Caixa: banco descartou cortes nas taxas de juros cobradas em novos contratos de financiamento imobiliário (Agência Senado/Agência Senado)
Reuters
Publicado em 4 de agosto de 2017 às 12h34.
Última atualização em 4 de agosto de 2017 às 16h43.
São Paulo - A Caixa Econômica Federal não planeja repassar o corte da Selic para as taxas de juros cobradas em novos contratos de financiamento imobiliário, disse um executivo do banco.
"Tínhamos feito um movimento no final do ano passado (de corte de juros), agora preferimos esperar um pouco", disse à Reuters o vice-presidente de habitação da Caixa, Nelson Antonio de Souza.
Maior concessora de crédito imobiliário do país, com 418 bilhões de reais em março, a Caixa tem enfrentado o encolhimento das principais linhas de financiamento.
Do começo de 2015 até julho, a caderneta de poupança teve saída líquida de cerca de 104 bilhões de reais, período em que a taxa de juros mais alta elevou o interesse dos investidores por alternativas à poupança, como fundos de renda fixa.
Paralelamente, os recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para financiamento imobiliário, que lastreiam a pró-cotista, linha mais barata do mercado, acabaram.
No mês passado, a Caixa informou que a pró-cotista só será retomada apenas no próximo ano.
O orçamento da Caixa para todas as modalidades de financiamento habitacional previsto para este ano é de 84 bilhões de reais, sendo 6,1 bilhões de reais para a linha pró-cotista, que já foi totalmente usada.
Com a recente queda da Selic, a caderneta de poupança voltou a ter captação positiva a partir de maio, tendência que pode se estender nos meses seguintes, elevando a fonte de financiamento pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).
Segundo a Abecip, das financiadoras de crédito para habitação, as concessões por esse canal caíram 9,1 por cento no primeiro semestre ante mesma etapa de 2016.
Com maior oferta de recursos da poupança, os bancos têm espaço para ampliar a oferta de financiamento imobiliário mais barato. A Caixa, no entanto, tem estado sob pressão para elevar suas margens de lucro, que têm caído sob o peso de perdas pesadas com calotes, refletindo a política do banco de ampliar empréstimos mesmo com o país em recessão.