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Os melhores e piores investimentos de maio

Dólar tem a maior alta do balanço de investimentos de maio e fundos que investem no exterior são destaque entre aplicações de renda fixa


	Moedas: dólar sobe 5% no mês e beneficia fundos de investimento que aplicam em ativos do exterior
 (Ivan Mikhaylov/Thinkstock)

Moedas: dólar sobe 5% no mês e beneficia fundos de investimento que aplicam em ativos do exterior (Ivan Mikhaylov/Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 31 de maio de 2016 às 19h33.

São Paulo – O dólar comercial apresentou a maior rentabilidade do balanço de investimentos de maio, com alta de 5%.

No segundo lugar do ranking, ficaram os fundos de investimentos imobiliários, que subiram 3,74% no mês. 

Já na renda fixa, o melhor resultado foi apresentado pelos fundos de renda fixa investimentos no exterior, que tiveram alta de 1,22%. 

Veja, na tabela a seguir, as variações de alguns dos principais índices e investimentos do mercado em maio:

Investimento Desempenho em maio Desempenho em 2016
Dólar comercial 5,00% 8,5%
Fundos de Investimentos Imobiliários (Ifix) 3,74% 14,43%
Fundos Multimercados Investimento no Exterior 2,10% -2,77%
Fundos de Renda Fixa Investimento no Exterior 1,22% 8,87%
Tesouro IPCA+ 2019 (NTN-B Principal) 1,11% 9,63%
Tesouro Selic 2017 (LFT) 1,10% 5,44%
Tesouro Prefixado 2017 (LTN) 1,06% 7,18%
CDI* 1,05% 5,49%
Selic* 1,05% 5,50%
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2017 (NTN-F) 1,04% 7,11%
Tesouro Selic 2021 (LFT) 0,87% 5,10%
Fundos Renda Fixa Simples 0,85% 5,11%
IPCA ** 0,71% (estimativa do Banco Central) 4,00%
Fundos Multimercados Livre 0,69% 5,36%
Poupança 0,66% 3,37%
Fundos Renda Fixa Indexados 0,65% 8,66%
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2035 (NTN-B) 0,59% 19,39%
Tesouro Prefixado 2021 (LTN) 0,31% 22,81%
Fundos de Ações Investimento no Exterior 0,26% -1,75%
Tesouro IPCA+ 2035 (NTN-B Principal) -0,39% 30,15%
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 (NTN-B) -0,83% 19,70%
Fundos de Ações Small Caps -1,73% 7,36%
Fundos de Ações Livre -2,78% 9,18%
Ouro BM&F -3,36% 1,99%
Fundo de Ações Dividendos -3,62% 9,31%
Fundos de Ações Indexados -7,99% 12,31%
Ibovespa -10,08% 11,81%


Os rendimentos de todos os fundos da tabela são referentes ao fechamento do dia 25 de maio. A expectativa do IPCA para o mês de maio foi fechada no dia 27 e a projeção para o acumulado de 2016 foi fechada no dia 20. A rentabilidade da Selic, do CDI, do ouro e da poupança é referente ao dia 30. E os dados sobre Ibovespa, dólar, fundos imobiliários e títulos públicos são relativos ao dia 31.

(**) Expectativa de inflação para o mês de maio de 2016, segundo o Boletim Focus do Banco Central.

(*) O desempenho mensal se refere aos últimos 30 dias até a data de fechamento.

Fontes: Anbima, Banco Central, BM&FBovespa e Tesouro Nacional.

Renda fixa

Os fundos de renda fixa investimentos no exterior, que são tipos de fundos que mantêm em sua carteira ativos estrangeiros, como títulos de crédito de empresas situadas no exterior, tiveram a maior alta dentre as aplicações de renda fixa, que são aquelas mais conservadoras.

Roberto Indech, analista da corretora Rico, afirma que é difícil analisar o comportamento desse tipo de fundo de maneira generalizada, já que cada gestor segue uma estratégia e pode investir em diferentes tipos de ativos. Mas ele acredita que os fundos podem ter se beneficiado com a alta do dólar. "Muitos deles investem em títulos de empresas norte-americanas, que se valorizam quando o real cai."

