(Joe Raedle/Getty Images)
Marília Almeida
Publicado em 18 de agosto de 2020 às 05h00.
Última atualização em 18 de agosto de 2020 às 07h56.
Diante da insegurança e restrições a viagens causadas pela pandemia os preços de passagens aéreas e estadias em hotéis despencaram até 60% em relação aos valores praticados no ano passado. É o que mostra um levantamento feito pelo comparador de passagens aéreas Kayak.
Os destinos que ficaram mais baratos foram Orlando e Miami. Antes da pandemia, por conta da alta do dólar, os preços para ambas as cidades americanas estavam proibitivos: de R$ 5,5 mil a R$ 4,7 mil, passaram, em média, a custar R$ 2,3 mil e R$ 2,2 mil, respectivamente.
Em seguida, estão destinos do Nordeste, como João Pessoa, Salvador, Natal, Maceió, Recife e Porto Seguro, nos quais os preços médio dos bilhetes reduziram cerca de 40% em relação ao mesmo período do ano passado.
Os dados são referentes a buscas no site feitas de julho-agosto para viagens de outubro/2020 a junho/2021.
A comparação foi feita com os mesmos períodos do ano passado (buscas feitas de julho-agosto/2019 para viagens de outubro/2019-junho/2020).
Para os voos, foram consideradas buscas que tem como origem todos os aeroportos do Brasil.
Veja abaixo o ranking:
Variações de preços para Voos | |||
Destino | 2020 | 2019 | Diferença |
Orlando | R$2.320 | R$5.504 | -58% |
Miami | R$2.224 | R$4.724 | -53% |
João Pessoa | R$1.014 | R$1.809 | -44% |
Salvador | R$832 | R$1.481 | -44% |
Natal | R$989 | R$1.749 | -43% |
Maceió | R$1.017 | R$1.798 | -43% |
Recife | R$978 | R$1.687 | -42% |
Porto Seguro | R$987 | R$1.643 | -40% |
Nova York | R$3.373 | R$5.335 | -37% |
Porto Alegre | R$858 | R$1.328 | -35% |
Rio de Janeiro | R$930 | R$1.424 | -35% |
Florianópolis | R$773 | R$1.178 | -34% |
Fortaleza | R$1.057 | R$1.476 | -28% |
São Paulo | R$1.337 | R$1.849 | -28% |
Roma | R$3.484 | R$4.678 | -26% |
Lisboa | R$3.595 | R$4.612 | -22% |
Buenos Aires | R$1.809 | R$2.307 | -22% |
Londres | R$3.995 | R$4.731 | -16% |
Santiago | R$1.903 | R$2.210 | -14% |
Paris | R$3.713 | R$4.257 | -13% |
Já quando se trata de hospedagens os valores também caíram até 60%. A lista é liderada por destinos de praia, como Búzios (RJ), no qual a hospedagem passou a custar em média R$ 292; Fernando de Noronha (PE), onde a hospedagem sai por R$ 454; e Rio de Janeiro, onde hotéis estão cobrando cerca de R$ 237 por noite.
Veja abaixo o ranking completo:
Variações de preços para hospedagens | |||
Destino | 2020 | 2019 | Diferença |
Búzios | R$292 | R$649 | -55% |
Fernando de Noronha | R$454 | R$891 | -49% |
Rio de Janeiro | R$237 | R$457 | -48% |
São Paulo | R$182 | R$341 | -47% |
Foz do Iguaçu | R$160 | R$292 | -45% |
Fortaleza | R$198 | R$347 | -43% |
Guarujá | R$305 | R$528 | -42% |
Brasilia | R$182 | R$303 | -40% |
Angra dos Reis | R$913 | R$1,515 | -40% |
Porto Seguro | R$292 | R$473 | -38% |
Nova York | R$833 | R$1,337 | -38% |
Maceió | R$264 | R$407 | -35% |
Florianópolis | R$264 | R$407 | -35% |
Ubatuba | R$267 | R$407 | -34% |
Cabo Frio | R$286 | R$435 | -34% |
Morro de São Paulo | R$347 | R$517 | -33% |
Recife | R$187 | R$275 | -32% |
Paraty | R$396 | R$578 | -31% |
Cancún | R$1,056 | R$1,502 | -30% |
João Pessoa | R$237 | R$336 | -30% |
Os preços levantados são válidos para viagens feitas até junho de 2021. Ou seja, há o risco de que uma vacina eficaz contra o coronavírus ainda não esteja sendo distribuída.
Portanto, dependendo do destino, o viajante, além de correr risco de contrair o vírus, pode se deparar com pontos turísticos e parques temáticos, como os da Disney, fechados, dependendo do comportamento da pandemia daqui em diante.
Além disso, é necessário lembrar que as passagens e hotéis correspondem a apenas um porcentual das despesas da viagens. No caso de cidades americanas, o dólar turismo está custando R$ 5,6. Ou seja, a cotação da moeda pode ter um peso grande em gastos como alimentação e compras.
É bom também estar consciente da nova regra válida para reembolsos ou eventuais cancelamentos de serviços, criada na pandemia e também válida para viagens.
A MP 948, editada em abril, liberou os prestadores de serviço da obrigação de reembolsar os valores pagos pelo consumidor, desde que assegurem a remarcação dos serviços, sem custo adicional, taxa ou multa ou, alternativamente, a disponibilização de crédito para uso ou abatimento na compra de outros serviços, reservas e eventos disponíveis na empresa, ou ainda e finalmente, outro acordo seja formalizado com o consumidor.
Somente se não houver acordo algum, a MP obriga que o fornecedor deverá restituir os valores recebidos, atualizados monetariamente pelo IPCA-E, no prazo de 12 meses, contado da data de encerramento do estado de calamidade pública.