Vanise Zimmer, CEO do LadyBank: próximo passo é oferecer empréstimos para microempreendedoras e criar marketplace com produtos vendidos por mulheres (Ladybank/Divulgação)
Marília Almeida
Publicado em 12 de maio de 2022 às 06h00.
Última atualização em 13 de maio de 2022 às 10h18.
BAlém da criação de uma nova marca, o LadyBank, antigo ElasBank, anuncia o lançamento de sua carteira de investimentos automatizada.
Com o serviço, as clientes podem criar um portfólio de aplicações personalizado. A partir daí, a gestão dos ativos é feita de forma automática, com o uso de inteligência artificial via robô.
A tecnologia, que vem sendo desenvolvida há duas décadas, faz o balanceamento e a gestão diária das carteiras de acordo com o momento de vida do investidor. A alocação das aplicações é feita pela fintech em diversas corretoras.
O objetivo da nova ferramenta é democratizar investimentos para mulheres com poucos recursos e conhecimento, diz Vanise Zimmer, fundadora e CEO do LadyBank.
Será possível optar por carteiras de investimento com foco em temas ESG (sigla para investimentos em empresas que buscam preservar o meio ambiente e/ou se preocupam com questões sociais e de governança).
“A cliente pode instruir o robô a criar uma carteira com empresas que atuam com foco na equidade de gênero, um tema importante para ela”, diz Zimmer.
O novo serviço complementa o portfólio da fintech, que já inclui conta digital isenta de tarifas, serviços gratuitos, como PIX e TED; cartão de crédito pré-pago internacional e serviço de planejamento financeiro. Todos os serviços estão disponíveis em um aplicativo.
Ao realizar o cadastro no LadyBank a cliente pode ter um panorama da situação financeira ao permitir a integração de todas as suas contas bancárias, via open banking.
A partir desse diagnóstico, é possível criar orçamentos para acompanhar receitas e despesas e definir objetivos para criar um planejamento financeiro.
Nos próximos meses, o banco digital planeja lançar uma linha de crédito para estimular o empreendedorismo feminino, além de produtos de câmbio, seguro e um e-commerce.
O crédito será oferecido em uma plataforma de empréstimos entre pessoas conta Zimmer. "Nosso projeto foi acelerado pela embaixada de Berlim. A ideia é tomar crédito de investidoras alemãs para que financiem microempreendedoras no Brasil, com base em um modelo de risco próprio.
"É interessante para essas investidoras aplicarem dinheiro aqui, pois a taxa de juros cobrada no país proporciona rendimentos maiores", diz a CEO do LadyBank.
O banco digital começou a operar há cerca de um ano e meio. e foi concebido a partir de pesquisas sobre economia comportamental, psicologia financeira, desigualdade de gênero e inclusão financeira, explica Zimmer.
“No início, tínhamos o objetivo de traçar um diagnóstico da oferta no mercado. Mas identificamos a necessidade de produtos e serviços sob medida para aumentar a participação feminina no mercado financeiro”.
Dos quase 5 milhões de CPFs registrados na B3, apenas 23% pertencem a mulheres. No Brasil, considerando a população economicamente ativa, apenas 18% dos investidores são mulheres.
Entre as mulheres investidoras, cerca de 75% estão apenas poupando, mas não investem em ativos mais rentáveis.
Em março de 2020, o INPI determinou que a marca ElasBank era muito semelhante às marcas Fundo Elas, EllaBank e ElasInvestimentos e solicitou o desuso da marca à fintech.
O ElasBank travou então uma disputa administrativa no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI), mas a concorrente conseguiu a prioridade de marca registrada.
Para quem já é cliente do banco digital, nada muda. Em breve, os clientes devem receber cartões com a nova marca. Basta fazer o desbloqueio para utilizar os serviços.