O título público Tesouro IPCA+, com vencimento em 2019, apresentou o segundo maior retorno da renda fixa em maio, uma alta de 1,22%. Esse título paga ao investidor uma taxa de juro predefinida mais a variação da inflação medida pelo IPCA. 

A rentabilidade no mês, no entanto, reflete a valorização que o título teria se fosse comprado no fim de abril e vendido no final de maio. Assim como qualquer outro título público, se o investidor não vender o papel antes do vencimento, ele recebe exatamente o retorno previsto no início da aplicação, e não corre o risco de ver seu título flutuar fortemente em função de oscilações de mercado.

Essa variação nos preços dos títulos no curto prazo é efeito chamada marcação a mercado, que mostra o rendimento que o título teria se fosse vendido antes do vencimento (entenda como funciona a marcação a mercado).

“Os títulos que têm taxas prefixadas, como o Tesouro IPCA, variam principalmente em função da expectativa da taxa de juros. Como eles têm uma correlação inversa com a curva de juros, em momentos como o atual, quando a perspectiva é de queda nos juros, eles se beneficiam”, explica Indech.

Vale ressaltar, no entanto, que como a expectativa de juros muda de acordo com o período, títulos com vencimentos mais curtos podem se beneficiar ao mesmo tempo em que títulos com vencimentos longos podem registrar variações negativas, como pode ser observado na tabela.

Para fugir das fortes flutuações desses títulos e ao mesmo tempo ganhar uma remuneração superior à da poupança, uma opção mais conservadora é o título Tesouro Selic, que paga sempre ao investidor a variação da taxa Selic, e não sofre grandes altas e baixas em função da volatilidade do mercado.

Veja cinco opções de investimento fáceis e conservadoras para ganhar da poupança.

Renda variável

Entre os investimentos de renda variável, que têm comportamento menos previsível, o dólar foi o grande destaque, com alta de 5% no mês.

Indech, analista da Rico, afirma que a alta da moeda norte-americana é fruto da expectativa de aumento dos juros básicos nos Estados Unidos. Como o país é tido como o mais seguro do mundo, quando a expectativa é de elevação dos juros, investidores do mundo todo se sentem ainda mais atraídos migrar seus recursos para o mercado norte-americano, o que gera um efeito de valorização na moeda.

“O cenário político conturbado do país também contribuiu para a queda do real em relação ao dólar, mas o que motivou em grande parte a alta da moeda norte-americana é mesmo a expectativa de elevação dos juros nos Estados Unidos. Tanto é que o dólar subiu não só contra o real, mas em relação a todas as moedas de países emergentes”, diz Indech.

Essa alta do dólar pode explicar também o bom resultado dos fundos multimercados investimento no exterior. Conforme explica o analista da Rico, novamente é difícil mencionar apenas uma razão para a alta desses fundos, já que suas composições podem ser bem diferentes, mas como os fundos multimercados da categoria investimento no exterior costumam investir uma parte relevante da sua carteira em ativos estrangeiros a alta do dólar pode ter impulsionado esses fundos no geral (entenda como funcionam os fundos multimercados).

Já os fundos de investimento imobiliário, que registraram o segundo melhor resultado no mês, com alta de 3,74% podem ter sido puxados pela retomada de confiança do mercado imobiliário, segundo Indech. “Como esses fundos investem em imóveis, eles se valorizam com a queda dos juros, que torna o crédito imobiliário mais barato e contribui para a recuperação do setor.”

Por outro lado, a bolsa registrou o pior resultado do balanço de investimentos de maio, com uma queda de 10,08% do Ibovespa.

Roberto Indech avalia que o tombo da bolsa decorre principalmente da queda do preço do minério de ferro, que penalizou empresas como Vale, Gerdau, Usiminas e CSN. “Outros ativos, como Gafisa e MRV, também têm sofrido nos últimos dias em função de incertezas do governo em relação ao programa Minha Casa Minha Vida. Desde o momento em que Temer assumiu, o mercado está em compasso de espera e aguarda as medidas econômicas que devem ser anunciadas daqui pra frente”, diz.

Por outro lado, Indech lembra que ações que se beneficiam com a valorização do dólar, como Suzano, Fibria e Klabin registraram bons resultados no mês com a alta da moeda norte-americana.

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