Selic: com a redução da taxa, as aplicações em renda fixa, como os fundos de investimento, ainda ganham da poupança na maioria das situações, avalia a Anefac (thinkstock/Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 10 de abril de 2017 às 19h43.
Última atualização em 11 de abril de 2017 às 11h48.
Com a redução da Taxa Básica de Juros (Selic) de 12,25% ao ano para a 11,25% ao ano, como espera a maioria do mercado financeiro, as aplicações em renda fixa, como os fundos de investimento, ainda ganham da poupança na maioria das situações, avalia a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).
Segundo Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor-executivo de Estudos e Pesquisas Econômicas, as cadernetas vão continuar interessantes frente aos fundos de renda fixa em todos os prazos apenas nos casos em que a taxa de administração seja superior a 2,50% ao ano.
Em geral, quanto menor o prazo, menor também a vantagem do fundo, uma vez que a alíquota do imposto é mais alta para prazos mais curtos.
Até seis meses, o fundo paga imposto de 22,5%.
De seis a 12 meses, a alíquota cai para 20%. De 12 a 24 meses, a cobrança é de 17,5% e, acima de 2 anos, 15%.
“Tal fato ocorre uma vez que a caderneta de poupança tem seu ganho garantido por lei (Taxa Referencial, a TR + 0,5% ao mês, ou 6,17% ao ano), padronizado para qualquer banco, e não sofre qualquer tributação diferentemente dos fundos de renda fixa, que além de terem a cobrança da taxa de administração pelos bancos, possuem tributação do imposto de renda sobre seus rendimentos, sendo maior esta tributação quanto menor for o prazo de seu resgate”, explica Miguel de Oliveira.
Enquanto a taxa Selic estiver acima de 8,50% ao ano, o rendimento da poupança ficará em TR mais 6,17% ao ano.
A partir de 8,5% ao ano, a poupança a ter um rendimento de 70% da Selic apenas.
Com a Selic em 11,25% ao mês, como espera o mercado, o rendimento das cadernetas de poupança deve ser de 0,54% ao mês líquidos.
Assim, pela tabela da Anefac, pode-se ver que nos prazos até seis meses, somente fundos com taxa de administração abaixo de 2% ganham da poupança.
Nos prazos de seis meses a um ano, o fundo pode cobrar no máximo 2% para superar a poupança.
A partir de um ano, os fundos com taxa de 2,5% já passam a ser competitivos.
Esse cenário deverá mudar com a aceleração dos cortes dos juros neste ano.
A expectativa do mercado é de que a taxa Selic acabe o ano em 8,5%, o que acionará o novo cálculo das cadernetas.
Mas as contas antigas, abertas antes de agosto de 2014, continuarão a render os 0,5% ao mês mais TR. Com os juros a 8,5%, fundos com taxa superior a 2% perderão para as novas cadernetas, cadernetas dependendo do prazo.