Mais emotivas, as mulheres costumam ser mais generosas na hora de escolher presentes para amigos e familiares (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 6 de janeiro de 2011 às 13h02.
São Paulo - O consultor financeiro Alan Feigenbaum defende uma ideia que muita gente poderia considerar polêmica: em pleno século 21, as mulheres não lidam tão bem com o dinheiro como os homens. Confira artigo no site Investopedia.
Que há muitas diferenças entre homens e mulheres em relação a dinheiro, não se discute. No Brasil, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2008 mostra que enquanto o rendimento médio do trabalhador masculino foi de 1.130 reais, o das mulheres com alguma ocupação ficou em 802 reais, uma diferença de quase 30%. E isso apesar da escolaridade média das mulheres superar a dos homens em exatamente um ano.
Segundo Feigenbaum, existem alguns motivos que ajudam a explicar essa disparidade. Em geral, a tarefa de cuidar dos filhos ou pais idosos recai sobre as mulheres. A responsabilidade acaba fazendo com que uma parte delas opte por empregos que não vão exigir viagens a trabalho, infindáveis horas extras ou uma eventual mudança de cidade. Para o consultor norte-americano, as mulheres também tendem a ser menos assertivas na hora de pedir aumento e negociar cargos.
Eliana Bussinger, autora do livro “A dieta do bolso”, acrescenta que a inserção em massa das mulheres no mercado é um movimento recente e que as condições de remuneração e reconhecimento são piores até mesmo para os mesmos cargos. “A mulher ainda está no processo de galgar degraus”, diz.
Mais tempo para viver
De um lado, elas ganham menos. De outro, vivem mais. Segundo IBGE, enquanto a expectativa de vida do homem brasileiro era de 69,4 anos em 2009, a da mulher era de 77 anos. O hiato acarreta, por um bom tempo, mais gastos com moradia, saúde e alimentação.
Em seu artigo, o norte-americano Alan Feigenbaum afirma, polemicamente, que algumas convenções sociais também levam as mulheres a abrir a bolsa com mais frequência. “As expectativas em relação à beleza são mais altas para elas, o que faz com que tenham mais gastos com roupas e cosméticos, até mesmo quando o intuito é se vestir adequadamente para o trabalho”, sustenta.
A psicanalista Márcia Tolotti relativiza. “Claro que os códigos sociais e profissionais vão requerer um certo dispêndio, mas já existem pesquisas que mostram que os homens, por conta dessa conduta, também compram um determinado veículo ou priorizam morar em uma região”, defende. “Esse não é um privilégio de uma mulher. Para elas, o que difere é o tipo de gasto.”
Autora do livro “As armadilhas do consumo”, Márcia acredita que existe uma ideia muito forte de que o consumo é indissociável do sexo feminino. "Isso é tão arraigado que as mulheres que não gostam de comprar criam até uma certa dúvida se são normais ou não", diz.