Imóveis: especialistas acreditam que em julho o cenário ficará mais claro (Witthaya Prasongsin/Getty Images)
Karla Mamona
Publicado em 28 de maio de 2020 às 14h15.
Última atualização em 28 de maio de 2020 às 17h03.
Um mês após o início do isolamento social como medida de prevenção ao coronavírus (covid-19) os preços dos imóveis residenciais subiram no país. Dados do índice FipeZap apontam que a alta foi de 0,20% em abril. Com isso, o preço médio do metro quadrado, em 50 cidades brasileiras, ficou em 7.277 reais. O comportamento do mercado seguiu a tendência dos últimos meses. De janeiro a abril, os valores dos imóveis acumulam alta nominal de 0,69%. Mas será que a alta deve continuar?
A crise econômica, o aumento do desemprego e a perda do poder de compra do consumidor devem impactar o mercado imobiliário. Além disso, houve uma retração no número de imóveis disponíveis, com a suspensão dos lançamentos por parte das incorporadoras e a desistência da venda por parte do proprietário no mercado secundário (imóveis usados). Quem planejava vender um casa ou um apartamento acabou desistindo tanto por acreditar que o preço cairia ou porque as visitas as propriedades foram suspensas.
“Com a pandemia, houve um choque tanto na oferta como na demanda. Quando isso acontece temos uma rigidez nos preços. Ainda não sabemos qual força irá predominar”, explica Danilo Igliori, economista-chefe do Grupo Zap. A expectativa do economista é com a recessão econômica, o choque seja maior na demanda, com isso os preços devem cair em algum momento e só voltarão a crescer de forma mais expressiva após o fim da crise.
Já Tiago Galdino, diretor financeiro do Imovelweb, acredita que os preços devem permanecer estáveis nos próximos meses e com o cenário negativo, os preços irão parar de subir, mas não irão cair necessariamente. “É como tirar o pé do acelerador e não pisar no freio. A velocidade se mantém.”
Ele acredita que o cenário ficará mais claro a partir de julho, com a finalização da flexibilização da quarentena. “A virada do mercado será em julho. Só então, saberemos se os preços caem 5% ou sobem entre 1% e 2%, por exemplo.”
Justamente, por não saberem qual será a tendência do mercado nos próximos meses, os especialistas aconselham que quem deseja comprar um imóvel faça uma busca detalhada e tenha paciência. “Muita gente não vai querer queimar o preço do imóvel. Prefere esperar para vender. Em julho, pode ser que tenha uma liquidação ou um aumento de preços”, acrescenta Galdino.
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Apesar da pandemia, os consumidores seguem procurando um imóvel. Uma pesquisa realizada pelo Imovelweb apontou que os planos de comprar ou alugar um imóvel não foram alterados para 51% dos entrevistados. Para quase 30%, o motivos para a busca de um imóvel estão relacionados a casamento, desejo de ter a casa própria, mudança de cidade e investimento. As respostas apontam ainda à procura por uma casa maior (26%) ou mudança de localização (25%) também aparecem na lista.
Sobre o prazo, entre os entrevistados 52% querem realizá-la a compra em até seis meses. Já 29% em até um ano, 9% nos próximos dois, e apenas 10% em mais de dois anos. As opções de pagamento mais citadas pelos entrevistados foram: financiamento ou consórcio imobiliário (24%), permuta de imóveis (19%), FGTS (12%), entre outros.