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Os melhores e piores investimentos no semestre

Fundos cambiais surfaram na alta do dólar no mês, enquanto fundos de ações de empresas de menor porte sofreram com o aumento do risco

Forte alta de 16,98% do dólar impulsionou fundos cambiais no primeiro semestre do ano (eternalcreative/Thinkstock)

Forte alta de 16,98% do dólar impulsionou fundos cambiais no primeiro semestre do ano (eternalcreative/Thinkstock)

Marília Almeida

Marília Almeida

Publicado em 29 de junho de 2018 às 17h46.

Última atualização em 29 de junho de 2018 às 18h50.

São Paulo — Impulsionados pela alta do dólar, os fundos cambiais ficaram no topo do ranking de investimentos do site EXAME no primeiro semestre deste ano.

Os fundos, que aplicam pelo menos 80% da carteira em ativos relacionados à moeda estrangeira, tiveram o melhor desempenho do levantamento, com alta de 14,98% no período.

Os fundos multimercados que investem no exterior, com valorização de 4,86%, ficaram em segundo lugar do ranking, seguidos pelos títulos Tesouro Prefixado 2021 (LTN), que renderam 3,53%.

Já os fundos de ações small caps ficaram na última posição, registrando queda de 8,96% na rentabilidade no período.

Ranking de investimentos do primeiro semestre de 2018

InvestimentoDesempenho no ano
Fundos Cambiais14,98%
Fundos Multimercados Investimento no Exterior*4,86%
Tesouro Prefixado 2021 (LTN)3,53%
Tesouro IPCA+ 2019 (NTN-B Principal)3,49%
Fundos Multimercados Livre*3,38%
Tesouro Prefixado 2019 (LTN)3,32%
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2021 (NTN-F)3,19%
Tesouro Selic 2021 (LFT)3,07%
Tesouro Selic 2023 (LFT)2,89%
Fundos Renda Fixa Simples*2,59%
Fundos de Renda Fixa Investimento no Exterior*2,45%
Poupança**1,94%
Fundos Renda Fixa Indexados*1,90%
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2035 (NTN-B)-1,08%
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 (NTN-B)-2,92%
Tesouro IPCA+ 2035 (NTN-B Principal)-3,61%
Fundos de Ações Livre*-4,73%
Fundo de Ações Dividendos*-6,75%
Fundos de Ações Investimento no Exterior*-7,29%
Fundos de Ações Indexados*-7,68%
Fundos de Ações Small Caps*-8,96%

Referências

InvestimentoDesempenho no ano
Ibovespa-5%
Selic***3,12%
CDI***3,12%
IPCA4,00%
Ouro BM&F15,52%
Dólar comercial16,98%

*Até 28 de junho, dado mais atual disponível na Anbima.

**Até 28 de junho.

***O desempenho se refere ao semestre até a data de fechamento.

****Projeção do Boletim Focus do Banco Central para o ano.

Fontes: Anbima, BM&FBovespa, Thomson Reuters, Banco Central do Brasil e Tesouro Nacional.

O ranking de investimentos considera a rentabilidade bruta das aplicações no mês, sem descontar Imposto de Renda (IR).

Em aplicações em fundos de ações, há IR de 15%. Nos fundos de curto prazo, a alíquota é de 22,5% para resgates em até 180 dias e de 20% para resgates depois de 180 dias. Nas demais categorias de fundos (longo prazo), a tributação segue a tabela regressiva, na qual a alíquota varia entre 15% e 22,5%, conforme o prazo de vencimento.

Os títulos públicos também são tributados pela tabela regressiva de IR. A poupança não tem cobrança de imposto e a aplicação em ouro é isenta do tributo para aplicações de até 20 mil reais.

O que mexeu com as aplicações

Segundo Michael Viriato, professor do Insper, a valorização de 16,98% do dólar nos primeiros seis meses do ano impulsionou a rentabilidade dos fundos cambiais e também dos fundos multimercados que investem no exterior.

A alta do dólar ocorreu em grande parte por conta do ajuste na taxa básica de juros promovida pelo BC americano. Esse movimento desvalorizou moedas do mundo todo, explica Viriato. Incertezas em relação ao cenário político e econômico do país também contribuíram para a desvalorização do real em relação à moeda americana.

Nesse cenário, o mercado de ações, representado pelo índice Ibovespa, teve uma queda expressiva, de 5%. Na bolsa, quem sofre mais são as ações de empresas menores (small caps). Fundos que investem nesses papéis tiveram o pior resultado do ranking no semestre, uma queda de 8,96%.

Como o investidor deve agir

Como o cenário para os próximos meses ainda é difícil de prever, Viriato recomenda ao investidor conservador não realizar alterações em sua carteira de investimentos agora.

Já quem tem perfil moderado ou agressivo, mas ainda não invista em ações, pode iniciá-las agora, aconselha. "É recomendável aproveitar a baixa para comprar papéis, mas apenas uma fatia equivalente de 3% a 5% do patrimônio. O investidor pode adquirir fundos de ações que pagam dividendos, que são mais conservadores, estão com desconto e tendem a restabelecer sua rentabilidade no longo prazo".

Para quem já tem investimento em ações, Viriato não recomenda alterar as aplicações nesse momento. "O mais indicado é aguardar o resultado das eleições em outubro. Até lá, o mercado ainda deve oscilar bastante".

O investidor conservador que investe em títulos públicos deve dar preferência pelos de prazo mais curto agora, que sofreram menos com um cenário de incertezas, diz Viriato. "Enquanto o cenário não ficar mais claro, a curva de juros longos deve continuar estressada".

 

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