Gás de cozinha: Petrobras fez importação adicional da commoditie e ministério acredita que situação será normalizada em alguns dias (Classen/ullstein bild/Getty Images)
Marília Almeida
Publicado em 2 de abril de 2020 às 16h43.
Última atualização em 15 de abril de 2020 às 16h03.
Assim como foram registrado grandes reajustes de preços em alimentos básicos nos supermercados, o preço do botijão de gás disparou em São Paulo. Parte desse reajuste se deve ao aumento da demanda pelo produto, provocada pelo isolamento social necessário para conter o avanço do coronavírus.
No aplicativo que compara preço de revendores Chama, o botijão no bairro do Tatuapé, na zona leste da cidade, chega a ser vendido por R$ 95. Na zona oeste, em Pinheiros, o botijao de 13 kg é vendido por mais de R$ 80. Na zona sul, no Morumbi, o preço atinge até R$ 99,99.
A orientação do Procon-SP é de que os botijões de gás sejam comercializados por valores entre R$ 68 e R$ 70. Em casos mais extremos, o valor chega a R$ 130. Ou seja, o aumento de preços atinge 85%.
O Sindicato de Fornecedores de Gás de São Paulo diz que não houve qualquer alteração nos custos que pudesse justificar a elevação dos preços cobrados dos consumidores.
No domingo (29) o Ministério de Minas e Energia apontou que os reajustes de preço foram causados pela grande demanda das famílias pelo GLP, o que causou uma "escassez pontual". Como forma de solucionar o problema, a Petrobras faria a importação adicional da commoditie. A expectativa é de que a situação seja normalizada em alguns dias.
Para coibir abusos enquanto os preços não voltam à normalidade, o Procon-SP e o Dope (Departamento de Operações Policiais Estratégicas) vão atuar conjuntamente no combate, identificação e punição.
A ação é mais uma medida de enfrentamento à crise causada pelo impacto econômico da pandemia do coronavírus. O Governador João Doria fez o anúncio nesta quarta-feira (1º) e destacou que os abusos não serão tolerados.
“O preço do botijão de gás, no limite, é de R$ 70. Não é nem R$ 71, nem R$ 72, nem R$ 80. Em uma situação como a que estamos vivendo, R$ 10 fazem muita falta. O Procon São Paulo está autorizado a agir, de acordo com a lei, para proteger o interesse público, especialmente da população de baixa renda”, disse Doria.
O diretor geral do Procon-SP, Fernando Capez, informou que, para coibir tais práticas, o Procon-SP contará com o apoio das viaturas do Dope.
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Os policiais do departamento que estiverem em patrulhamento farão abordagem de fornecedores de botijões de gás, caso identifiquem aglomeração de pessoas ou preços abusivos. As equipes do Procon-SP serão acionadas para aplicação das sanções previstas na legislação.
Os fornecedores que forem flagrados realizando vendas a preços abusivos serão multados e conduzidos às delegacias de polícia para que respondam por crime contra a economia popular. “Não há risco de desabastecimento de botijões de gás. Não há nenhuma justificativa para que as pessoas se aglomerem nos pontos de venda e paguem mais caro”, afirmou Capez.
Apenas no período da quarentena, já foram registradas mais de 120 denúncias online contra preços abusivos do botijão de gás, nas redes sociais, aplicativo e site do Procon-SP.
Considerando a orientação de manter o isolamento e evitar sair de casa, o Procon-SP disponibiliza canais de atendimentos à distância para receber denúncias, intermediar conflitos e orientar os consumidores: via internet, aplicativo – disponível para Android e iOS – ou via redes sociais, marcando @proconsp, indicando o endereço ou site do estabelecimento.