(USP Imagens)
Anderson Figo
Publicado em 22 de novembro de 2016 às 05h00.
Última atualização em 22 de novembro de 2016 às 05h00.
São Paulo - Por maior que seja a fatura do cartão de crédito, você quase nunca consegue pontos suficientes para trocar pelo o que deseja. Já pensou se pudesse transformar esses pontos em dinheiro? Esta é a proposta do InMais, um programa de fidelidade voltado para as classes B e C.
“É um ótimo aliado para períodos de crise. Nossa intenção é dar possibilidades para as pessoas que não conseguem aproveitar muitos benefícios nos programas de fidelidade convencionais”, diz Flavia Michels, diretora de marketing do InMais.
Para ter acesso ao programa, é preciso se cadastrar no site do InMais. Em seguida, você recebe uma senha e começa a acumular pontos em todas as compras feitas nos estabelecimentos parceiros da plataforma, como Livraria Cultura, Fast Shop e Walmart.
A quantidade de pontos gerados em cada transação pode variar, conforme os critérios de equivalência definidos entre o InMais e cada uma das lojas. Na Centauro, por exemplo, a proporção é de 10 para 1. Ou seja, ao comprar um produto de 100 reais, você acumula mil pontos.
A plataforma também tem parceria com alguns bancos regionais, como o BRB, de Brasília. Neste caso, é possível transferir os pontos do programa de fidelidade do banco diretamente para o InMais.
A troca dos pontos pode ser feita através do próprio site do programa por produtos, como móveis e eletrodomésticos, ou serviços, como recargas de celular e ingressos de cinema. Há ainda a opção de transformar os pontos em dinheiro, que é depositado direto em conta corrente ou em cartão pré-pago.
“Este é o maior diferencial do InMais, já que nenhum dos programas de fidelidade convencionais oferece a opção de trocar pontos por dinheiro”, afirma Flavia. Segundo a diretora de marketing, 82% dos 259 mil clientes do InMais atualmente preferem esta opção. A expectativa do programa é alcançar uma base de 4 milhões de clientes nos próximos doze meses.
Para isso, a plataforma também traz outra vantagem: os pontos InMais nunca expiram. “A gente não precisa obrigar o cliente a adquirir algo que não quer ou não precisa simplesmente porque pontos estão perto da data de vencimento”, diz Flavia. “Temos um compromisso com a transparência.”
Cada ponto InMais equivale a um centavo, assim é possível saber exatamente quanto em reais representam seus pontos. E para resgatar os pontos em dinheiro, é cobrada uma taxa de 3,50 reais, ou 350 pontos.
“Nos programas de fidelidade convencionais, o usuário leva normalmente oito meses para fazer o primeiro resgate. No InMais, os clientes já começam a resgatar os prêmios ou dinheiro em 180 dias”, diz Flavia. “A ideia é que o InMais represente ao consumidor aquele dinheiro para o lanche do passeio no fim de semana, por exemplo. Sabe quando você encontra uma nota de 50 reais no bolso da calça? É praticamente isso.”
Se optar por trocar por produtos e serviços, algumas opções podem valer a pena. É o caso do ingresso do Cinemark, por exemplo, que pode sair por 1.470 pontos InMais, ou 14,70 reais —mais barato do que a meia entrada comum.
Sobre passagens aéreas, grande atrativo dos demais programas de fidelidade, Flavia afirma que este não é um objetivo do InMais. “O consumidor não consegue entender o sistema de troca por passagens aéreas nos demais programas. Com 20 mil pontos você pode pegar uma passagem em um dia e no outro, não. Além disso, fica refém de promoções, que geralmente são para viajar em datas ruins. É melhor o cliente ter a opção de resgatar o valor em dinheiro e utilizá-lo para comprar as passagens que quiser”, diz.
Apesar de prático, utilizar o cartão de crédito para fazer compras e pontuar em programas de fidelidade requer alguns cuidados, segundo o economista e consultor financeiro Marcelo D’Agosto. O primeiro deles é se atentar com a falsa sensação de poder.
“O cartão permite que você compre coisas sem ainda ter o dinheiro para pagá-las. Por isso, é importante sempre lembrar que tudo aquilo que você está comprando com o cartão terá de ser pago em algum momento. Não dá para extrapolar o orçamento”, diz.
Para o especialista, o fato de o InMais dar a possibilidade de o consumidor saber quanto em reais representam seus pontos é positivo, porque aumenta o poder de controle sobre seus gastos. “Mas é preciso considerar o efeito da inflação sobre esse dinheiro. Quanto mais o tempo passa, menos coisas dá para comprar com a mesma quantidade de recursos”, afirma.
Além disso, o consultor lembra que não adianta pagar no cartão para ganhar pontos se a loja oferecer desconto para o pagamento à vista. “Dependendo do tamanho desse desconto e se o consumidor estiver com recursos disponíveis, pode valer mais a pena pagar o produto à vista.”