Mito: maior atleta dos Jogos Olímpicos recebeu US$ 140 mil por medalhas na Rio-2016 (Getty Images)
Anderson Figo
Publicado em 17 de agosto de 2016 às 14h00.
São Paulo - O nadador americano Michael Phelps encerrou na última sexta-feira (12) sua participação na Rio-2016 com cinco ouros e uma prata, se tornando o maior vencedor da história dos Jogos Olímpicos. Mas tantas medalhas têm um preço.
De acordo com uma publicação no site Inc.com, feita por Steve Mendelsohn, responsável pela rede de dados Checkpoint da Thomson Reuters, os atletas americanos de elite estão na faixa tributária mais alta nos Estados Unidos, de 39,5%.
E, como Phelps ganhou 140 mil dólares pelos prêmios na Rio-2016, terá que desembolsar 55,3 mil dólares em impostos —ou cerca de 176,13 mil reais, de acordo com a cotação de fechamento de sexta-feira (3,185 reais).
Os atletas olímpicos dos EUA recebem 25 mil dólares (79,6 mil reais) por cada medalha de ouro que ganharem, 15 mil dólares (47,8 mil reais) por medalha de prata e 10 mil dólares (31,9 mil reais) por medalha de bronze.
Mas nem todos os esportistas americanos que conquistarem medalhas na Rio-2016 terão que pagar uma taxa de imposto tão salgada. Isso porque a faixa tributária nos EUA varia de acordo com os ganhos de cada pessoa.
Assim, os atletas que recebem menos e, portanto, estão no nível mais baixo de tributação, pagam uma alíquota de 10% de imposto. Nesse caso, terão que pagar 2,5 mil dólares (8 mil reais) por cada medalha de ouro que ganharem, 1,5 mil dólares (4,8 mil reais) por medalha de prata e mil dólares (3,2 mil reais) por medalha de bronze.
Polêmica
A cobrança de impostos sobre premiações de atletas no exterior é uma antiga polêmica nos Estados Unidos, segundo Mendelsohn. Enquanto algumas pessoas são contra a taxação, uma vez que os esportistas estão defendendo o país, outras acham natural que seja descontado um percentual sobre a renda recebida.
Mendelsohn citou uma conversa com Sean Packard, diretor da consultoria financeira voltada para atletas Octagon Financial Services, em que o executivo trata o assunto como algo "simples".
"Como é retratado pela crítica é que os atletas vão aos Jogos defender seu país, ganham medalhas e, de repente, são surpreendidos por um imposto", disse Packard. "Na verdade, eles estão ganhando uma renda, e pagando um imposto sobre essa renda", completou.
O executivo alega que os atletas se beneficiam de outras coisas ao receber medalhas olímpicas, como aprimoramento do marketing pessoal, o que pode render contratos financeiros de valores bem mais expressivos do que os impostos pagos pelas premiações.