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Os melhores e piores investimentos de julho

A Bolsa se recuperou da denúncia contra Temer e os fundos de ações lideraram o ranking de investimentos de EXAME.com no mês

Investimentos: Aplicações de mais risco tendem a se valorizar com a queda de juros (champja/Thinkstock)

Investimentos: Aplicações de mais risco tendem a se valorizar com a queda de juros (champja/Thinkstock)

Júlia Lewgoy

Júlia Lewgoy

Publicado em 31 de julho de 2017 às 18h12.

Última atualização em 1 de agosto de 2017 às 15h42.

São Paulo - A Bolsa aguentou o tranco e se recuperou em julho, após a delação da JBS e a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer, que desestabilizaram o mercado. Os fundos de ações lideraram o ranking de desempenho de investimentos no mês, elaborado por EXAME.com.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, subiu 4,8% no período e guiou os fundos de ações classificados como “small caps”, que investem em papéis de empresas com pequeno valor de mercado. Esses fundos tiveram o melhor desempenho do levantamento, com alta de 6,76% em julho.

Os fundos de ações classificados como “livre”, em que o gestor tem liberdade para escolher as ações em que vai investir, acompanharam esse movimento e ficaram em segundo lugar no ranking, com valorização de 4,47% no mês.

Na outra ponta, os fundos cambiais desvalorizaram 4,06% no período e ficaram na última posição. Esses fundos acompanharam o movimento do dólar, que caiu 5,87% em julho.

É importante mencionar que o ranking de investimentos considera a rentabilidade bruta das aplicações no mês e em 2017, sem descontar Imposto de Renda (IR).

Em aplicações em fundos de ações, há IR de 15%. Nos fundos de curto prazo, a alíquota é de 22,50% para resgates em até 180 dias e de 20% para resgates depois de 180 dias. Nas demais categorias de fundos (longo prazo), a tributação segue tabela regressiva, em que a alíquota varia entre 15% e 22,5%, conforme o prazo de vencimento.

Os títulos públicos também são tributados pela tabela regressiva de IR. A poupança não tem cobrança de imposto e a aplicação em ouro é isenta até 20 mil reais.

Confira o ranking de investimentos de julho:

InvestimentoDesempenho em julhoDesempenho em 2017
Fundos de Ações Small Caps*6,76%23,61%
Fundos de Ações Livre*4,47%12,62%
Fundos de Ações Indexados*4,39%9,58%
Fundo de Ações Dividendos*4,30%11,43%
Tesouro Prefixado 2021 (LTN)2,99%12,75%
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2021 (NTN-F)2,77%11,85%
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2035 (NTN-B)2,66%9,53%
Tesouro IPCA+ 2035 (NTN-B Principal)2,59%10,60%
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 (NTN-B)2,55%9,81%
Tesouro IPCA+ 2019 (NTN-B Principal)2,31%8,72%
Fundos de Ações Investimento no Exterior*2,05%9,46%
Fundos Renda Fixa Indexados*1,83%7,80%
Fundos Multimercados Livre*1,25%7,20%
Tesouro Prefixado 2018 (LTN)0,93%7,68%
Tesouro Selic 2021 (LFT)0,69%6,47%
Tesouro Selic 2023 (LFT)0,63%-
Fundos de Renda Fixa Investimento no Exterior*0,62%6,62%
Poupança**0,59%3,53%
Fundos Renda Fixa Simples*0,56%5,67%
Fundos Multimercados Investimento no Exterior*0,47%6,20%
Ouro BM&F-3,69%6,61%
Fundos Cambiais-4,06%-1,35%

Referências

InvestimentoDesempenho em julhoDesempenho em 2017
Ibovespa4,80%9,45%
Selic***0,80%6,51%
CDI***0,77%6,47%
IPCA****0,15%3,40%
Dólar comercial-5,87%-4,04%

*Até 28 de julho, dado mais atual disponível na Anbima.

**Até 28 de julho.

***O desempenho mensal se refere aos últimos 30 dias até a data de fechamento.

****Projeção da versão mais atual do Boletim Focus do Banco Central.

Fontes: Anbima, BM&FBovespa, Thomson Reuters, Banco Central do Brasil e Tesouro Nacional.

Avaliação

Ações e fundos de ações tendem a se valorizar com o movimento de queda de juros, como lembra o diretor da corretora Ativa Wealth Management, Arnaldo Curvello. Na semana passada, a taxa Selic, referência para os juros da economia, caiu para 9,25%, depois de quase quatro anos em dois dígitos.

“Os ativos de mais risco vão aparecer mais nas primeiras posições do ranking nos próximos meses”, diz o diretor da Ativa.

Além da queda na taxa de juros, a aprovação da reforma trabalhista e a inflação baixa foram notícias boas para os investidores. “O mercado demorou alguns meses para absorver o impacto da delação da JBS, mas agora voltou para o patamar pré-delação. O cenário ficou mais claro”, explica Curvello.

A queda do dólar e, consequentemente, dos fundos cambiais, também foi reflexo de um mercado menos inseguro. Em julho, o dólar teve a maior queda mensal em mais de um ano.

Renda fixa

Entre os investimentos de renda fixa, em que a forma de remuneração é definida no momento da aplicação, os títulos prefixados do Tesouro Direto, com vencimento em 2021, tiveram os melhor desempenho no ranking de EXAME.com.

Isso aconteceu porque o mercado antecipou a queda da taxa Selic, como explica o gerente de investimentos da Concórdia Corretora, Mauro Mattes. Esses títulos não acompanham a taxa básica de juros ou a inflação, como o Tesouro Selic ou o Tesouro IPCA, mas, sim, uma taxa determinada antes da aplicação.

A queda da Selic beneficia tanto investidores de títulos prefixados quanto de títulos atrelados ao IPCA. “A escolha entre prefixado e indexado ao IPCA depende do seu objetivo. Títulos prefixados com vencimento até 2023 tendem a valorizar mais. Para objetivos de prazos mais longos, vá de títulos indexados à inflação, que garantem seu poder de compra”, orienta Mattes.

É importante destacar que o investidor só é remunerado por taxas prefixadas se levar o título até o vencimento. Se decidir vender o papel antes do prazo, a rentabilidade pode variar.

Os títulos indexados à Selic têm menor volatilidade em seu valor de mercado, o que evita grandes perdas de rentabilidade se o investidor quiser vendê-lo antes do vencimento. Por isso, esses são os títulos mais indicado para quem não tem certeza de quando vai resgatar o dinheiro. Veja como escolher o título do Tesouro Direto e o passo a passo para investir.

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