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Os piores e melhores investimentos de fevereiro

Novo corte de juros beneficiou fundos de ações no mês, enquanto a queda do dólar levou fundos cambiais a registrarem desempenho negativo. Veja ranking

Troféu: fundos de ações small caps tiveram a maior rentabilidade no mês (doomu/Thinkstock)

Troféu: fundos de ações small caps tiveram a maior rentabilidade no mês (doomu/Thinkstock)

Marília Almeida

Marília Almeida

Publicado em 24 de fevereiro de 2017 às 18h59.

São Paulo – A redução agressiva da taxa básica de juros e a expectativa de recuperação da economia este ano beneficiou o mercado de renda variável em fevereiro. No mês, o principal índice da bolsa de valores, o Ibovespa, subiu 4,31%, o que levou os fundos de ações a ficarem no topo do ranking dos melhores investimentos no período.

Os fundos de ações small caps registrou a maior rentabilidade no mês: 7,72%. O investimento foi seguido pelo fundo de ações que geram dividendos, que rendeu 6,99% no período, e fundos de ações indexados, que renderam 6,73%.

Na última posição do ranking, os fundos cambiais perderam 1,73% no mês, refletindo o tombo de 2,02% do dólar nos últimos 30 dias.

Dentre as opções de renda fixa, que são mais conservadoras, o Tesouro IPCA+ com vencimento em 2035, título público vendido pela plataforma Tesouro Direto, teve o melhor resultado em fevereiro, com alta de 5,70%.

É necessário descontar o imposto

O ranking de investimentos considera a rentabilidade bruta das aplicações no mês e em 2017, sem descontar o Imposto de Renda. Em fundos de ações, a alíquota de IR paga sobre o investimento é de 15%, o que prejudica o desempenho da aplicação.

Nos fundos de curto prazo, a alíquota é de 22,50% para resgates em até 180 dias e de 20% para resgates depois de 180 dias. Nas demais categorias de fundos (longo prazo), a tributação segue a tabela regressiva, em que a alíquota varia entre 15% e 22,5%, conforme o prazo de vencimento.

Os títulos públicos também são tributados pela tabela regressiva de IR. A poupança não tem cobrança de Imposto de Renda e a aplicação em ouro também é isenta de IR caso o valor some até 20 mil reais.

Confira o ranking de investimentos de fevereiro:

InvestimentoDesempenho em fevereiroDesempenho em 2017
Fundos de Ações Small Caps*7,72%18,20%
Fundo de Ações Dividendos*6,99%13,47%
Fundos de Ações Indexados*6,73%14,40%
Fundos de Ações Livre*6,11%12,38%
Tesouro IPCA+ 2035 (NTN-B Principal)5,70%11,09%
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 (NTN-B)5,20%9,56%
Fundos de Ações Investimento no Exterior*4,32%6,50%
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2035 (NTN-B)3,55%7,20%
Tesouro Prefixado 2021 (LTN)2,07%5,76%
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2021 (NTN-F)1,85%5,10%
Fundos Renda Fixa Indexados*1,67%3,24%
Fundos Multimercados Livre*1,51%3,10%
Fundos Multimercados Investimento no Exterior*1,29%2,11%
Tesouro Prefixado 2018 (LTN)1,25%2,54%
Tesouro Selic 2017 (LFT)1,06%1,91%
Tesouro IPCA+ 2019 (NTN-B Principal)0,98%2,42%
Tesouro Selic 2021 (LFT)0,90%1,75%
Fundos de Renda Fixa Investimento no Exterior*0,88%2,05%
Poupança**0,70%1,36%
Fundos Renda Fixa Simples*0,63%1,58%
Ouro BM&F0,58%3,03%
Fundos Cambiais*-1,73%-4,46%

Referências

InvestimentoDesempenho em fevereiroDesempenho em 2017
Ibovespa4,31%12,01%
Selic***0,81%1,91%
CDI***0,77%1,86%
IPCA****0,42%4,20%
Dólar comercial-2,02%-5,99%

*Até 24 de fevereiro, dado mais atual disponível na Anbima.
**Até 24 de fevereiro.
***O desempenho mensal se refere aos últimos 30 dias até a data de fechamento.
****Projeção do Boletim Focus do Banco Central.

Fontes: Anbima, BM&FBovespa, Thomson Reuters, Banco Central do Brasil e Tesouro Nacional.

Avaliação

Para o economista-chefe da corretora Gradual. André Perfeito, o mercado de renda variável foi beneficiado por uma expectativa positiva para a economia dos países emergentes, inclusive o Brasil, após o presidente americano Donald Trump sinalizar que deve enfraquecer o dólar como forma de incentivar exportações. A valorização do real ante o dólar atrai investimento estrangeiro para o país.

Roberto Indech, analista-chefe da corretora Rico, credita o bom desempenho da bolsa de valores ao novo corte da Selic, que beneficia empresas varejistas e construtoras, entre outras, ao reduzir o custo do crédito no país. "Além disso, a expectativa de retomada da economia continua sendo positiva para o desempenho das ações".

Na renda fixa, o corte de 0,75 ponto porcentual da Selic este mês e a expectativa de continuidade desse ciclo depreciou títulos de prazos curtos, enquanto valorizou os com prazos mais longos e indexados à inflação. Mesmo com o corte, a poupança continua perdendo em rentabilidade para outros tipos de aplicações conservadoras.

Em março, a expectativa é de que a tendência de alta da bolsa e queda do dólar se estabilizem, diz Perfeito. "Não há por enquanto novos motivos para a continuidade desses movimentos".

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