Inadimplência: presidente da Febraban definiu o endividamento de risco como aquele em que as pessoas perdem a capacidade de honrar seus compromissos e de viver dignamente (EXAME/Exame)
Estadão Conteúdo
Publicado em 8 de novembro de 2022 às 17h55.
Última atualização em 8 de novembro de 2022 às 18h06.
O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, citou nesta terça-feira, 8, que a inadimplência caiu para patamares historicamente baixos na pandemia de covid-19, a 2,2%, e que atualmente estão voltando para os padrões, com uma média em torno de 3,5%. Sidney destacou que a inadimplência baixa foi resultado das renegociações de dívidas feitas pelos bancos na pandemia, assim como de programas e auxílios realizados pelo governo.
Mas, em meio o aumento da dívida das famílias no País, que virou até promessa de campanha do governo eleito, Sidney afirmou que o endividamento de risco precisa ser enfrentado de forma estrutural, em um movimento coordenado de toda a sociedade.
O presidente da Febraban definiu o endividamento de risco como aquele em que as pessoas perdem a capacidade de honrar seus compromissos e de viver dignamente.
Na abertura do Seminário de Relacionamento com o Consumidor (Semarc) Nacional 2020, promovido pela federação, Sidney defendeu a atuação dos bancos e afirmou que 71% das dívidas dos brasileiros hoje são não bancárias.
Segundo ele, são mais de 67 milhões de brasileiros inadimplentes inscritos em cadastros negativos de crédito. "Nesse universo, 20% das famílias que estão endividadas têm mais de 50% de sua renda mensal comprometida com o pagamento de dívidas", disse, reforçando que isso não se refere ao crédito bancário, que está sob controle.
Sobre as medidas feitas pelos bancos para atacar o problema, o presidente da Febraban citou que, desde o início da pandemia de covid-19, foram mais de 22 milhões de contratos renegociados voluntariamente, com saldo devedor de R$ 1,3 trilhão e R$ 200 bilhões em parcelas suspensas.
Sidney também destacou a participação dos bancos em mutirões nacionais de renegociação de dívidas e orientação financeira, em parceria com o Banco Central e a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon). "A negociação faz parte do DNA do setor. Esse é um assunto estratégico e importante para os bancos que, além de uma relação sustentável com seus clientes, também estão empenhados em reduzir o custo da intermediação financeira."