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Por que fundos de inflação desvalorizaram? É hora de sair?

Fundos de Renda Fixa - Índices desvalorizaram, em média, 1,23% nos 30 dias encerrados em 25 de fevereiro, segundo a Anbima


	Fundos marcados a mercado apresentam queda quando seus ativos desvalorizam
 (Miguel Medina/AFP)

Fundos marcados a mercado apresentam queda quando seus ativos desvalorizam (Miguel Medina/AFP)

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Da Redação

Publicado em 2 de março de 2013 às 08h00.

Dúvida do internauta: Estou preocupado com as perdas dos Fundos de Renda Fixa - Índices que aplicam em papéis de renda fixa atrelados à inflação no mês de fevereiro. Qual a perspectiva para esses fundos para o mês de março? Eles vão se recuperar ou é melhor sair deles? Não entendo esse desempenho negativo se a inflação está aumentando.

Resposta de Samy Dana*:

Recentemente, a classe de fundos de renda fixa que mais se destacou em desempenho foi a de fundos atrelados à inflação. Esses fundos têm a carteira composta, em sua maioria, por títulos públicos federais indexados ao IPCA, as Notas do Tesouro Nacional série B (NTNs-B).

Com a redução inesperada da taxa básica de juros da economia, Selic, e a inflação medida pelo IPCA relativamente controlada nos anos de 2011 e 2012, os fundos de inflação foram extremamente beneficiados.

A Selic diminuiu de 12,50% ao ano (julho de 2011) para 7,25% ao ano no final de 2012. Essa redução em 5,25 pontos percentuais retornou excepcionais ganhos para os investidores, em razão do mecanismo de marcação a mercado dos fundos.

Como as expectativas para 2013 são de manutenção ou aumento da taxa Selic e de inflação controlada próxima ao patamar atual, os fundos de inflação podem ter um desempenho questionável no curto prazo - vale lembrar que os investidores já amargam prejuízos nesse início de ano.

Nesse cenário de incertezas, é recomendável a reflexão e uma eventual realocação da carteira para os investidores posicionados em fundos de inflação, uma vez que o retorno pode não compensar o risco incorrido.

Uma opção interessante são os produtos mais conservadores, com boa liquidez e pouca volatilidade de curto prazo como os Fundos Referenciados DI e Fundos de Renda Fixa Crédito Privado. Importante notar que, nesses casos, a taxa de administração cobrada pelo administrador do fundo não deve ser superior a 0,5% ao ano.

(*) Samy Dana é Ph.D. em Business, professor da FGV e coordenador do Núcleo de Cultura e Criatividade GV Cult. É consultor de empresas nacionais e internacionais dos setores real e financeiro e de órgãos governamentais, além de autor de livros de finanças pessoais. Esta resposta foi escrita em parceria com Alex Del Giglio, economista pela Univerisidade de São Paulo (USP), com extensão em finanças pela ESC Bordeaux e mestrado em Administração pela FGV. Responsável pela área educacional da Prime Finance Investimentos AAI Ltda., com sede em Manaus.

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