham definia um nível máximo de riscos para sua carteira de aplicações e se mantinha dentro dessa margem de segurança. Caso seu nível de risco ultrapassasse essa margem, o investidor não aplicava seu dinheiro, pois passaria a especular e ter grandes chances de perdas.
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6. Diversifique na medida certa
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6/10 (Wikimedia Commons)
O economista britânico John Maynard Keynes, criador da macroeconomia moderna, também era um investidor. Um dos conceitos que seguia era o da diversificação inteligente, que consiste em diminuir os riscos das aplicações financeiras ao optar por produtos com comportamento opostos ou ao menos diferentes. Isso não se resume a ter na carteira uma parte de investimentos em
renda fixa e outra porção em renda variável (
entenda os conceitos), mas, dentro das opções de aplicações em renda variável, investir em ativos que tenham reflexos diferentes diante de uma mesma situação. Dessa forma, o patrimônio não fica refém de mudanças na economia.
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7. Seja racional
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7/10 (Getty Images)
Braço direito do megainvestidor
Warren Buffet, Charles Munger é conhecido por mapear comportamentos que influenciam de forma negativa nas decisões de investimento, e fugir deles. Racional, acredita que investir consiste em se preparar, ter paciência, disciplina e objetividade. Para Munger, situações de estresse, atitudes defensivas, temor a perdas e a inveja de quem está ganhando muito dinheiro têm o poder de destruir fortunas.
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8. Fique atento a taxas
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8/10 (Scott Eells/Bloomberg)
O investidor americano John Clifton "Jack" Bogle, fundador do grupo financeiro Vanguard, defende a simplicidade nas aplicações financeiras para investidores individuais de perfil conservador e, principalmente, a redução de gastos com taxas, que costumam afetar rendimentos de aplicações passivas, que acompanham índices de mercado e oferecem menor risco.
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9. Seja discreto ao investir
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9/10 (Chris Hondros/Getty Images)
Sempre no topo da lista de mais ricos do mundo, o empresário mexicano
Carlos Slim é discreto ao investir. Tem uma carteira de aplicações variada, mas não entra em detalhes sobre onde aloca seus recursos, pois tem consciência de sua influência. Slim tem a cautela de não induzir investidores a apostarem em seus alvos para evitar uma redução em sua margem de ganhos caso os investimentos se valorizem de forma artificial após muitos aplicadores passarem a investir. Por conta da grande quantidade de dinheiro que aplica no mercado financeiro e em empresas, Slim apenas anuncia quando deixa de investir ou migra recursos aplicados quando é obrigado por lei.
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10. Agora, veja os livros que podem ajudar a investir melhor
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10/10 (4FR/Getty Images)