A escolha do Pix com cartão deve ser avaliada com cautela. (Tatiana Meteleva/Getty Images)
EXAME Solutions
Publicado em 17 de julho de 2024 às 16h46.
Última atualização em 17 de julho de 2024 às 17h06.
Com o Pix se tornando cada vez mais popular, as instituições financeiras vêm desenvolvendo uma série de novas funcionalidades para este que é hoje o principal meio de pagamento do brasileiro – em 2023, foram quase 42 bilhões de transações por esse meio.
Uma das mais recentes é o Pix com cartão de crédito, solução que, embora não tenha sido ainda lançada oficialmente pelo Banco Central, está sendo oferecida por alguns bancos aos seus clientes.
Trata-se de uma modalidade em que os correntistas usam o seu limite do cartão para fazer pagamentos via Pix. Ou seja, os valores transferidos por Pix nessa função não são debitados da conta instantaneamente, como acontece na operação tradicional, e sim vão aparecer depois na fatura, como qualquer outra compra com cartão de crédito, podendo, inclusive, ser parcelados.
O funcionamento dessa operação é igual ao do cartão: a outra pessoa ou empresa recebe o dinheiro integralmente e o pagador coloca o valor no crédito, com a alternativa de dividir o total em até 12 vezes.
Para o recebedor não muda nada – a quantia continua caindo na conta na hora, como qualquer Pix, e ele nem sabe qual opção está sendo usada. A diferença é só para quem paga. As transações seguem os valores máximos por Pix do cliente (que ele personaliza no seu banco) e, como outras compras no crédito, usam o limite disponível no cartão.
Mas tem um ponto importante: o pix no cartão não é gratuito. As instituições cobram juros e taxas para adiantar o dinheiro, variando o custo do serviço de banco para banco. Mesmo se a pessoa não parcelar.
No aplicativo dos bancos que oferecem a funcionalidade, a jornada é bem simples e segue o processo normal para fazer um Pix. Porém, antes de concluir a operação, é preciso escolher entre prosseguir com o padrão (enviar o dinheiro da conta bancária) ou efetuar o pagamento na fatura do cartão de crédito, em uma única vez ou parcelado.
Se existe a cobrança de juros e a operação é como uma compra no cartão, então qual a vantagem de usar o Pix na função cartão de crédito em vez do próprio cartão? Há sim alguns casos em que essa alternativa é vantajosa:
Prático, porém requer cuidado
Assim como qualquer transação financeira, a escolha do Pix com cartão deve ser avaliada com cautela. O principal risco nesse caso é o endividamento. Como a operação é vinculada ao crédito, é preciso planejamento para que depois a fatura seja paga (e sem atraso), evitando consequências negativas como os juros do cartão, inadimplência e até negativação do CPF. |
Por isso, analise todas as opções para ver se existe outro caminho para não pagar juros. Se não houver, entenda o custo final da operação, incluindo as taxas cobradas, antes de escolher por essa funcionalidade. E sempre vale se perguntar: “eu necessito realmente desse gasto agora?”. Se a compra puder esperar, é melhor deixar para depois, quando tiver o dinheiro em conta.