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Preços disparam até 70% nos supermercados com alta da demanda

Associação paulista aponta que produtos básicos tiveram aumentos de até 72,1%. Consumidor deve evitar pânico

Supermercado: corrida de brasileiros às lojas, situações desfavoráveis na agricultura e queda de braço com indústria favoreceram reajustes (ictor Moriyama/Bloomberg/Getty Images)

Supermercado: corrida de brasileiros às lojas, situações desfavoráveis na agricultura e queda de braço com indústria favoreceram reajustes (ictor Moriyama/Bloomberg/Getty Images)

Marília Almeida

Marília Almeida

Publicado em 27 de março de 2020 às 14h25.

Última atualização em 15 de abril de 2020 às 16h07.

Desde a semana passada, quando o avanço do coronavírus no país determinou o isolamento social dos brasileiros, pode ser acompanhada uma corrida de pessoas aos supermercados com o objetivo de estocar alimentos essenciais em casa.

A alta da demanda, provocou demora no atendimento online e presencial, falta de produtos e também reajustes de preço de produtos básicos.

Em alguns casos, como o do feijão carioca, unidades de redes como o Pão de Açúcar estão sem o produto há semanas. Isso porque a alta repentina da demanda agravou um problema que já havia se iniciado na agricultura: o produto sofreu com estiagens, e a produção foi reduzida.

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Segundo a Associação Paulista de Supermercados (APAS), os produtos que têm apresentado elevação de preços são itens básicos, como batata, feijão, leite, cebola, alho e arroz. Os reajustes chegam a 70%.

Veja abaixo as principais elevações de preços registradas pela APAS:

ProdutosReajustes
Limão72,1%
Batata64,5%
Feijão50,3%
Leite36,4%
Cebola36%
Molho de tomate32,55%
Alho18%
Arroz9,8%

A APAS, em nota, afirma que os supermercados não definem preços de produtos. "Como o elo entre os produtores e os consumidores finais, os supermercados repassam o custo dos produtos que adquirem da indústria".

Por isso, esclarece que os recentes aumentos verificados em alguns produtos, nos últimos dias, podem ocorrer em função da variação de matérias-primas e insumos.

"Em alguns casos, o supermercadista se vê entre o dilema de comprar o produto por um preço maior ou ficar sem o produto em sua loja. Mesmo comprando mais caro, o supermercado está mantendo as mesmas margens de lucro".

Denúncia de abusos

Para evitar práticas abusivas de aumentos injustificados de preços pelos fornecedores do setor, a associação do setor diz estar trabalhando em parceria com a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) e com a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), do Ministério da Justiça.

Foi o que a ABRAS fez em relação ao setor de queijos e laticínios. A associação comunicou a Senacon e Seguridade Pública, sobre práticas abusivas de aumento de preços por parcela da indústria.

Para a Abras, a justificativa válida para alta de preços seria em torno de 5% a 7% de reajuste no valor dos produtos devido à estiagem elevada, o que reduz a produção, além do aumento de custo, por conta da elevação do preço do milho; e abate de vacas, por conta do aumento na arroba.

Contudo, o setor está recebendo tabelas com reajustes acima de 30%. O levantamento foi feito com base nas informações gerais dos supermercadistas.

A Abras diz que não compactua com a elevação injustificada de preços, principalmente, em período de fragilidade da população. Qualquer reclamação relacionada ao tema, a entidade nacional disponibiliza o e-mail contato@abras.com.br .”

Tenha calma e evite prejuízos

Para o professor de finanças da PUC-SP, Fábio Gallo, frente a esse cenário o recomendado é fazer uma lista de compras apenas do que é necessário para não ter prejuízos e gastar além do que o orçamento pessoal permite.

"A recomendação é evitar sair comprando sem destino certo e pesquisa, sem cuidados e pegando o que tiver pela frente".

É necessário ainda evitar o pânico e estoque de alimentos, diz o professor. "Se todos fizerem estoque, vai faltar". A APAS também recomenda que consumidores realizem compras conscientes, pensando sempre na coletividade.

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