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Por que você deveria comprar dólar nesta semana

Moeda americana cedeu 0,60% desde sexta, acumulando baixa de 3,36% em outubro e de mais de 20% em 2016. Já a divisa europeia recua 6,55% no mês

Chuva de dólar: moeda já acumula queda de mais de 20% em 2016 (Minerva Studio/Thinkstock)

Chuva de dólar: moeda já acumula queda de mais de 20% em 2016 (Minerva Studio/Thinkstock)

Anderson Figo

Anderson Figo

Publicado em 27 de outubro de 2016 às 05h00.

Última atualização em 27 de outubro de 2016 às 09h39.

São Paulo - Tem viagem marcada para o exterior? Esta é uma boa semana para comprar dólar ou euro, segundo especialistas. A moeda americana cedeu 0,60% desde sexta-feira (21), acumulando baixa de 3,36% em outubro e de mais de 20% em 2016. Já a divisa europeia recua 6,55% no mês e quase 21% no ano.

A queda das cotações foi intensificada nos últimos dias pela entrada maior de recursos na economia com a proximidade do fim do prazo de participação no programa de repatriação da Receita Federal, que vai até 31 de outubro.

“Muita gente deixou para aderir ao programa na última hora, porque havia uma expectativa de flexibilização dos termos da operação, o que não aconteceu”, diz Fernando Pavani, diretor da BeeCâmbio. “Por isso, a corrida pela regularização dos recursos não declarados mantidos no exterior trouxe alívio à cotação do dólar em outubro”, completa.

O impacto das repatriações no câmbio é pontual, e deve acabar junto com o encerramento do prazo de participação no programa da Receita, na próxima segunda-feira. Mas as cotações do dólar e do euro já vinham sendo positivamente impactadas por outros fatores, segundo especialistas.

Um desses fatores é o maior otimismo com a economia brasileira, comenta Newton Rosa, economista-chefe da SulAmérica Investimentos. “O governo do presidente Michel Temer já deu sinais de retomada da governabilidade e força suficiente para aprovar projetos importantes no Congresso”, diz.

Segundo o economista, o exterior também tem beneficiado a cotação do dólar. “O Fed [banco central dos Estados Unidos] já sinalizou que fará um aumento de juros de forma bastante gradual, o que reduz a pressão sobre as moedas emergentes.”

No geral, a avaliação é de que o dólar pode voltar a subir um pouco nos próximos meses, mas deve ficar em torno de 3,30 reais. “Se cair para menos de 3,10 reais, o Banco Central, que tem deixado o mercado mais solto, pode voltar a atuar para segurar um pouco a baixa da moeda americana”, diz Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.

A versão mais atual do Boletim Focus do Banco Central, divulgada nesta semana, diz que o mercado prevê uma taxa de câmbio de 3,20 reais no fim deste ano e de 3,40 reais em dezembro de 2017.

Preço médio

Os especialistas ouvidos por EXAME.com recomendam que o viajante compre os dólares necessários para a viagem em datas diferentes. Com isso, ele vai conseguir aproveitar cotações variadas e minimizar seus riscos.

Como o cenário externo demanda cautela e algumas notícias podem mexer com o humor do mercado e torná-lo instável, formar uma cotação média vai proteger quem precisa comprar dólar para uma viagem.

É importante saber que, ao seguir a estratégia de comprar a moeda aos poucos, o viajante não deve fazer as compras aleatoriamente. Ele deve se comprometer a comprar dólar sempre que houver algum movimento de queda, sem abrir mão de sua estratégia inicial. Será preciso também ficar atento ao noticiário.

Além disso, sempre vale a dica de procurar pela melhor cotação. As casas de câmbio tendem a embutir nas cotações praticadas de dólar taxas que reflitam o custo de suas operações, por isso o valor varia de um lugar a outro —e, em alguns casos, a diferença pode ser grande.

No site do Banco Central, é possível utilizar da ferramenta Ranking do VET, que mostra o Valor Efetivo Total (VET) da conversão de moedas estrangeiras em de diferentes casas de câmbio. O VET engloba a taxa de câmbio, as tarifas e os tributos incidentes sobre a conversão, apresentando o custo final da compra.

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