Pirâmide de moedas: esquema prometia ganhos de 15% ao mês (Suebsiri/Thinkstock)
Marília Almeida
Publicado em 21 de maio de 2019 às 16h18.
Última atualização em 21 de maio de 2019 às 16h22.
A Polícia Federal e a Receita Federal deflagraram nesta manhã a Operação Egypto, que investiga a empresa financeira InDeal Investimentos, que atua sem autorização do Banco Central e teria movimentado um total de R$ 700 milhões em um esquema de pirâmide financeira que prometia ganhos de 15% ao mês. A ação recebeu o nome em referência ao esquema no qual os investidores que entram na base pagam os resgates dos que estão saindo, no topo, e tem o apoio da Polícia Civil do Rio Grande do Sul. A empresa já vinha sendo alvo de investigações desde janeiro deste ano, segundo jornais da região.
Cerca de 130 policiais federais, 20 servidores da Receita Federal do Brasil e seis policiais civis cumprem dez mandados de prisão preventiva e 25 de busca e apreensão nas cidades gaúchas de Porto Alegre (3), Novo Hamburgo (13), Esteio (1), Estância Velha (2), Campo Bom (1); Laguna (1) e Florianópolis (1) no estado de Santa Catarina e em São Paulo (3), capital paulista. Além dos mandados, foram expedidas ordens judiciais de bloqueio de ativos financeiros em nome de pessoas físicas e jurídicas, de dezenas de imóveis e a apreensão de veículos de luxo.
O inquérito policial foi instaurado em janeiro de 2019, para apurar a atuação da InDeal, com sede em Novo Hamburgo. Segundo a PF, ela estaria captando recursos de terceiros, sem a autorização, para investimento no mercado de criptomoedas. A empresa assumia o compromisso de retorno de 15%, ao menos, no primeiro mês de aplicação. Segundo o Jornal NH, de Novo Hamburgo, em fevereiro deste ano, o tabelionado que funcionava perto da empresa teve de contratar um funcionário somente para autenticar os contratos da InDeal com seus investidores.
Conforme levantamentos da Receita Federal, uma das contas da empresa teria recebido créditos de mais de R$ 700 milhões entre agosto de 2018 e fevereiro de 2019. Os sócios da instituição financeira clandestina apresentaram evolução patrimonial de grande vulto, que, em alguns casos, passou de menos de 100 mil para dezenas de milhões de reais em cerca de um ano.
Além dos crimes de operação de instituição financeira sem autorização legal, gestão fraudulenta, apropriação indébita financeira, lavagem de dinheiro e organização criminosa, o inquérito apura o envolvimento de pessoas que teriam tentado obter informações sigilosas da investigação e que foram identificadas.