Inflação: com o aumento de 6% nos preços da gasolina, o litro do combustível em São Paulo deve ficar de R$ 0,17 a R$ 0,20 mais caro (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 1 de outubro de 2015 às 11h43.
São Paulo e Rio - Poucas horas após o anúncio de reajuste nos preços da gasolina e do diesel nas refinarias, a alta nos combustíveis já chegava às bombas de boa parte dos postos.
Com o aumento de 6% nos preços da gasolina, o litro do combustível em São Paulo deve ficar de R$ 0,17 a R$ 0,20 mais caro, segundo o Sincopetro-SP, sindicato que representa os donos de postos no Estado.
De dez postos consultados pelo jornal O Estado de S. Paulo na capital paulista na tarde da quarta-feira, 30, sete já haviam aumentado os preços, de R$ 0,10 a R$ 0,30 por litro.
Em um posto na Freguesia do Ó, o litro da gasolina passou de R$ 2,899 para R$ 3,099; o diesel, porém, ainda não havia subido. "A maioria dos clientes já percebeu e está reclamando", disse o caixa Alex Souza. "Eles dizem que, se soubessem, teriam abastecido no dia anterior."
Nos postos do Rio, a reportagem constatou que os preços do litro da gasolina ficaram de R$ 0,10 a R$ 0,20 mais caros. O produto estava sendo vendido de R$ 3,59 a R$ 3,79 em bairros do centro e das zonas sul e norte da cidade.
No bairro da Tijuca, na zona norte, o gerente do posto Mikonos, de bandeira Shell, Robson Vaz, informou que o litro ficou R$ 0,20 mais caro a partir das 14 horas da quarta-feira, quando o estoque foi reposto.
Apesar de as distribuidoras trabalharem com estoque, o repasse do aumento de preço foi imediato, segundo o sindicato. José Alberto Gouveia, presidente do Sincopetro-SP, disse que às 5h30 da quarta-feira, ligou para a distribuidora fornecedora de seu posto para consultar o preço da gasolina, e foi informado de que o preço foi reajustado à zero hora e um minuto.
O preço nas bombas é livre, mas Gouveia acredita que os revendedores terão pouco espaço para aumentar além do repasse, uma vez que o mercado está retraído.
Ainda segundo o sindicato, de janeiro a agosto, as vendas de gasolina em São Paulo caíram 15% em relação a igual período do ano passado.
Pé no freio
Para incorporar a alta da gasolina em seus orçamentos, motoristas do Rio já cogitam deixar o carro na garagem por mais tempo. Empregado terceirizado da Petrobras, Marcelo Oliveira reclama dos preços praticados pela empresa.
A saída daqui para a frente, afirma, será utilizar o carro apenas para ir ao trabalho nos dias em que estiver de plantão à noite. "Em outros países, a gasolina é mais barata. Aqui temos a Petrobras, uma empresa estatal, que poderia vender a preços mais baixos", afirmou Oliveira.
O estudante Júlio Nascimento usa o veículo para ir e voltar do trabalho e da faculdade, o que consome R$ 600 por mês do seu orçamento.
Com o aumento, vai passar a fazer o trajeto de trem em alguns dias da semana. Já o comerciante Nelson Ribeiro optou por compensar qualquer perda aumentando os preços dos produtos que vende.
"É a melhor opção para tirar a diferença e evitar pagar a conta do próprio bolso", disse ele, complementando que, no seu trabalho, utiliza o carro na distribuição dos produtos.